Almanaque Raimundo Floriano
(Cultural, sem fins comerciais, lucrativos ou financeiros)


Raimundo Floriano de Albuquerque e Silva, Editor deste Almanaque, também conhecido como Velho Fulô, Palhaço Seu Mundinho e Mundico Trazendowski, nascido em Balsas , Maranhão, a 3 de julho de 1936, Católico Apostólico Romano, Contador, Oficial da Reserva do Exército Brasileiro, Funcionário Público aposentado da Câmara dos Deputados, Titular da Cadeira nº 10 da Academia Passa Disco da Música Nordestina, cuja patrona é a cantora Elba Ramalho, Mestre e Fundador da Banda da Capital Federal, Pesquisador da MPB, especializado em Velha Guarda, Música Militar, Carnaval e Forró, Cardeal Fundador da Igreja Sertaneja, Pioneiro de Brasília, Xerife nos Mares do Caribe, Cordelista e Glosador, Amigo do Rio das Balsas, Inventor da Descida de Boia, em julho de 1952, Amigo da Fanfarra do 1° RCG, autor dos livros O Acordo PDS/PTB, coletânea de charges, Sinais de Revisão e Regras de Pontuação, normativo, Do Jumento ao Parlamento, com episódios da vida real, De Balsas para o Mundo, centrado na navegação fluvial Balsas/Oceano Atlântico, Pétalas do Rosa, saga da Família Albuquerque e Silva, Memorial Balsense, dedicado à história de sua terra natal, e Caindo na Gandaia, humorístico apimentado, é casado, tem quatro filhos, uma nora, um genro e dois netos e reside em Brasília, Distrito Federal, desde dezembro de 1960.

Raimundo Floriano - Perfis e Crônicas sábado, 29 de julho de 2017

FUTEBOL CANDANGO

FUTEBOL CANDANGO

Publicada em 08.04.2013)

Raimundo Floriano

 

Estádio Nacional Mané Garrincha: a maquete e como se encontrava no dia 28.02.13

 

                        O Estádio Nacional Mané Garrincha será inaugurado no próximo dia 21 de abril, data em que se comemorará o 53º Aniversário de Brasília. Trazendo dois times do Rio ou de São Paulo, a festa será de casa cheia. Ainda neste ano, haverá a Copa das Confederações e, em 2014, a Copa do Mundo, o que garante presença maciça de público.

 

                        Mas, e depois? Segundo o Estadão, a obra consumirá 1,5 bilhão de reais, tudo saído dos cofres públicos. E tudo isso para que se transforme, apagadas a luzes desses eventos, num gigantesco mausoléu. Mausoléu vazio, sem despojos dentro, é bom que se diga.

 

                         A carta acima foi publicada na edição de 04.02.2013 do Correio Braziliense, o maior jornal da Capital da República. A opinião do leitor Cezar Mariano coincide com a de todos os que verdadeiramente amam o esporte desta cidade. É um sonho pois, se assim procederem as autoridades governamentais, correrão o risco de verem as arquibancadas no jogo de estreia entregue às moscas. E isso por culpa única e exclusiva delas próprias que, nestes anos todos, nada fizeram para o fortalecimento do Futebol Brasiliense.

 

                        No diz 7 de fevereiro passado, realizou-se o primeiro clássico do ano no Distrito Federal. Jogaram os dois times candangos de maior visibilidade: Gama, na 3ª Divisão e Brasiliense na 2ª Divisão do Brasileirão. O embate foi amplamente divulgado pela imprensa, louvado, badalado, mas o público a comparecer ao Bezerrão se revelou decepcionante, frustrante: 9.489 pagantes. Em população acima de 2 e meio milhões de habitantes, isso é pingo d’água no mar.

 

                        Imaginem como seria bem diferente o cenário hoje se, por exemplo, a Caixa Econômica Federal viesse patrocinando o Gama, como faz com o Corinthians; e a Petrobrás, por sua vez, patrocinando o Brasiliense, com faz o Flamengo!!! Tendo recursos suficientes para contratar bons jogadores – e não aqueles famosos já pendurando as chuteiras –, é claro que nossos estádios viveriam tempos de capacidade superlotada.

 

                        Em passado recente, isso até acontecia, nas Satélites, quando o Gama disputava a Primeirona e recebia grandes times de fora: público lotando os estádios para torcer contra o time da casa, contra o próprio lar. Assim, não dá!

 

                        Para demonstrar o descaso com que é tratado o Futebol Candango, vou reproduzir a seguir relato que escrevi em maio de 2004.

 

                        “Domingo último, 16.05.04, reservei boa parte da manhã para assistir, na TV, ao clássico brasiliense Sobradinho x Ceilândia. Por dois motivos: prestigiar a Record, emissora que o transmitia, e apreciar a atuação do goleiro ceilandense, o famoso Serjão.

 

                        Para quem não o conhece, esclareço que esse goleiro-cartola – é o dono do time – tem o mesmo porte atlético do ator Fúlvio Estefanini, aquele que fez o prefeito na novela Chocolate com Pimenta, necessitando, urgentemente, de uma cirurgia que lhe reduza o perímetro – abdominal, claro!

 

Serjão: 153 kg de garra e eficiência

 

                        Fui parcialmente recompensado. O Serjão é um show. Realizou defesas espetaculares e, numa delas, ao voar no canto para interceptar perigosíssima bola, foi seriamente contundido, mas nem por isso seu rendimento diminuiu. O Sobradinho saiu na frente, mas o Ceilândia empatou e, logo em seguida, virou o placar: 2x1.

 

                        Minutos depois, um jogador ceilandensde foi expulso, dando ao Sobradinho a chance de, com um homem a mais, igualar a contagem. Nos instantes finais do combate, o Serjão, ao cometer uma falta e receber cartão amarelo, não se conteve nem se conformou, dando um bico na bola, mandando-a para as arquibancadas. Cartão vermelho!

 

                        E, devido à confusão que se formou, mais dois minutos de acréscimo! O jogo ficou eletrizante, mesmo para quem, como eu, não torcia por qualquer dos dois times. Será que o Ceilândia, com dois homens a menos e um goleiro improvisado, resistiria à pressão do Sobradinho? Será que o Sobradinho iria se aproveitar dessa vantagem para reagir e modificar o resultado adverso?

 

                        Aí, aconteceu o inesperado: a emissora, sem qualquer explicação, cortou a imagem e passou a transmitir o segundo tempo de Ceará x Bahia. E nós, os coitados telespectadores, ficamos ali, inertes, com cara de tacho, como popularmente se diz. Salvou-nos o Correio Braziliense que, na segunda-feira, comentou a partida e confirmou a vitória do Ceilândia.”

 

                        Houve um tempo em que tínhamos um time que nos representava e disputava pau a pau com qualquer outro no Campeonato Brasileiro. Era financiado pelo CEUB, Centro Universitário de Brasília, do qual herdara o nome: CEUB Esporte Clube. Criado em 1968, teve suas atividades encerradas em 1976, deixando-nos boas recordações e muitas saudades.

 

                        Para relembrá-lo um pouco, aqui vai um recorte de jornal de seus tempos áureos:

  

                        Outro flagrante do CEUB, mostrando o total apoio do público nas arquibancadas:

  

                        Para completar essas lembranças, ouçamos o Hino do CEUB (Avante CEUB), de Ilber Mangla e Álvaro Guergolet, na interpretação Nivaldo Santos, gravado no ano de 1974:

 

 

 


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