Almanaque Raimundo Floriano
(Cultural, sem fins comerciais, lucrativos ou financeiros)


Raimundo Floriano de Albuquerque e Silva, Editor deste Almanaque, também conhecido como Velho Fulô, Palhaço Seu Mundinho e Mundico Trazendowski, nascido em Balsas , Maranhão, a 3 de julho de 1936, Católico Apostólico Romano, Contador, Oficial da Reserva do Exército Brasileiro, Funcionário Público aposentado da Câmara dos Deputados, Titular da Cadeira nº 10 da Academia Passa Disco da Música Nordestina, cuja patrona é a cantora Elba Ramalho, Mestre e Fundador da Banda da Capital Federal, Pesquisador da MPB, especializado em Velha Guarda, Música Militar, Carnaval e Forró, Cardeal Fundador da Igreja Sertaneja, Pioneiro de Brasília, Xerife nos Mares do Caribe, Cordelista e Glosador, Amigo do Rio das Balsas, Inventor da Descida de Boia, em julho de 1952, Amigo da Fanfarra do 1° RCG, autor dos livros O Acordo PDS/PTB, coletânea de charges, Sinais de Revisão e Regras de Pontuação, normativo, Do Jumento ao Parlamento, com episódios da vida real, De Balsas para o Mundo, centrado na navegação fluvial Balsas/Oceano Atlântico, Pétalas do Rosa, saga da Família Albuquerque e Silva, Memorial Balsense, dedicado à história de sua terra natal, e Caindo na Gandaia, humorístico apimentado, é casado, tem quatro filhos, uma nora, um genro e dois netos e reside em Brasília, Distrito Federal, desde dezembro de 1960.

Bruno Negromonte - Prosódia Musical quinta, 13 de abril de 2017

HISTÓRIAS E ESTÓRIAS DA MPB: GAÚCHO DA FRONTEIRA



O Brasil é um país de dimensões continentais como todos que entendem o mínimo de geografia são capazes de mensurar. Ritmos, gêneros e instrumentos acabam por caracterizarem as músicas produzidas nas diferentes regiões existente no país. Um desses instrumentos, que tem distintas denominações em diversas regiões do país, é o acordeão. No Nordeste seu nome é sanfona, já no Sul é batizada de gaita. A história do instrumento no Brasil tem início no século XIX quando, por imigrantes alemães e italianos, o acordeão chega no Brasil chamando-se concertina (um acordeão cromático com 120 baixos). Sua popularização se deu em maior evidência na região Nordeste e Sul. Quem bem define o instrumento nessas duas regiões é Hermeto Pascoal: “A sanfona é a cachaça dos nordestinos e o chimarrão dos gaúchos”.

Os primeiros fabricantes do instrumento no Brasil começaram a produção por volta de 1875 e eram compostos principalmente por italianos que já prosperavam na região Sul do país. Destaque para o imigrante alemão Alfred Hering, criador das “Gaitas Hering” que, aos poucos, além de gaitas de boca, passa a produzir diversos tipos de acordeons, entre os quais as sanfonas de 8 baixos que seriam muito difundidas em todo o Brasil. Em 1939 surge, em Bento Gonçalves, a Todeschini & Cia. Em 1947, com a ampliação de seu pátio industrial, a empresa é rebatizada como Acordeões Todeschini. O nome sanfona, usado principalmente no Nordeste, Centro-Oeste e Sudeste, foi dado após a Guerra do Paraguai; no Sul o termo gaita é usado desde sua chegada, apesar de normalmente designar a gaita de boca (harmônica) e a gaita de fole. Depois dessa breve retrospectiva sobre a história do instrumento, voltemos à finalidade da coluna: a abordagem de mais um artista.

Neste nosso país de dimensões continentais, sempre é válido passear pela biografias de músicos a artistas de cunho regional como é o caso do nome que trago hoje para esta coluna: Heber Artigas Armua Frós, que ficou conhecido no Brasil inteiro como Gaúcho da Fronteira.

Nascido no Uruguai (mas naturalizado brasileiro), Gaúcho é um dos mais conhecidos intérpretes de música regional gaúcha. Sua incursão na música se deu quando ainda era criança tocando gaita de botão com quatro baixos. Com nove, já estava tocando acordeon, bandoneon e violão. Atuando ao lado do conjunto Os Vaqueanos gravou dois discos. Em 1975, gravou seu primeiro LP individual. Sua música geralmente traz por característica o bom humor, buscando misturar os ritmos sulinos e as tradições gaúchas ao samba, forró, country e rock, conquistou popularidade em todo o Brasil como pode-se observar a partir dos diversos discos que o artista vem gravando em mais de quatro décadas de carreira. No Sul, a gaita (nome dado ao acordeão) foi instituído como instrumento símbolo do Rio Grande do Sul no projeto número 112/2010 aprovado por unanimidade na sessão plenária em 24/08/10 com autoria do Deputado Gilmar Sossela, Lei esta que tramitava na Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul desde o dia 04/05/10 com o propósito de Homenagear os acordeonistas e resgatar a história deste instrumento que faz parte do Rio Grande do Sul. Essas diferenças regionais podem ser observadas no documentário “O milagre de Santa Luzia“, lançado em 2008 sob direção de Sérgio Roizenblit. A película traz o saudoso Dominguinhos rodando o país em sua picape mostrando sanfoneiros conhecidos e anônimos e o jeito de tocar de cada região.

Deixo aqui para audição dos amigos leitores a canção “Segura o Tchê“, composta por Gaúcho da Fronteira e Marcos Brasil. A canção foi extraída do LP “Isso é que é gaiteiro bom“, de 1981:

 


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