Almanaque Raimundo Floriano
(Cultural, sem fins comerciais, lucrativos ou financeiros)


Raimundo Floriano de Albuquerque e Silva, Editor deste Almanaque, também conhecido como Velho Fulô, Palhaço Seu Mundinho e Mundico Trazendowski, nascido em Balsas , Maranhão, a 3 de julho de 1936, Católico Apostólico Romano, Contador, Oficial da Reserva do Exército Brasileiro, Funcionário Público aposentado da Câmara dos Deputados, Titular da Cadeira nº 10 da Academia Passa Disco da Música Nordestina, cuja patrona é a cantora Elba Ramalho, Mestre e Fundador da Banda da Capital Federal, Pesquisador da MPB, especializado em Velha Guarda, Música Militar, Carnaval e Forró, Cardeal Fundador da Igreja Sertaneja, Pioneiro de Brasília, Xerife nos Mares do Caribe, Cordelista e Glosador, Amigo do Rio das Balsas, Inventor da Descida de Boia, em julho de 1952, Amigo da Fanfarra do 1° RCG, autor dos livros O Acordo PDS/PTB, coletânea de charges, Sinais de Revisão e Regras de Pontuação, normativo, Do Jumento ao Parlamento, com episódios da vida real, De Balsas para o Mundo, centrado na navegação fluvial Balsas/Oceano Atlântico, Pétalas do Rosa, saga da Família Albuquerque e Silva, Memorial Balsense, dedicado à história de sua terra natal, e Caindo na Gandaia, humorístico apimentado, é casado, tem quatro filhos, uma nora, um genro e dois netos e reside em Brasília, Distrito Federal, desde dezembro de 1960.

Isabela Boscov terça, 13 de junho de 2017

MULHER MARAVILHA - FIRME E FORTE EM PRIMEIRO LUGAR NA BILHETERIA

Mulher-Maravilha – Firme e forte em 1º na bilheteria

Sucesso de “Mulher-Maravilha” não tem segredo: é merecido

Em todo lugar, leio os mesmos comentários de quem já viu Mulher-Maravilha: “Que filme!”; “Que lindo!”. Bilheteria é voto direto, e a do filme estrelado por Gal Gadot vem ganhando de lavada nas urnas: nos Estados Unidos, no seu segundo fim de semana em cartaz, bateu com folga a estreia da Múmia de Tom Cruise e continuou liderando a arrecadação. No Brasil, o quadro é o mesmo – liderança tranquila de Mulher-Maravilha na sua segunda semana de exibição.

Claro que se encontra uma ou outra “denúncia” virulenta de que o filme, protagonizado por uma mulher e dirigido por outra, só está sendo elogiado por obrigação politicamente correta, ou como parte de uma conspiração sinistra para promover a dominação feminina e anular os homens. Quase dá para ter certeza que esses queixosos não assistiram ao filme. Porque dominação e anulação são o oposto do que Mulher-Maravilha prega: se a plateia sai do cinema tão feliz, empolgada e até inspirada, é porque a diretora Patty Jenkins, primeiro, fez um baita filme. E, segundo, porque tudo nele cristaliza a ideia simples, mas encorajadora, de que cada um de nós tem a possibilidade de ser, amanhã, uma versão de si um pouco melhor que a de hoje. Diana faz grandes gestos para salvar o mundo. Mas é nos pequenos gestos – na solidariedade com uma secretária estafada, na consideração com que ouve os companheiros de armas falarem de suas desventuras – que a pureza e a gentileza dela brilham.

Na Ilha de Themyscira, Diana é uma princesa de coração virtuoso e valores nobres – coisa relativamente fácil num lugar em que todos (ou todas, já que lá só há mulheres) têm seus lugares assinalados. Já na Europa de 1914-1918, arrasada pela I Guerra Mundial, convulsionada por rixas de poder, dilacerada por antagonismos tribais e dividida por todo tipo de injustiça, Diana tem que batalhar duro para não perder de vista o que significam pureza e nobreza, e encontrar algum vestígio desses princípios ao qual se aferrar. Steve Trevor, o espião americano que cai em Themyscira e de lá sai acompanhado de Diana, está fazendo a sua parte para deter a máquina da guerra. Mas, no convívio com Diana, ele percebe como se tornou cínico, e como aceita fácil esperar sempre o pior de todos. O pragmatismo de Steve dá a Diana o seu propósito: testa as convicções dela contra a realidade e a ensina a usar sua força e seu idealismo de maneira eficaz, concreta. E o idealismo de Diana lembra Steve de que é preciso olhar não só as partes, mas o todo; ela faz dele o homem que ele poderia e deveria ser. Os pragmáticos e os idealistas, os homens e as mulheres, são todos necessários e complementares – se não como pares, sempre como polaridades que se devem conciliar.

Patty Jenkins, enfim, faz de Mulher-Maravilha uma história sobre existir no mundo que se tem, e enche essa história com as coisas que definem a existência – humor, paixão, desavença, deslumbramento, decepção . Por causa delas, o filme ganha vida e ressoa junto ao espectador. Há quem veja nos filmes de super-herói um sintoma da infantilização da cultura, e lamente que uma geração tenha neles sua fonte primordial de inspiração. Pode ser que sim, pode ser que não, e pode ser que talvez. Mas, no frigir dos ovos, estou com Patty: é preciso existir no mundo em que se está, e lidar com ele. Se as aventuras de super-heróis são a dieta básica, que bom que essa dieta contém coisas como Mulher-Maravilha, um filme que defende que a finalidade de levantar uma boa bandeira – paz, justiça, igualdade disso e daquilo – não é criar mais caos e disputa, mas agir no sentido de tornar a bandeira dispensável.


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