Almanaque Raimundo Floriano
(Cultural, sem fins comerciais, lucrativos ou financeiros)


Raimundo Floriano de Albuquerque e Silva, Editor deste Almanaque, também conhecido como Velho Fulô, Palhaço Seu Mundinho e Mundico Trazendowski, nascido em Balsas , Maranhão, a 3 de julho de 1936, Católico Apostólico Romano, Contador, Oficial da Reserva do Exército Brasileiro, Funcionário Público aposentado da Câmara dos Deputados, Titular da Cadeira nº 10 da Academia Passa Disco da Música Nordestina, cuja patrona é a cantora Elba Ramalho, Mestre e Fundador da Banda da Capital Federal, Pesquisador da MPB, especializado em Velha Guarda, Música Militar, Carnaval e Forró, Cardeal Fundador da Igreja Sertaneja, Pioneiro de Brasília, Xerife nos Mares do Caribe, Cordelista e Glosador, Amigo do Rio das Balsas, Inventor da Descida de Boia, em julho de 1952, Amigo da Fanfarra do 1° RCG, autor dos livros O Acordo PDS/PTB, coletânea de charges, Sinais de Revisão e Regras de Pontuação, normativo, Do Jumento ao Parlamento, com episódios da vida real, De Balsas para o Mundo, centrado na navegação fluvial Balsas/Oceano Atlântico, Pétalas do Rosa, saga da Família Albuquerque e Silva, Memorial Balsense, dedicado à história de sua terra natal, e Caindo na Gandaia, humorístico apimentado, é casado, tem quatro filhos, uma nora, um genro e dois netos e reside em Brasília, Distrito Federal, desde dezembro de 1960.

Eliane Cantanhêde domingo, 13 de outubro de 2019

LARANJAL E RASPADINHA

 

Laranjal e rachadinha

Quadro partidário desolador: o velho caducou, o novo ainda não nasceu

Eliane Cantanhêde, O Estado de S.Paulo

13 de outubro de 2019 | 05h00

Na “velha política”, o governo de José Sarney alçou o MDB à condição de “maior partido do Ocidente” e os de Fernando Henrique, Lula e Dilma inflaram o PSDB e o PT, que, aliás, se digladiam por décadas. Mas, na “nova política”, ocorre o contrário: já no primeiro ano do governo Jair Bolsonaro, o PSL está às turras e sob risco de voltar a ser nanico, como antes de 2018.

A única comparação possível é com o governo Fernando Collor, que inventou o meteórico PRN de triste memória e ambos afundaram juntos, rapidamente. A diferença é que Bolsonaro e PSL se desvencilham um do outro, mas à tona. O presidente tem o governo, a popularidade e atrai para São Paulo a CPAC, o maior evento da direita internacional, um “Foro de São Paulo” do lado oposto. Mas, na partilha, o PSL fica com a grana.

O quadro partidário é desolador. Com o recorde (talvez mundial) de 32 siglas registradas no TSE, o Brasil não tem partidos reais, programáticos, com líderes fortes. Quantidade não é qualidade. O gigante MDB está à míngua, o PSDB e o PT não são nem sombra do que já foram, o PSL não dá para o gasto.

Se o “velho” caducou, o “novo” ainda não nasceu. Bolsonaro precisava de um partido, o PSL precisava de um candidato. Foi um casamento de conveniência. O divórcio é só uma questão de tempo. Bolsonaro, que pula de galho em galho, já foi do PDC, PPR, PPB, PTB, PFL, PP, PSC e, só “por enquanto”, está no PSL, onde entrou de última hora, abandonando o Patriotas (PEN) na porta da igreja.

O presidente até já recebeu ostensivamente seu consultor para assuntos de partidos – ou melhor, de troca de partidos – e, aparentemente, tem pouco a perder. Já o PSL vai perder quadros, bancada e pode voltar à insignificância, mas tem algo literalmente precioso: muitos milhões do Fundo Partidário e do fundo eleitoral. Já seria ótimo, mas com uma eleição municipal bem aí, em 2020, é excelente.

Agora é saber o que o presidente pretende criar: uma sigla para chamar de sua ou juntar duas já existentes, como o PEN a outro “nanico”. O PSL tem 53 deputados federais e quem sai de um partido fora da “janela partidária” pode perder o mandato, a não ser que saia por “justa causa”. Por isso, Bolsonaro pede auditoria interna: para descobrir corrupção e criar a tal “justa causa”. Até lá, só 20 dos 53 (ou seja, menos da metade) assinaram uma nota meio tortuosa, criticando a cúpula do PSL e exigindo “novas práticas”. Logo, assumindo o lado de Bolsonaro contra Luciano Bivar.

Enquanto isso, a líder do governo no Congresso, Joice Hasselmann, namora o DEM; o líder do partido no Senado, Major Olímpio, dispara contra os filhos do presidente; Alexandre Frota troca desaforos impublicáveis com eles; e Janaina Paschoal defende “candidaturas avulsas”. Isso só em São Paulo, onde, aliás, João Doria está pronto para acolher o espólio. Mas tem o laranjal de Minas, de Pernambuco e do Rio, onde Wilson Witzel quer ser o novo Bolsonaro do PSL em 2022. Aliás, Bolsonaro tenta a versão heroica de que quer distância de laranjas, mas e das “rachadinhas”, outra praga típica da “velha política” muito ativa na “nova”? Lembram do Queiroz?

A popularidade de Bolsonaro está nos ricos e a de Lula e do PT, no lado oposto, nos pobres. O Data Popular, especializado na classe C, ou média baixa, muito importante para consumo e eleições, acaba de fechar uma pesquisa mostrando que a percepção sobre corrupção é acachapante: 97% acreditam que há corrupção no Legislativo; 96%, nos empresários; 94%, no Executivo e no Judiciário. Ou seja: governos vêm, governos vão, partidos sobem, partidos descem e o “povo” continua com a certeza de que a corrupção é incurável. Bolsonaro está perdendo a marca do combate à corrupção.


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