Almanaque Raimundo Floriano
(Cultural, sem fins comerciais, lucrativos ou financeiros)


Raimundo Floriano de Albuquerque e Silva, Editor deste Almanaque, também conhecido como Velho Fulô, Palhaço Seu Mundinho e Mundico Trazendowski, nascido em Balsas , Maranhão, a 3 de julho de 1936, Católico Apostólico Romano, Contador, Oficial da Reserva do Exército Brasileiro, Funcionário Público aposentado da Câmara dos Deputados, Titular da Cadeira nº 10 da Academia Passa Disco da Música Nordestina, cuja patrona é a cantora Elba Ramalho, Mestre e Fundador da Banda da Capital Federal, Pesquisador da MPB, especializado em Velha Guarda, Música Militar, Carnaval e Forró, Cardeal Fundador da Igreja Sertaneja, Pioneiro de Brasília, Xerife nos Mares do Caribe, Cordelista e Glosador, Amigo do Rio das Balsas, Inventor da Descida de Boia, em julho de 1952, Amigo da Fanfarra do 1° RCG, autor dos livros O Acordo PDS/PTB, coletânea de charges, Sinais de Revisão e Regras de Pontuação, normativo, Do Jumento ao Parlamento, com episódios da vida real, De Balsas para o Mundo, centrado na navegação fluvial Balsas/Oceano Atlântico, Pétalas do Rosa, saga da Família Albuquerque e Silva, Memorial Balsense, dedicado à história de sua terra natal, e Caindo na Gandaia, humorístico apimentado, é casado, tem quatro filhos, uma nora, um genro e dois netos e reside em Brasília, Distrito Federal, desde dezembro de 1960.

Carlos Brickmann - Chumbo Gordo quarta, 03 de julho de 2019

O GOVERNO DOS PASSOS PERDIDOS

 

 

O GOVERNO DOS PASSOS PERDIDOS

A reforma da Previdência será votada em breve e deve passar. Talvez não seja exatamente aquela que o ministro Paulo Guedes queria, mas não é tão diferente assim. Prometia o Governo que, aprovada a reforma, o país voltaria a crescer, amparado em imensos investimentos internacionais. Só que não: a reforma da Previdência é condição necessária, mas não suficiente, para que o país volte a crescer. Qual investidor gosta de colocar seu dinheiro num país em que é praticamente impossível fechar uma empresa, em que o cálculo do pagamento dos impostos leva muito mais tempo e consome mais recursos do que na maior parte de outras nações, em que ações trabalhistas nunca param?

Em resumo, a reforma da Previdência abre uma janela de oportunidade para a retomada do crescimento. Mas não funciona sozinha: é preciso fazer outras reformas (a tributária, principalmente), mexer na área de segurança jurídica (hoje, sozinho, um ministro do Supremo adia por quanto tempo quiser uma transação de bilhões de dólares), criar condições para que clientes de bancos ganhem pouco quando aplicam e muito quando devem, isso para dar apenas alguns exemplos. É preciso ter estabilidade política, para que o mercado saiba quem decide. É preciso deixar claro que receber ou cobrar propinas não é tolerável. Cadê as propostas oficiais? Há propostas que são discutidas pelo Congresso mas não são as do Governo, e são bombardeadas pelos bolsonaristas. É preciso botar ordem na casa. Sem isso não se cresce.

Quem é quem

O presidente da Câmara, Rodrigo Maia, assumiu o papel que deveria ser o do articulador político do Governo, colocou a reforma da Previdência como prioridade, buscou propostas anteriores (boa parte ainda da administração de Michel Temer) e está, objetivamente, ajudando Bolsonaro. Mas é atacado como se estivesse planejando a deposição do presidente. Os bolsokids, ativos na Internet, procuram desmoralizá-lo – até de gordo ele já foi acusado. Seu projeto de segurança pública não é o de Moro? E daí? É o de Alexandre de Moraes, hoje ministro do Supremo. É pior que o de Moro? Pode ser; mas a pergunta é se a coisa fica melhor ou pior com a aprovação do projeto. Ao que tudo indica, a segurança pública pode ganhar. Mas se os “ideólogos” do bolsonarismo (outros os chamariam de “radicais”) desconfiam de que a lei a ser aprovada é diferente da proposta pelo presidente, mordem no pescoço.

Metade do ano

O fato é que, hoje, há muitos congressistas profundamente irritados com o presidente da República e dispostos a derrotá-lo sempre que possível. Foi o que fizeram com as medidas provisórias, as armas, e que prometem repetir. Os bolsokids prometem publicamente (e quem falou por eles foi Eduardo Bolsonaro, o filho 03) que todas as vezes que o Congresso “não se comportar” jogarão as ruas contra eles. Confiam que os manifestantes são de total confiança, dispostos a apostar tudo em nome da verdade oficial.

O lado de Moro

A manifestação de domingo foi pró-Moro. Os filhos do presidente não trabalharam por ela. Há quem tema que Moro queira o Planalto.

E os militares?

A elegância no trato não é, já se sabe, uma característica do Governo de Bolsonaro. Aparentemente, tanto ele quanto seus adeptos mais intransigentes passam boa parte do tempo à procura de inimigos, mesmo que sejam amigos de décadas, amigos a toda prova. Isso faz com que o número de inimigos cresça. Bebianno caiu, Santos Cruz caiu, o general-ministro virou presidente de estatal à venda – e soube das intenções do presidente pelo jornal. Agora o alvo é o general Augusto Heleno, amigo de Bolsonaro, que vira alvo do 02, Carluxo, o filho do presidente. O problema é que militar, por mais simpático que seja, anda armado e é treinado para comandar. Até quando aceitará provocações e humilhações? Lembremos que Olavo de Carvalho, lá de sua casa nos Estados Unidos, já ofendeu com palavrões o general Santos Cruz.

Solidariedade

No caso do ataque ao general Augusto Heleno, dizem que, conversando com jornalistas, Bolsonaro se disse solidário com ele. Como diria o próprio Bolsonaro, “talkey”. Mas ficar impassível diante de ofensas públicas e só se manifestar em particular é a mesma coisa que participar das ofensas. E, no caso, as ofensas buscaram atingir a boa reputação do general, já que puseram no Gabinete de Segurança Institucional, que ele dirige, a culpa do caso do sargento que traficava cocaína. Carluxo disse também que anda sem seguranças oficiais porque são “subordinados a algo em que não acreditam”. Bolsonaro se recusou a responder a perguntas sobre o tema, mas apareceu em companhia do general, uma forma de mostrar que tem prestígio. E nada falou em defesa do amigo e ministro: limitou-se a dizer aos repórteres que deveriam procurar o 02 – como se até agora as opiniões do filho 02 não tenham se confirmado com as decisões do papai.


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