Almanaque Raimundo Floriano
(Cultural, sem fins comerciais, lucrativos ou financeiros)


Raimundo Floriano de Albuquerque e Silva, Editor deste Almanaque, também conhecido como Velho Fulô, Palhaço Seu Mundinho e Mundico Trazendowski, nascido em Balsas , Maranhão, a 3 de julho de 1936, Católico Apostólico Romano, Contador, Oficial da Reserva do Exército Brasileiro, Funcionário Público aposentado da Câmara dos Deputados, Titular da Cadeira nº 10 da Academia Passa Disco da Música Nordestina, cuja patrona é a cantora Elba Ramalho, Mestre e Fundador da Banda da Capital Federal, Pesquisador da MPB, especializado em Velha Guarda, Música Militar, Carnaval e Forró, Cardeal Fundador da Igreja Sertaneja, Pioneiro de Brasília, Xerife nos Mares do Caribe, Cordelista e Glosador, Amigo do Rio das Balsas, Inventor da Descida de Boia, em julho de 1952, Amigo da Fanfarra do 1° RCG, autor dos livros O Acordo PDS/PTB, coletânea de charges, Sinais de Revisão e Regras de Pontuação, normativo, Do Jumento ao Parlamento, com episódios da vida real, De Balsas para o Mundo, centrado na navegação fluvial Balsas/Oceano Atlântico, Pétalas do Rosa, saga da Família Albuquerque e Silva, Memorial Balsense, dedicado à história de sua terra natal, e Caindo na Gandaia, humorístico apimentado, é casado, tem quatro filhos, uma nora, um genro e dois netos e reside em Brasília, Distrito Federal, desde dezembro de 1960.

Raimundo Floriano - Perfis e Crônicas terça, 15 de agosto de 2017

MEU FILHO GANHOU UM CACHORRO. E AGORA?

MEU FILHO GANHOU UM CACHORRO. E AGORA?

(Publicada no dia 18.08.2014)

Raimundo Floriano

 

 

                        Sou leitor compulsivo. No ano de 2013, devorei 95 peças. Neste 2014, mesmo com o pé no freio, já estou na quadragésima primeira!

 

                        Ultimamente, tenho procurado conhecer trabalhos de autores contemporâneos, preferencialmente moradores no Distrito Federal e Entôrno – com acento, para não pensarem que estou derramando o Distrito –, pessoas facilmente encontráveis em shoppings, salas de espera, feiras, pontos de ônibus, restaurantes, enfim, aonde quer que se vá. Gente da gente!

 

                        Isso me é deveras facilitado pela Thesaurus, minha editora, cujas prateleiras concentram mais de noventa por cento da produção literária brasiliense e adjacente.

 

                        Quando o trabalho não me agrada, calo-me. Se gosto, dou um jeito de entrar em contado com o autor e expressar-lhe minha aprovação. No caso de embevecer-me por demais, não me contenho e faço tudo para apregoar isso aos os quatro cantos, como é o caso deste em evidência, a cujo lançamento compareci, acompanhado da Veroni, minha mulher.

 

 Raimundo, Cristina e Veroni                       

                        Para não derrapar na digitação, aqui exibo a contracapa e as duas orelhas:

 

 

 

 

                        Satisfazendo o desejo do compartilhamento de minha satisfação com todos vocês, nada melhor do que me valer desta excepcional vitrine, o Jornal da Besta Fubana, maior movimento cultural brasileiro na atualidade, o que agora farei, tal qual meus fieis leitores, neste frio inverno, verão.

 

                        Em seu primeiro livro, Cristina Umpierre já vem arrebentando! Direta ao ponto, sem rebuscamento nem introspecção, dá o recado, diverte e instrui. Livre de consulta a dicionário, 103 páginas, li-o de uma lapada só. Além de ver nele qualidade no conteúdo, admirei sua correção gramatical. Num ponto, até temos algo em comum: evitar o uso de artigo definido antes de possessivos, a não ser para dar clareza ao enunciado.

 

                        Escrever é uma coceira. Quando começamos, não mais podemos parar. Em 2003, aos 67 de idade, lancei meu primeiro livro. Desde então, tomei gosto pela coisa e já estou no sexto, em fase de acabamento lá na Thesaurus. Mire-se Cristina em mim e mande brasa!

 

                        Porque ela tem talento, imaginação, bom humor, tudo, enfim, para conquistar o sucesso no mundo das letras.

 

                        Quando falo que seu livro instrui, refiro-me a meu caso pessoal, que passei, após sua leitura, a respeitar os cachorros e compreender seus donos. Pelo menos, tenho esse propósito, haja vista que, até agora, tinha – não sei se acabou mesmo – verdadeiro pavor de cachorro. Mais do que de alma do outro mundo ou de cobra cascavel. Quando chego à residência de alguém que o possui, vou logo cantando este refrão da axé-music: Segure o cão, amarre o cão, segure o cão, cão, cão, cão, cão!

 

                        Isso porque, aos 13 anos, fui mordido de cachorro, motivo que me fez proibir a entrada deles aqui em casa. Felizmente, minhas filhas nunca o desejaram. Doravante, com esse novo aprendizado, serei tolerante para com algum neto que, porventura, chegue aqui do colégio premiado com um exemplar.

 

                        Minha caçula, bióloga, possui uma tartaruga. Há dez anos, quando a ganhou, o bicho não passava de um palmo. Hoje, deve medir palmo e meio. Gosta de dormir enrolada nos fios do computador e periféricos, fazendo-nos supor que adora levar choque. É um tartarugo, macho. Durante o dia, fica na cozinha, apoiado no pé da empregada, se relando, denotando nisso algum apelo sexual. Esse tartarugo é uma compensação, uma transigência, em vista de meu veto a gatos, cachorros e assemelhados.

 

                        Curiosidade: por que é que os cachorros só andam de boca aberta? Não acho quem me explique esse fenômeno. A dupla Alvarenga e Ranchinho dizia que é para equilibrar o rabo. Sei não!

 

                        Para outras dúvidas, já consegui explicação nestes meus 78 anos de labuta. Por que é que o cachorro entra na igreja? Porque acha a porta aberta! Por que o cachorro sai da igreja? Porque entrou! Por que o cachorro corre atrás de automóveis e até de trens de ferro? Porque sua visão minimiza tudo o que enxerga, transformando o avistado numa escala menor que seu próprio tamanho! Assim falou Chico Fogió, meu Assessor em Assuntos Piauizeiros!

 

                        A autora refere-se à famosa “cheirada”! Isso não poderia faltar! É fenômeno internacional e até interplanetário. Não há cachorro no mundo, de qualquer raça, que, ao encontrar-se com outro, não lhe dê uma cheirada “naquele lugar”, e vice-versa. Conheço duas explicações.

 

                        A primeira: houve uma festa no céu para todos os cachorros do mundo. Na entrada, São Pedro, temendo a bagunça, determinou que eles retirassem os fiofós e os deixassem depositados na Portaria, para pegá-los ao término da função. Aconteceu que, de repente, surgiu uma briga entre a cachorrada, e todos debandaram em disparada, afobados, pegando qualquer fiofó na saída. Passado o susto, cada qual está até hoje conferindo para saber se o companheiro recém-avistado é o portador de sua peça anatômica trocada na festa.

 

                        A segunda: no tempo em que se amarrava cachorro com linguiça, houve uma desgraceira. Algum deles, às escondidas, comeu um dos laços linguiçais, de forma que, à noite, na hora da amarração, deu-se por falta da peça devorada pelo ladrão. Para descobrir o infrator e puni-lo, o Rei dos Cachorros determinou que todos os súditos cheirassem mutuamente o sub-rabo, costume que se mantém até hoje. E nada de identificar o guloso meliante!

 

                        Por que o cachorro, ao fazer xixi, levanta a perna? Porque, no início do Mundo, um cachorro foi mijar numa parede, que caiu por cima dele. Por precaução, eles agora seguram o apoio, antes da micção, seja parede, árvore, poste, carro, etc.

 

                        Na metade do livro, a autora narra a frustrada tentativa de acasalamento do vira-lata Bigu, herói da história, com uma cadela de sua laia, pertencente a um vizinho, a qual o rejeitou. Fiquei com peninha dele nesse malfadado lance, que só malogrou devido à fêmea não se encontrar no período propício à luxúria. Porque cachorra no cio dá até para bicicleta, velocípede e cano do tanque de lavar roupas.

 

                        No livro A Pedra do Reino, de Ariano Suassuna, há um episódio muito engraçado, faceto, hilariante, envolvendo um cachorro supostamente no cio. Vinha a mãe da Secretaria do Corregedor caminhando calmamente pela rua, quando foi assediada voluptuosamente por um cachorrão, que a enlaçou pela cintura, segurando-a com firmeza, e transou com suas pernas. No dizer popular, botou-lhe nas coxas!

 

                        Que a escritora Cristina Umpierre, assim como vocês, meus leitores, me desculpem o atrevimento e as saliências brincalhonas. O que eu quero dizer mesmo é que seu livro é Nota Dez, gostei muito dele, pois lúdico, inteligente, didático e educativo, merecendo a adoção nas escolas infantojuvenis, para a formação cívica de nossos estudantes.

 

                        À autora, meus parabéns! Que prossiga em sua trilha criativa, o que só engrandecerá a Literatura Brasileira! 

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