Almanaque Raimundo Floriano
(Cultural, sem fins comerciais, lucrativos ou financeiros)


Raimundo Floriano de Albuquerque e Silva, Editor deste Almanaque, também conhecido como Velho Fulô, Palhaço Seu Mundinho e Mundico Trazendowski, nascido em Balsas , Maranhão, a 3 de julho de 1936, Católico Apostólico Romano, Contador, Oficial da Reserva do Exército Brasileiro, Funcionário Público aposentado da Câmara dos Deputados, Titular da Cadeira nº 10 da Academia Passa Disco da Música Nordestina, cuja patrona é a cantora Elba Ramalho, Mestre e Fundador da Banda da Capital Federal, Pesquisador da MPB, especializado em Velha Guarda, Música Militar, Carnaval e Forró, Cardeal Fundador da Igreja Sertaneja, Pioneiro de Brasília, Xerife nos Mares do Caribe, Cordelista e Glosador, Amigo do Rio das Balsas, Inventor da Descida de Boia, em julho de 1952, Amigo da Fanfarra do 1° RCG, autor dos livros O Acordo PDS/PTB, coletânea de charges, Sinais de Revisão e Regras de Pontuação, normativo, Do Jumento ao Parlamento, com episódios da vida real, De Balsas para o Mundo, centrado na navegação fluvial Balsas/Oceano Atlântico, Pétalas do Rosa, saga da Família Albuquerque e Silva, Memorial Balsense, dedicado à história de sua terra natal, e Caindo na Gandaia, humorístico apimentado, é casado, tem quatro filhos, uma nora, um genro e dois netos e reside em Brasília, Distrito Federal, desde dezembro de 1960.

O Globo sábado, 13 de maio de 2023

MARCOS FROTA: ASTRO FALA SOBRE SUA VIDA

 

Por Gabriel Menezes

 

Marcos Frota com uma das bolsas que ganhou antes das gravações de 'Mulheres de areia' e incorporou ao figurino de Tonho da Lua
Marcos Frota com uma das bolsas que ganhou antes das gravações de 'Mulheres de areia' e incorporou ao figurino de Tonho da Lua Arquivo pessoal

Sucesso de audiência no Globoplay, a novela “Mulheres de areia” (1993) voltará ao ar em breve nas tardes da Globo no lugar de “Chocolate com pimenta”. Intérprete de um dos personagens mais marcantes da trama, o Tonho da Lua, Marcos Frota diz que ficou eufórico com a notícia:

— É um trabalho que tem 30 anos e de lá para cá marcou muitas gerações, não só no Brasil, mas no mundo todo. É uma das novelas da Globo mais vendidas no exterior. Isso, para mim, rendeu uma série de ótimas histórias em viagens. Em 1995, por exemplo, fui convidado para participar com uma comitiva brasileira da posse do presidente do Uruguai, Julio María Sanguinetti. Ao me ver, ele parou a cerimônia e veio falar comigo me chamando de Tonho da Lua. Uma vez, em Lisboa, encontrei com o Mario Soares (ex-primeiro ministro e presidente do país) e ele me contou que, quando a novela entrava no ar, ele fechava o gabinete dele.

Foi também em Portugal que ele viveu um encontro emocionante por conta do personagem:

— Eu estava na região do Porto caminhando para ver o pôr do sol. De repente, vejo um homem de dois metros de altura correndo na minha direção. Aí eu pensei: ou eu vou ser agredido ou ser assaltado aqui. Comecei a pensar um plano de fuga ou defesa. Ele então se aproximou e me abraçou forte, me segurou pelo rosto. Aí contou que era o dublador do Tonho da Lua na Rússia. Ele estava muito emocionado com aquele encontro, porque disse que precisou me estudar bastante para o trabalho, já que o Tonho não só falava, mas tinha trejeitos muito característicos.

Frota conta que um dos elementos do figurino do personagem, a bolsa que ele carregava o tempo todo, foi uma sugestão sua e ocorreu após um episódio logo antes do início das gravações:

— Eu estava voltando de Guaxupé (no interior de Minas Gerais), minha cidade natal. Parei num posto de gasolina, e um menino me presenteou com três bolsas. Essas bolsas se chamam embornal e são muito caraterísticas daquela região. Eu achei que tinha tudo a ver com Tonho. Usei uma delas durante a novela toda e guardei as outras duas (veja na foto abaixo). A que esteve no ar comigo ficou muito desgastada e não resistiu. As outras eu tenho até hoje.

Ele comenta que viver o personagem o ajudou a enfrentar uma grande tragédia na sua vida: a morte da sua primeira esposa, Cibele, num acidente de carro, poucos dias após o fim da novela. Ela é a mãe dos seus três filhos mais velhos e foi sua primeira namorada, desde a época do ginásio:

— O Tonho da Lua tem um lado espiritual muito aflorado. Eu precisei trabalhar isso durante todo o período das gravações. Quando a Cibele morreu, fiquei perdido, com três crianças. Mas, por ter tido esse processo todo, me senti acolhido pelo Tonho da Lua. Isso é algo que hoje, depois de tanto tempo, eu consigo falar. Quando eu revejo alguma cena da novela, sem querer mistificar muito, sinto que eu fui preparado para enfrentar aquele momento. Eu consegui fazer daquela dor uma dor de evolução. Tive a possibilidade de ser o pai e a mãe dos meus filhos. Isso criou uma relação de uma cumplicidade total entre a gente, construída neste período de muito sofrimento.

Aos 66 anos, o ator hoje é avô de três netos pequenos, de 4, 3 e 1 ano. Tem ainda um filho do seu segundo casamento, com Carolina Dieckmann: Davi, de 24. O rapaz chama a atenção nas redes sociais pela grande semelhança com o pai:

Frota e Carolina Dieckmann ficaram casados de 1997 a 2004.

— É claro que a separação foi um momento difícil. Não tem como não ser. Foram quase dez anos entre se conhecer, namorar e casar. Foi triste. Mas fomos honestos um com o outro e isso criou um espaço para uma relação boa, saudável e fraterna. Até porque a gente tem um filho juntos e sempre teremos assuntos em comum. Hoje, depois de tanto tempo de separação, eu vejo a Carolina numa fase tão boa, bem casada e com uma relação madura com a carreira. Ela está linda no ar agora. Eu acompanho e fico orgulhoso. Os meus filhos mais velhos frequentam a casa dela e são muito próximos. Estamos superbem — conta o ator, que atualmente está namorando, mas diz preferir manter o relacionamento longe dos holofotes: — Estou superfeliz e bem resolvido no campo afetivo. Eu procuro não fazer disso algo midiático, porque hoje em dia, com a internet, as coisas ganham uma proporção enorme. Prefiro ser mais discreto. Viver mais do que falar.

Profissionalmente, o trabalho mais recente do ator na TV foi numa participação na novela “Sol nascente” (2016). De lá para cá, ele tem se dedicado ao circo. Frota criou um projeto chamado “Universidade do circo”, que atualmente conta com o financiamento da Petrobras e atende cerca de 1.500 jovens:

— Esses meninos todos estão indo para grandes circos e parques no mundo. Eu sou muito convidado hoje para participar dos grandes festivais de circo no mundo. Mas eu sinto uma saudade enorme de fazer televisão. Tenho uma relação longa e muito boa com a Globo e acho que esse retorno vai acontecer. Já recebi convites para outras emissores e canais, mas nunca aceitei. Sempre preferir ter esse cuidado de preservar essa história que construí com a Globo.

Marcos Frota com uma das bolsas que ganhou antes das gravações de 'Mulheres de areia' e incorporou ao figurino de Tonho da Lua  — Foto: Arquivo pessoal

Marcos Frota com uma das bolsas que ganhou antes das gravações de 'Mulheres de areia' e incorporou ao figurino de Tonho da Lua — Foto: Arquivo pessoal

Marcos Frota com a bolsa de Tonho da Lua em cena com Gloria Pires em "Mulheres de areia" — Foto: Reprodução

Marcos Frota com a bolsa de Tonho da Lua em cena com Gloria Pires em "Mulheres de areia" — Foto: Reprodução

 

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