Almanaque Raimundo Floriano
(Cultural, sem fins comerciais, lucrativos ou financeiros)


Raimundo Floriano de Albuquerque e Silva, Editor deste Almanaque, também conhecido como Velho Fulô, Palhaço Seu Mundinho e Mundico Trazendowski, nascido em Balsas , Maranhão, a 3 de julho de 1936, Católico Apostólico Romano, Contador, Oficial da Reserva do Exército Brasileiro, Funcionário Público aposentado da Câmara dos Deputados, Titular da Cadeira nº 10 da Academia Passa Disco da Música Nordestina, cuja patrona é a cantora Elba Ramalho, Mestre e Fundador da Banda da Capital Federal, Pesquisador da MPB, especializado em Velha Guarda, Música Militar, Carnaval e Forró, Cardeal Fundador da Igreja Sertaneja, Pioneiro de Brasília, Xerife nos Mares do Caribe, Cordelista e Glosador, Amigo do Rio das Balsas, Inventor da Descida de Boia, em julho de 1952, Amigo da Fanfarra do 1° RCG, autor dos livros O Acordo PDS/PTB, coletânea de charges, Sinais de Revisão e Regras de Pontuação, normativo, Do Jumento ao Parlamento, com episódios da vida real, De Balsas para o Mundo, centrado na navegação fluvial Balsas/Oceano Atlântico, Pétalas do Rosa, saga da Família Albuquerque e Silva, Memorial Balsense, dedicado à história de sua terra natal, e Caindo na Gandaia, humorístico apimentado, é casado, tem quatro filhos, uma nora, um genro e dois netos e reside em Brasília, Distrito Federal, desde dezembro de 1960.

Domingo – Dia de Matinê no Cinema Local domingo, 12 de março de 2023

MÃOS TALENTOSAS (2009) – UM FILME INTELIGENTE E HUMANO

 

HOJE: CINEBIOGRAFIA

MÃOS TALENTOSAS (2009) – UM FILME INTELIGENTE E HUMANO

Gentileza do Colunista Cícero Tavares

 

O ator Cuba Gooding Jr. intérprete do Dr. Ben Carson na telona

 

“Mãos Talentosas”, dirigido pelo diretor americano Thomas Carter, narra a cinebiografia de Benjamin Solomon Carson (Cuba Gooding Junior), criança pobre de Detroit, que sempre levou uma vida desmotivada, já que tirava notas baixas e não tinha perspectivas de um grande futuro. O que ele e os que estavam ao redor não esperavam era que ele, Bem Carson, se tornaria um neurocirurgião de fama mundial, e aos 33 anos, se tornaria o Diretor do Centro de Neurologia Pediátrica do Hospital Universitário Johns Hopkins. E em 1987, alcançou renome mundial por seu desempenho na bem-sucedida separação de dois gêmeos siameses. Sua história, profundamente humana, descreve o papel vital que a mãe desempenhou na metamorfose do filho.

Filho de mãe solteira, negra e analfabeta, Bem Carson, é um menino que passa por muitas dificuldades nas aulas. Ele não consegue acompanhar a sala de aula no mesmo ritmo e não tem apoio da maioria de seus professores, figuras impacientes que o consideram um caso perdido, exemplo cabal de alguém incapaz.

Sua mãe, mesmo diante de tantas limitações, surge em cena como sua maior incentivadora. Ela o encaminha para a leitura, forçando-o a entender a biblioteca como um espaço de aprendizagem a ale da burocracia da nota. Ao propor ao filho a leitura de dois livros por semana como projeto de vida, numa função empreendedora e educativa, a sua matriarca lhe permite a pavimentação de um caminho que o leva ao Hospital Anthony Hopkins, numa jornada inicialmente complexa e com fortes indícios de desistência, perspectiva turva que logo se transforma e permite ao personagem se tornar um dos mais renomados neurocirurgiões de sua época.

Benjamin (seu nome completo), é fruto de um lar marcado por abandono. No trabalho de sua mãe, a casa de uma viúva, teve a oportunidade de aprimorar a leitura. Em sua caminhada de muito estudo, investigação científica e aplicação de metodologia da pesquisa diante de cada caso médico que lhe vinha como desafio, Bem Carson consegue alcançar metas muito além daquilo que inicialmente havia planejado para sua vida.

Seu auge foi em 1987, quando alcançou renome numa cirurgia delicada que marcou para sempre a vida de todas as pessoas envolvidas, a separação de gêmeos siameses, unificados pela parte superior da cabeça, um processo considerado inimaginável para muitos profissionais de seu segmento. Foram árduos cinco meses de preparação, num procedimento que durou em média 22 horas e contou com apoio de 70 profissionais de saúde. Aos 33 anos, tornou-se chefe da neurocirurgia pediátrica, tendo ficado conhecido por introduzir o coração dos pacientes à hipotermia, estratégia que manteve o coração dos bebês parados, evitando perda de sangue e, consequentemente, dando chance ao processo de reconstrução do sistema circulatório do cérebro de cada um dos gêmeos separados nesta jornada revolucionária.

Interessante observar que mesmo pressionado pelo desestímulo que vinha de vários lados de seu cotidiano, o anseio pela pesquisa e pelo conhecimento era algo integrado no protagonista, uma figura que precisou de orientações para conseguir driblar as suas incertezas. Quando criança, Ben se envolveu com uma pesquisa sobre rochas que o levou a ler, analisar, desenvolver senso crítico e pesquisar para aprimorar as suas habilidades interpretativas. Ademais, em Mãos Talentosas: A História de Ben Carson, podemos observar como a questão da leitura, tema polêmico e geralmente desanimador, é um forte elemento empreendedor em nossas vidas. No filme, compreendemos que ler não é devorar e memorizar bibliografias, mas assimilar o seu conteúdo e aplicar na transformação da informação em conhecimento. Via de inclusão social, a leitura permite a ampliação do nosso repertório cultural, dando maior embasamento para o que produzimos dentro de nossas respectivas áreas de atuação cidadã.

Sem curva dramática exponencial demais, tampouco pontos de virada emocionantes, o roteiro de John Pielmeier para Mãos Talentosas: A História de Ben Carson segue um fluxo linear, com alguns flashbacks explicativos, se mantendo no mesmo nível do começo ao fim. Apropriado por pessoas no campo da administração, psicologia, pedagogia e até mesmo no meio dos doutrinadores evangélicos, o trajeto biográfico de Benjamin Carson é uma narrativa de numerosas possibilidades reflexivas, tendo no entretenimento um produto acima da média, com bons momentos dramáticos, desempenho esforçado do elenco e concepção estética dentro de seus limites, não sendo uma obra-prima do cinema, mas contendo em si méritos que atendem ao que a sua estrutura propõe. Dentro os principais pontos de vista, como já mencionado, é uma história para pensarmos superação, mas também a importância da leitura como meio canalizador de novas aprendizagens sempre, bem como desenvolvimento do raciocínio.

Aqui, concluímos que ler não apenas decodificar símbolos, mas generalizar, sintetizar, propor hipóteses para o que é debatido, num diálogo com aquilo que está escrito e exposto para nossa interpretação. Em seus 86 minutos, Mãos Talentosas: A História de Ben Carson funciona como uma narrativa de entretenimento médio, estruturada por um tecido dramático coeso e simples, sem grandes momentos para a história da dramaturgia, mas com uma trama que evita o tom novelesco geralmente prejudicial da linguagem de muitos telefilmes. O direcionamento narrativo é direto, objetivo, prende o espectador e permite reflexões sobre as nossas vidas, independente do ponto em que nos encontramos localizados, tanto para quem começou o seu projeto de vida por agora quanto para aqueles que já estão avançados, firmes, isto é, estabelecidos nesta vida em que nada é uma certeza absoluta e tudo pode mudar num segundo. Lembra-se da pandemia que nos pegou em 2020? Pois é, prova cabal de que nada pode ser mais tão estagnado como pensávamos.

Um filme inteligente e humano. História de um homem que fez história como médico, pobre e negro.

Fica a reflexão.

Trailer Oficial de Mãos Talentosas

 

 

História de Ben Carson

 

 

CPB notícias – Entrevista exclusiva com Dr. Ben Carson – Parte 01/04 – exibida na TV Novo Tempo

 

 

 

 


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