Almanaque Raimundo Floriano
(Cultural, sem fins comerciais, lucrativos ou financeiros)


Raimundo Floriano de Albuquerque e Silva, Editor deste Almanaque, também conhecido como Velho Fulô, Palhaço Seu Mundinho e Mundico Trazendowski, nascido em Balsas , Maranhão, a 3 de julho de 1936, Católico Apostólico Romano, Contador, Oficial da Reserva do Exército Brasileiro, Funcionário Público aposentado da Câmara dos Deputados, Titular da Cadeira nº 10 da Academia Passa Disco da Música Nordestina, cuja patrona é a cantora Elba Ramalho, Mestre e Fundador da Banda da Capital Federal, Pesquisador da MPB, especializado em Velha Guarda, Música Militar, Carnaval e Forró, Cardeal Fundador da Igreja Sertaneja, Pioneiro de Brasília, Xerife nos Mares do Caribe, Cordelista e Glosador, Amigo do Rio das Balsas, Inventor da Descida de Boia, em julho de 1952, Amigo da Fanfarra do 1° RCG, autor dos livros O Acordo PDS/PTB, coletânea de charges, Sinais de Revisão e Regras de Pontuação, normativo, Do Jumento ao Parlamento, com episódios da vida real, De Balsas para o Mundo, centrado na navegação fluvial Balsas/Oceano Atlântico, Pétalas do Rosa, saga da Família Albuquerque e Silva, Memorial Balsense, dedicado à história de sua terra natal, e Caindo na Gandaia, humorístico apimentado, é casado, tem quatro filhos, uma nora, um genro e dois netos e reside em Brasília, Distrito Federal, desde dezembro de 1960.

Jackson do Pandeiro - Centenário terça, 01 de janeiro de 2019

JACKSON DO PANDEIRO - CENTENÁRIO - HISTÓRIA

 

JACKSON DO PANDEIRO - CENTENÁRIO

Raimundo Floriano

 

(Alagoa Grande (PB), 31.8.1919 – Brasília (DF), 10.7.1982)

 

                        Com ele, eu aprendi a dançar forró!

 

                        José Gomes Filho era seu nome. Interessou-se por música desde criança, pois na família da mãe todos tocavam algum instrumento e cantavam coco, e ela, que usava o nome artístico de Flora Mourão, era folclorista e cantora. Aos sete anos, Jackson já tocava zabumba, para acompanhá-la nas danças e nos cocos.

 

                        Desde cedo, trabalhou na roça. Aos 13 anos, mudou-se com a família para Campina Grande, época em que o pai faleceu, a mãe deixou a carreira e ele teve que arranjar emprego numa padaria. Queria muito comprar um pandeiro, instrumento com o qual pretendia fazer carreira, mas seu salário não dava.

 

                        Aos 17 anos, deixou a padaria, procurando as rodas de samba do Clube Ipiranga, em Campina, onde atuou como baterista do conjunto que animava os bailes. Trabalhou ainda como ritmista em diversas festas da cidade, indo depois para João Pessoa, tocando em vários cabarés, até ser contratado para o regional da Rádio Tabajara.

 

                        Apelidado de Jack, por ser tão magro quanto um ator do faroeste americano chamado Jack Perry, acrescentou o Zé, ficando conhecido como Zé Jack, cognome com o qual se transferiu para o Recife. Contratado pela Rádio Jornal do Comércio, teve seu nome mais uma vez mudado, agora para Jackson, por ser mais sonoro. Além de integrar vários conjuntos regionais da emissora, também cantava músicas nordestinas e sucessos do Carnaval. Já possuía seu próprio pandeiro, que consagrou para sempre o seu pseudônimo: Jackson do Pandeiro!

 

                        Em 1953, época em que fazia dupla com Rosil Cavalcante, gravou, em registro solo, seu primeiro disco, um 78 rpm, pela Copacabana, com o coco Sebastiana, de Rosil no Lado A, e o rojão Forró em Limoeiro, de Edgar Ferreira, no Lado B. A partir de então, estourou nas paradas em âmbito nacional, com uma trajetória brilhante, só interrompida com seu falecimento em 1982. Deixou 425 músicas gravadas, muitas delas de sua própria autoria ou com parceiros.

 

                        Casou-se com a ex-professora Almira Castilho de Albuquerque, funcionária da Rádio Jornal, que cantava mambos e dançava rumbas, com quem formou a dupla Jackson do Pandeiro e Almira Castilho.  Foi ela quem o alfabetizou. Esse casamento durou até 1967, quando se desquitaram. Depois disso, uniu-se a Neuza Flores, com quem viveu seus últimos quinze anos.

 

                        Sua estrondosa carreira de sucesso se consolidou no Rio de Janeiro – Rádio Nacional, Rádio Tupi – ainda nos Anos 50, não só no Forró, gênero em que, com uma nova maneira de cantar e dividir as sílabas, se consagrou como O Rei do RitmoChiclete com Banana é um símbolo –, como no Carnaval, com músicas que se tornaram inesquecíveis através dos anos: os frevos-canções Micróbio do Frevo, Sou Eu Teu Amor, Frevo do Bi, Frevo do Tri, os sambas Vou Gargalhar, Aconteceu, e as marchinhas O Velho Gagá, Velho Sapeca, Me Dá Um Cheirinho, Na Base do Berimbau, Papel Crepom e Maria Gasolina.

 

                        No dia 3 de julho de 1982, um sábado, Jackson, coadjuvado pelo Trio Siridó, realizara, em Brasília, o que viria a ser o seu último show. No dia seguinte, já no aeroporto, sofreu um enfarte, sendo conduzido ao Hospital de Base e posteriormente ao Hospital Santa Lúcia, onde faleceu no dia 10.

 

                        A foto que ilustra esta matéria foi extraída da capa do livro Jackson do Pandeiro, O Rei do Ritmo, de Fernando Moura e Antônio Vicente, excelente e alentado trabalho de pesquisa, com todos os fatos marcantes da vida do artista, assim com sua completa discografia.

 

                        Neste ano de 1919, comemoraremos o Centenário de Jackson do Pandeiro em grande estilo. De 1º de janeiro, a 31 de dezembro, serão aqui postadas, diariamente, faixas de seu repertório, em ordem alfabética, até que se completem as 440 disponíveis em meu acervo.


Escreva seu comentário

Busca


Leitores on-line

Carregando

Arquivos


Colunistas e assuntos


Parceiros