Almanaque Raimundo Floriano
(Cultural, sem fins comerciais, lucrativos ou financeiros)


Raimundo Floriano de Albuquerque e Silva, Editor deste Almanaque, também conhecido como Velho Fulô, Palhaço Seu Mundinho e Mundico Trazendowski, nascido em Balsas , Maranhão, a 3 de julho de 1936, Católico Apostólico Romano, Contador, Oficial da Reserva do Exército Brasileiro, Funcionário Público aposentado da Câmara dos Deputados, Titular da Cadeira nº 10 da Academia Passa Disco da Música Nordestina, cuja patrona é a cantora Elba Ramalho, Mestre e Fundador da Banda da Capital Federal, Pesquisador da MPB, especializado em Velha Guarda, Música Militar, Carnaval e Forró, Cardeal Fundador da Igreja Sertaneja, Pioneiro de Brasília, Xerife nos Mares do Caribe, Cordelista e Glosador, Amigo do Rio das Balsas, Inventor da Descida de Boia, em julho de 1952, Amigo da Fanfarra do 1° RCG, autor dos livros O Acordo PDS/PTB, coletânea de charges, Sinais de Revisão e Regras de Pontuação, normativo, Do Jumento ao Parlamento, com episódios da vida real, De Balsas para o Mundo, centrado na navegação fluvial Balsas/Oceano Atlântico, Pétalas do Rosa, saga da Família Albuquerque e Silva, Memorial Balsense, dedicado à história de sua terra natal, e Caindo na Gandaia, humorístico apimentado, é casado, tem quatro filhos, uma nora, um genro e dois netos e reside em Brasília, Distrito Federal, desde dezembro de 1960.

O Globo quarta, 16 de fevereiro de 2022

MPB: CONHEÇA AGNES NUNES, A BAIANA DE 19 ANOS QUE CONQUISTOU CAETANO VELOSO

Conheça Agnes Nunes, a baiana de 19 anos que conquistou Caetano Veloso e acaba de lançar seu primeiro álbum

“Fiquei maravilhado com Agnes Nunes desde que vi seus vídeos paraibanos, em casa, ao piano, talento forte e real”, elogiou Caetano Veloso
Agnes Nunes Foto: Pedro Napolinário / Pedro Napolinário
Agnes Nunes Foto: Pedro Napolinário / Pedro Napolinário

Agnes afirma que o disco é uma “reflexão real” de sua vida e passeia por diferentes fases. “Esse trabalho sempre será um dos mais lindos e verdadeiros. Dei a cara a tapa por ser completamente apaixonada pela arte. Sei que tem muita gente por aí que vai entender esse projeto, que se identificará com as letras e permitirá que as melodias toquem o coração. A música me salvou, me trouxe até aqui.”

 Filha de uma professora universitária, a cantora nasceu em Feira de Santana, na Bahia, e mudou-se aos nove meses para o sertão da Paraíba. “Mainha precisou ir à luta para nos sustentar e fui morar um tempo com vovó. Com meu pai, não tive contato. Claro que chorei em datas festivas, mas mamãe nunca me desamparou. Desempenhou os dois papéis com maestria. Aprendi cedo que tudo OK não ter a presença masculina em casa. Foi incrível crescer cercada por mulheres inspiradoras.”

Com a mãe, aliás, descobriu o poder da música popular brasileira. Já a avó a introduziu ainda menina ao universo do forró de serra. Sozinha, apaixonou-se por Nina Simone e Etta James. “Sou esse caldeirão de referências”, observa a jovem estrela, que caiu nas graças de um olheiro aos 14 anos, depois de publicar um cover na internet. “Na minha cabeça, não existia a menor possibilidade dessa profissão dar certo, mas resolvi arriscar. Disse: ‘Mainha, se não funcionar, faço minha faculdade de História e viro professora’. Aos 17, formada no Ensino Médio, minha mãe e eu partimos rumo ao Rio de Janeiro”, recorda. “As coisas começaram a acontecer e vi que poderia viver desse sonho. Lancei uma canção aqui, outra ali; e, no início da pandemia, iniciei a produção desse álbum. Foram 20 meses compondo e gravando.”

Tempo suficiente para conquistar fãs do porte de Caetano Veloso: “Fiquei maravilhado com Agnes Nunes desde que vi seus vídeos paraibanos, em casa, ao piano, talento forte e real. Orgulhoso pelo fato de ela ter nascido no mesmo estado que eu. E grato por ela ter ido parar na Paraíba, lugar que educa muito. Como segurar a emoção diante dela cantando ‘Você é linda’? A gente olha para ela e pensa: a frase que está cantando é a que meu espírito diz a ela. A música sendo de minha autoria, o círculo se fecha”.

Ao longo do processo, Agnes revisitou memórias, nem todas agradáveis. Trouxe à tona o racismo que precisou enfrentar logo nos primeiros anos da adolescência. “Era atacada constantemente nas ruas e na escola. Mandavam eu raspar meus cabelos para nascer outros bons, perguntavam o que escondia no meu black. Sofri bastante nesse mundo, e a dor me fez amadurecer precocemente. Só para constar: achava meu look um deslumbre.”

Nos 45 do segundo tempo, nasceu a faixa título do disco. “Escrevi ‘Menina mulher’ para minha avó, durante um período na Península de Maraú, na Bahia. Ela sempre teve relacionamentos complicados, chorava constantemente. Falo para vovó num trecho: ‘Esqueça logo esse moço, não perca tempo, vem dançar’. Foi nessa pequena temporada que perdi meu medo do mar. Enxerguei como um renascimento.”

Pesquisador de cultura pop da Universidade Federal de Pernambuco, Thiago Soares inclui Agnes dentro das novas vozes negras da música nacional, colocando em pauta temas urgentes: a questão racional, machismo. E vai além. “O que a torna singular é esse diálogo com o r&b. Lá fora, temos Solange Knowles (irmã de Beyoncé) que mistura esse som com o pop muito bem”, analisa Soares. Para Simone Pereira de Sá, professora de Estudos de Mídia da UFF, com pesquisas em música pop e internet, o trabalho de Agnes merece ser acompanhado pela linguagem e pela personalidade. “Ela grava músicas preferencialmente românticas, com refrões chicletes, no melhor sentido da palavra. Faz clipes elaborados, com narrativas e roupagem. É muito interessante.”

Com shows marcados na Inglaterra e em Portugal, a baiana afirma que está preparada para o sucesso: “Quero mostrar que é possível chegarmos a algum lugar. Saí do sertão e aqui estou, pronta para colher os frutos”.


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