Almanaque Raimundo Floriano
(Cultural, sem fins comerciais, lucrativos ou financeiros)


Raimundo Floriano de Albuquerque e Silva, Editor deste Almanaque, também conhecido como Velho Fulô, Palhaço Seu Mundinho e Mundico Trazendowski, nascido em Balsas , Maranhão, a 3 de julho de 1936, Católico Apostólico Romano, Contador, Oficial da Reserva do Exército Brasileiro, Funcionário Público aposentado da Câmara dos Deputados, Titular da Cadeira nº 10 da Academia Passa Disco da Música Nordestina, cuja patrona é a cantora Elba Ramalho, Mestre e Fundador da Banda da Capital Federal, Pesquisador da MPB, especializado em Velha Guarda, Música Militar, Carnaval e Forró, Cardeal Fundador da Igreja Sertaneja, Pioneiro de Brasília, Xerife nos Mares do Caribe, Cordelista e Glosador, Amigo do Rio das Balsas, Inventor da Descida de Boia, em julho de 1952, Amigo da Fanfarra do 1° RCG, autor dos livros O Acordo PDS/PTB, coletânea de charges, Sinais de Revisão e Regras de Pontuação, normativo, Do Jumento ao Parlamento, com episódios da vida real, De Balsas para o Mundo, centrado na navegação fluvial Balsas/Oceano Atlântico, Pétalas do Rosa, saga da Família Albuquerque e Silva, Memorial Balsense, dedicado à história de sua terra natal, e Caindo na Gandaia, humorístico apimentado, é casado, tem quatro filhos, uma nora, um genro e dois netos e reside em Brasília, Distrito Federal, desde dezembro de 1960.

Eliane Cantanhêde sexta, 23 de agosto de 2019

O BRASIL EM CHAMAS

 

O Brasil em chamas

Bolsonaro e queimadas atraíram o mundo a favor da Amazônia e contra o Brasil

Eliane Cantanhêde, O Estado de S.Paulo

23 de agosto de 2019 | 03h00

Os incêndios na Amazônia e o incendiário Jair Bolsonaro conseguiram atrair a ira do mundo para o Brasil. O desmatamento e as queimadas, que evoluem juntos e extrapolam a Amazônia, atingem vários Estados, saem da área rural, afetam cidades e se transformam numa crise internacional.

 

O secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, se disse “profundamente preocupado”. O presidente da França, Emmanuel Macron, quer convocar o G-7, que reúne as maiores economias do mundo, para reagir. E astros como Gisele Bündchen e Leonardo DiCaprio potencializam a repercussão. O Brasil está isolado.

  

queimada
 
Incêndio em Mato Grosso Foto: COMITÊ DO FOGO
 

Enquanto isso... o presidente Bolsonaro, seus ministros e principais colaboradores resumem as árvores derrubadas, as labaredas nas florestas, a fumaça que intoxica e as reações pelo mundo afora como uma mera, mesquinha, questão política e ideológica.

Não se ouviu uma única frase, uma única palavra do presidente lamentando a devastação, tomando providências, agindo para resolver o aumento do desmatamento e as queimadas que assolam uma área imensa do País. Tudo o que ele fez, até agora, foi desqualificar a medição das áreas desmatadas, demitir o diretor do Inpe, Ricardo Galvão, e tentar adivinhar quem são os culpados: as ONGs!

Assim como os “governadores paraíba” do Nordeste são inimigos e devem ser tratados a pão e água, os do Norte e do Centro-Oeste agora são suspeitos de “conivência” (termo usado pelo presidente) com as queimadas. Sim, senhores e senhoras, ambientalistas torram o ambiente para retaliar o presidente e os governadores fecham os olhos, prazerosamente. Poderia ser apenas uma acusação patética, não fosse algo muito próximo de injúria e difamação. Que provas o presidente tem para falar algo de tal gravidade contra ONGs e governadores?

Esse discurso belicoso, audacioso, é com base na convicção pessoal do presidente de que as ONGs são braços da esquerda internacional e dos países europeus para controlar a Amazônia e criar condições para, mais adiante, se apossarem dela. Quem passar por gabinetes da Esplanada dos Ministérios vai ouvir que as ONGs embebedam os índios, exploram as reservas, dão guarida a quadrilhas que agem na região, são mancomunadas com madeireiras ilegais e garimpeiros clandestinos.

Logo, é uma guerra. Assim, não há nenhuma surpresa na vaia uníssona que recepcionou o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, na Semana do Clima na Bahia – um evento, aliás, que Salles tentou cancelar e depois voltou atrás. Diante do escândalo das queimadas, lê-se que o ministro agora quer criar uma força-tarefa com ONGs, madeireiras e mineradoras para combater as chamas atuais e prevenir novas.

Só não podem contar com os dois mais fiéis e antigos parceiros do Brasil na defesa do ambiente, a Alemanha e a Noruega, que foram escorraçadas por Bolsonaro e cortaram quase R$ 300 milhões de contribuição para o Fundo da Amazônia. Os dois, aliás, são, ou vinham sendo, os únicos financiadores do programa de... prevenção de incêndios na região!

Assim, o cerco vai se fechando não contra o governo brasileiro, mas contra o Brasil, depois que o presidente decidiu bater de frente com China, mundo árabe, França, Alemanha, Noruega e Suécia, no rastro de sua ira ideológica contra Inpe, Ancine, ICMBio, IBGE, Fiocruz, Ibama, PF, Receita, Coaf, universidades e, claro, imprensa. Aliás, de quem é a culpa do derretimento da imagem do Brasil no exterior? Para o presidente, é da imprensa!

Sinuca. Bolsonaro estabeleceu um padrão para demitir, pela imprensa ou pelas redes sociais. A bola da vez é o delegado Maurício Valeixo, o Eduardo Villas Boas da PF. O líder e referência da instituição.


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