A parada militar deste Sete de Setembro não registrou, como é de costume, aplausos para as nossas Forças Armadas. Desta feita eles foram dedicados à Polícia Federal, com merecimento, diga-se, embora com a ressalva de que Exército, Marinha e Aeronáutica continuam a merecer o aplauso dos brasileiros.
Por que, então, as palmas para a Polícia Federal?
Elementar, meu caro leitor, diria este borra-papéis, se fosse Sherlock Holmes. Simplesmente porque, na verdade, ela tem mostrado, de modo inequívoco, que o braço da lei, longo e forte, alcança a todos, e não mais adianta perguntar ao policial se ele sabe com quem está falando. Sabe, sim, e muito bem, tanto que já chega com as algemas à mão, levando muitos dos que se acreditavam acima dos incômodos braceletes a varar noites insones, pensando no que poderá vir com o alvorecer…
A propósito, recentemente circulou na internet imagem de página do jornal Zero Hora, o maior do Sul brasileiro, edição de 11 de março de 1983, noticiando que o então presidente do Brasil, general João Batista Figueiredo, recusara ser o país sede da Copa do Mundo de 1986. É fato. E para responder a João Havelange, o presidente da Fifa, que fora a Brasília levando-lhe a proposta, ele só precisou fazer três perguntas ao interlocutor:
Você conhece uma favela do Rio de Janeiro? Você já viu a seca do Nordeste? E você acha que eu vou gastar dinheiro com estádio de futebol?
Mais não disse. Nem precisava.
O tempo mostrou que o general tinha razão.