Almanaque Raimundo Floriano
(Cultural, sem fins comerciais, lucrativos ou financeiros)


Raimundo Floriano de Albuquerque e Silva, Editor deste Almanaque, também conhecido como Velho Fulô, Palhaço Seu Mundinho e Mundico Trazendowski, nascido em Balsas , Maranhão, a 3 de julho de 1936, Católico Apostólico Romano, Contador, Oficial da Reserva do Exército Brasileiro, Funcionário Público aposentado da Câmara dos Deputados, Titular da Cadeira nº 10 da Academia Passa Disco da Música Nordestina, cuja patrona é a cantora Elba Ramalho, Mestre e Fundador da Banda da Capital Federal, Pesquisador da MPB, especializado em Velha Guarda, Música Militar, Carnaval e Forró, Cardeal Fundador da Igreja Sertaneja, Pioneiro de Brasília, Xerife nos Mares do Caribe, Cordelista e Glosador, Amigo do Rio das Balsas, Inventor da Descida de Boia, em julho de 1952, Amigo da Fanfarra do 1° RCG, autor dos livros O Acordo PDS/PTB, coletânea de charges, Sinais de Revisão e Regras de Pontuação, normativo, Do Jumento ao Parlamento, com episódios da vida real, De Balsas para o Mundo, centrado na navegação fluvial Balsas/Oceano Atlântico, Pétalas do Rosa, saga da Família Albuquerque e Silva, Memorial Balsense, dedicado à história de sua terra natal, e Caindo na Gandaia, humorístico apimentado, é casado, tem quatro filhos, uma nora, um genro e dois netos e reside em Brasília, Distrito Federal, desde dezembro de 1960.

José de Oliveira Ramos - Enxugando Gelo terça, 31 de janeiro de 2017

NO MAR E NA TERRA

 

Saber quantos somos hoje não é o mais importante, para alguns – os que produzem alimento e os que recebem impostos.

O que comeremos e onde viveremos num futuro não tão distante?

Moraremos na lua?

Comeremos o que?

Moraremos num celular, no “zap-zap” ou viveremos em algum e-mail?

Comeremos algum aplicativo?

Seremos alimentados via conexão USB?

Sei lá. Ninguém sabe.

Será que saberemos, um dia?

Mas, enquanto essas informações não nos chegam, tratemos de dois assuntos, hoje importantes para nós:

* * *

1 – Ensopado de Tarioba

Tarioba pronta para preparar a moqueca ou o ensopado

Brigar em defesa da biodiversidade não é coisa nova. Não é apenas mais uma “mania passageira” como a tatuagem, o piercing ou tantas outras bobagens praticadas por pessoas que não têm muito o que fazer.

Defender o meio-ambiente é algo antigo. A diferença está apenas na gigantesca massificação da mídia e na velocidade em que tomamos consciência dos fatos. Mas, há coisas novas, sim. As ONGs e até algumas bastante radicais, como o Greenpeace, por exemplo.

Da mesma forma, sempre foi impossível conhecer e catalogar o que tem vida na Terra. Não é menos impossível fazer diferença entre o que é comestível para uns e/ou para outros. Países do Oriente comem (com acentuado deleite) cães e gatos. Outros países comem besouros, abelhas, tapurus – e nós, brasileiros, jamais faríamos isso.

Em compensação, comemos jacaré, camaleão (iguana), cassaco (mucura), teiú, muçum, porco do mato, raposa e até cobra. Da mesma forma, há países que não comem carne bovina e outros que preferem a carne suína.

O Brasil é um país de uma imensa costa marítima, que vai do extremo Norte no Estado do Amapá, fronteira com as Guianas, ao extremo Sul, com o Rio Grande do Sul, até fronteira com o Uruguai. Na parte oceânica, é brasileira a costa no Atlântico, por milhas e milhas. É imensa a quantidade de pescados e moluscos comestíveis (polvo, lula).

Quando estudamos Geografia do Brasil, estudamos de forma rápida os principais rios e, raramente, os seus afluentes. Esses são milhares. E esses são piscosos e servem para enriquecer a cadeia alimentar da população brasileira. Infelizmente, tanto no oceano quanto nos rios, a pesca ainda tem acentuado percentual de empirismo, embora os estados de Santa Catarina e Paraná estejam começando a “navegar” de forma mais desenvolvida e moderna, utilizando novas tecnologias.

Além disso, o Brasil é imensamente rico na qualidade e na diversidade de mariscos, todos de grande aceitação e uso na culinária, com alto valor nutritivo e qualidade aceitável para o comércio exportador.

No Maranhão, vamos além do caranguejo, camarão, mexilhões, siri e sururu. Ostras, sarnambis e tariobas têm larga aceitação, e já são oferecidos em grande escala nos restaurantes da capital e de outros municípios.

Foi no ainda acanhado e rústico Restaurante do Xico Noca, no ainda povoado da Raposa, que conhecemos e consumimos pela primeira vez o excelente “Ensopado de Tarioba”, preparado sem muitos condimentos ou temperos verdes, mas com imperdível molho grosso. Serve-se também como moqueca acompanhada de arroz branco, salada de batatas e/ou pirão.

É algo nosso, da cultura e da culinária maranhense, que precisa ser mais valorizado.

* * *
2 – União ao entardecer

Baobá e suas raízes destruidoras

Se estivermos com sede, que diferença fará, para nos saciar, se a água é do rio ou do poço do pomar?

Qualquer água, não vai a nossa sede matar?

Li, faz tempo, e não quero lembrar aonde, que só devemos criar raízes se tivermos a possibilidades de produzir bons frutos.

A sombra, aos cansados, é um bom fruto – ainda que não a comamos. Pois, o fruto (ou a sombra) não é apenas aquilo que se come. O bom fruto é sempre o que se faz de bom. O bom resultado vindo da boa colheita.

No planeta do Pequeno Príncipe, de tão pequeno, não podia nascer nem frutificar o baobá, pois, a possibilidade da boa sombra era, ao mesmo tempo, a destruição do planeta pelas raízes. E, destruído o planeta, o que seria do pôr do sol?

O sol é bom, até na despedida de cada dia – pela certeza da volta no dia seguinte. É o sol que, um dia amadurecerá as uvas e estreitará a relação de amizade entre nós – eu, você, a terra e a raposa. Aí, juntos, na sombra, seremos um só.


Escreva seu comentário

Busca


Leitores on-line

Carregando

Arquivos


Colunistas e assuntos


Parceiros