Almanaque Raimundo Floriano
(Cultural, sem fins comerciais, lucrativos ou financeiros)


Raimundo Floriano de Albuquerque e Silva, Editor deste Almanaque, também conhecido como Velho Fulô, Palhaço Seu Mundinho e Mundico Trazendowski, nascido em Balsas , Maranhão, a 3 de julho de 1936, Católico Apostólico Romano, Contador, Oficial da Reserva do Exército Brasileiro, Funcionário Público aposentado da Câmara dos Deputados, Titular da Cadeira nº 10 da Academia Passa Disco da Música Nordestina, cuja patrona é a cantora Elba Ramalho, Mestre e Fundador da Banda da Capital Federal, Pesquisador da MPB, especializado em Velha Guarda, Música Militar, Carnaval e Forró, Cardeal Fundador da Igreja Sertaneja, Pioneiro de Brasília, Xerife nos Mares do Caribe, Cordelista e Glosador, Amigo do Rio das Balsas, Inventor da Descida de Boia, em julho de 1952, Amigo da Fanfarra do 1° RCG, autor dos livros O Acordo PDS/PTB, coletânea de charges, Sinais de Revisão e Regras de Pontuação, normativo, Do Jumento ao Parlamento, com episódios da vida real, De Balsas para o Mundo, centrado na navegação fluvial Balsas/Oceano Atlântico, Pétalas do Rosa, saga da Família Albuquerque e Silva, Memorial Balsense, dedicado à história de sua terra natal, e Caindo na Gandaia, humorístico apimentado, é casado, tem quatro filhos, uma nora, um genro e dois netos e reside em Brasília, Distrito Federal, desde dezembro de 1960.

Correio Braziliense domingo, 16 de abril de 2023

LEVANTE DE VARSÓVIA: HÁ 80 ANOS,OS JUDEUS DESAFIAVAM O HORROR DO HOLOCAUSTO

 

Levante de Varsóvia: há 80 anos os judeus desafiavam o horror do holocausto

Há 80 anos, judeus do Gueto de Varsóvia colocaram suas vidas em risco e se insurgiram contra a campanha de deportação para os campos de extermínio. Eles criaram um exército clandestino que repeliu as tropas nazistas por quatro semanas

RC
Rodrigo Craveiro
postado em 16/04/2023 03:55 / atualizado em 16/04/2023 10:56
 
 
 (crédito: Janek Skarzynski/AFP)
(crédito: Janek Skarzynski/AFP)

A maioria dos judeus confinados no Gueto de Varsóvia havia sido assassinada pelos soldados de Adolf Hitler, quando a revolta teve início, em 19 de abril de 1943. No verão de 1942, cerca de 250 mil entre os 480 mil moradores foram deportados para Treblinka, um campo construído no meio de uma floresta, a nordeste da capital polonesa, com um propósito: o extermínio. Entre os que escaparam da morte e ficaram no Gueto, surgiram atos de coragem, sacrifício e desespero.

Na próxima quarta-feira, o mundo renderá um tributo à bravura de judeus, homens e mulheres, que colocaram em risco suas vidas para salvar o próximo. Como Vladka Meed (leia abaixo), a jovem de 22 anos que contrabandeou armas e explosivos para dentro do Gueto e ajudou a esconder outros judeus.

Autor de The jewish heroes of Warsaw — The afterlife of the revolt ("Os heróis judeus de Varsóvia — A vida após a revolta") e professor de Estudos Judaicos da Universidade de Connecticut, Avinoam J. Patt explicou ao Correio que os integrantes da clandestinidade judaica formaram uma Liga Combatente Judaica dentro do Gueto e decidiram que, quando os nazistas chegassem para a liquidação final, prefeririam morrer a embarcar nos trens para o campo de extermínio de Treblinka.

"A maioria dos combatentes eram de movimentos juvenis, incluindo sionistas, integrantes da União Geral Operária Judaica (Bund), e sionistas revisionistas que formaram a milícia União Militar Judaica. Além do comandante Mordechai Anielewicz, a Liga Combatente Judaica tinha figuras de peso, como Marek Edelman (do Bund), Zivia Lubetkin (sionista), Michal Klepfisz e Vladka Meed", contou Patt.

Após o primeiro choque com as forças nazistas, em janeiro de 1943, os integrantes da Liga Combatente Judaica perceberam que combates diretos contra os soldados de Hitler seriam inúteis. "Eles decidiram se preparar para uma guerra de guerrilha e usar táticas de surpresa. Lançaram coquetéis Molotov dos prédios, dispararam a partir de andares mais altos e prepararam explosivos, detonados aos pés dos soldados alemães", comentou Patt. "Milhares de judeus construíram bunkers para se esconderem das deportações. Isso tornou a tarefa de reunir os judeus remanescentes no Gueto especialmente difícil para os alemães", acrescentou.

Curador do Memorial do Holocausto em São Paulo e professor do StandWithUS Brasil, Marcio Pitliuk lembrou que o ataque final dos nazistas ao Gueto de Varsóvia ocorreu no Pessach, a Páscoa judaica. "Os combatentes pediram à resistência polonesa — Armia Krajowa — munições e armas, o que foi recusado. Os combatentes compraram poucas armas e munições no mercado clandestino. Muitos guardavam a última bala para si, pois sabiam o que aconteceria com eles, caso caíssem nas mãos dos nazistas", disse à reportagem.

Propaganda

De acordo com Mazur Zachary, especialista do Museu da História dos Judeus Polacos (Polin), em Varsóvia, além de construir esconderijos, a resistência armazenou suprimentos, especialmente comida e combustível. "A Liga Combatente Judaica e outros grupos realizaram uma ofensiva de propaganda, tentando preparar os moradores do Gueto a resistirem. Muitas vezes, os nazistas evitavam uma incursão no Gueto — consideravam o local sujo e repleto de doenças", disse ao Correio. A resistência se beneficiou de informações oriundas de uma imprensa clandestina, de grafites, cartazes e do boca a boca.

Avinoam J. Patt lembrou que os combatentes do Gueto repeliram os nazistas por quase quatro semanas. "O Levante do Gueto de Varsóvia foi a mais bem-sucedida revolta judaica em uma grande área urbana durante a guerra. A superioridade militar do Exército da Alemanha era tremenda."

Para evitar o confronto direto com os judeus, o general nazista Jürgen Stroop decidiu queimar todo o Gueto. Alguns membros da resistência se embrenharam pelos esgotos, sob as ruas de Varsóvia, e viveram para contar sua história. Milhares de documentos foram encontrados anos depois, um testemunho do horror entre os muros do Gueto.

"Essa é a história sobre pessoas famintas desesperadas, enfrentando a morte iminente e usando o último grama de energia para lutar contra opressores", afirmou Zachary. O polonês vê, no Levante do Gueto de Varsóvia, lições sobre dignidade e humanidade. "Os nazistas tentaram tornar os judeus subumanos, mas, naqueles momentos de combate, os insurgentes reafirmaram o seu direito de viverem neste mundo."


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