Almanaque Raimundo Floriano
(Cultural, sem fins comerciais, lucrativos ou financeiros)


Raimundo Floriano de Albuquerque e Silva, Editor deste Almanaque, também conhecido como Velho Fulô, Palhaço Seu Mundinho e Mundico Trazendowski, nascido em Balsas , Maranhão, a 3 de julho de 1936, Católico Apostólico Romano, Contador, Oficial da Reserva do Exército Brasileiro, Funcionário Público aposentado da Câmara dos Deputados, Titular da Cadeira nº 10 da Academia Passa Disco da Música Nordestina, cuja patrona é a cantora Elba Ramalho, Mestre e Fundador da Banda da Capital Federal, Pesquisador da MPB, especializado em Velha Guarda, Música Militar, Carnaval e Forró, Cardeal Fundador da Igreja Sertaneja, Pioneiro de Brasília, Xerife nos Mares do Caribe, Cordelista e Glosador, Amigo do Rio das Balsas, Inventor da Descida de Boia, em julho de 1952, Amigo da Fanfarra do 1° RCG, autor dos livros O Acordo PDS/PTB, coletânea de charges, Sinais de Revisão e Regras de Pontuação, normativo, Do Jumento ao Parlamento, com episódios da vida real, De Balsas para o Mundo, centrado na navegação fluvial Balsas/Oceano Atlântico, Pétalas do Rosa, saga da Família Albuquerque e Silva, Memorial Balsense, dedicado à história de sua terra natal, e Caindo na Gandaia, humorístico apimentado, é casado, tem quatro filhos, uma nora, um genro e dois netos e reside em Brasília, Distrito Federal, desde dezembro de 1960.

Do Jumento ao Parlamento sábado, 28 de janeiro de 2017

O INTERNACIONAL

O INTERNACIONAL

Raimundo Floriano 

 

         Já tive oportunidade de contar a história de meu cartão de visitas e dos motivos que me levaram a criá-lo. Como ele até hoje continua causando furor e espanto onde é exibido, não me acanho em, de quando em vez, voltar a mencionar o enorme sucesso obtido desde sua primeira edição em 1985.

 

         A treze de junho de 1988, o humorista Millôr Fernandes agraciou-me com esta publicação em sua coluna – abstraído o que não interessa ao aqui narrado – no Jornal do Brasil:

 

 

         Em que pese a honrosa homenagem prestada pelo grande mestre e guru, não posso deixar de relembrar o verdadeiro festival de badalação em que se transformou aquele dia: as linhas telefônicas de minha área completamente congestionadas; chamadas do país e do exterior afrontando os fusos horários; a imprensa escrita, falada e televisada implorando-me a esmola de uma entrevista.

 

         Dois dias depois, o Jornal do Brasil repetia a dose:

O rapsodo Raimundo

Funcionário fica famoso
por causa de cartão
  

Ricardo Miranda Filho

BRASÍLIA – Um contador de 52 anos, funcionário da liderança do PTB na Câmara dos Deputados, saiu esta semana do anonimato para ser conhecido nacionalmente. É o maranhense Raimundo Floriano de Albuquerque e Silva, que vem recebendo telefonemas em sua residência, na Superquadra Sul 416, “de pessoas de todo o Brasil”, não por gostar de briga de galos, mas por ter tido o seu incomum cartão de apresentação publicado na coluna do Millôr, no JORNAL DO BRASIL.

Em seu cartão, Raimundo se apresenta como “Amanuense, Cinesíforo, Alectoromaquista, Melômano, Banjoísta, Propedeuta, Íncubo, Rapsodo, Diascevasta, Partenomante, Cruciverbista, Parafrasta, Pessarista, Calemburista, Fescenino e Decifrador”, além de “Compadre de Dona Carmem”. “Não pude escrever um livro, escrevi um cartão”, é a justificativa de Raimundo para a sua iniciativa de mandar imprimir os cartões. O cartão “já foi parar até nas mãos do presidente José Sarney”, lembra com orgulho a esposa Veroni Albuquerque e Silva, depois de explicar que “Sarney foi amigo de infância de José Albuquerque, irmão de Raimundo”.

Brincadeiras com amigos – Raimundo contou que a ideia de fazer os cartões surgiu há dois anos como forma de “gozar com os amigos”. Na primeira impressão durante a época de ouro do Plano Cruzado, ele, por ser maranhense, de Balsas, se apresentava como “conterrâneo do homem”. “Naquele tempo ficava bem, mas aí houve um revertério na política econômica e então resolvi tirar a frase, pouco apropriada depois da queda da popularidade do presidente”, explicou o “Compadre de Dona Carmem.”

O maranhense faz questão de explicar que a frase “compadre de dona Carmem” se deve a uma comadre baiana da família, moradora da cidade satélite de Taguatinga, no Distrito Federal, e não à mulher do presidente da Assembleia Legislativa da Bahia durante o governo João Durval, “que se tornou conhecida quando o Diário Oficial do Estado publicou, inadvertidamente, seu nome como madrinha das contratações”, conforme explicou Veroni, esposa de Raimundo.

“O Millôr provocou uma reação na minha casa que ele não imagina”, contava o “amanuense” ontem, depois da publicação do cartão com endereço e telefone. O aparelho não parava de tocar, com várias pessoas curiosas e interessadas em conferir a existência do maranhense misterioso.

Em seu cartão, Raimundo se apresenta, enumerando 16 vocábulos pouco usados e escolhidos “a dedo”. Ele se intitula, por exemplo, um melômano (quem tem paixão por música); calemburista (aquele que faz trocadilho); partenomante (arte de adivinhar se a mulher é virgem ou não); cruciverbista (aquele que faz palavras cruzadas); cinesíforo (motorista); amanuense (escrivão) e alectoromaquista (quem gosta de briga de galo). Além dessas qualificações, ele ainda afirma ser colecionador de discos e também que gosta de tocar trombone.

 

                        Na madrugada seguinte, sou acordado por minha filha Elba, de cinco anos, a secretária eletrônica lá de casa:

 

                        – Pai, tem um homem falando esquisito no telefone!

 

                        Atendi. Era da Bielorrússia. O cabra do outro lado do mundo se esforçava, esbravejava, gaguejava, gemia, berrava que nem porco na faca. Tentei estabelecer uma conversação em Inglês, mas o indivíduo não morou no assunto e ficou ainda mais nervoso. Passados uns quinze minutos sem entendimento, sem que eu pescasse palavra sequer daquele babélico interlocutor, a ligação foi interrompida.

 

                        Quando narro esse episódio, sempre aparece algum incrédulo para duvidar:

                        – Raimundo, tu entendes alguma coisa do idioma bielorruso?

 

                        – Nem um pingo!

 

                        – Então, como é que tu sabes que o sujeito era de lá?

 

                        – Só vim a saber bem mais tarde, ao me ser enviada a conta da Telebrasília. O telefonema do comunista tinha sido a cobrar!

 

 

 


segunda, 04 de setembro de 2023 as 08:21:45

Mara
disse:

Obrigada!! 😊


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