Almanaque Raimundo Floriano
(Cultural, sem fins comerciais, lucrativos ou financeiros)


Raimundo Floriano de Albuquerque e Silva, Editor deste Almanaque, também conhecido como Velho Fulô, Palhaço Seu Mundinho e Mundico Trazendowski, nascido em Balsas , Maranhão, a 3 de julho de 1936, Católico Apostólico Romano, Contador, Oficial da Reserva do Exército Brasileiro, Funcionário Público aposentado da Câmara dos Deputados, Titular da Cadeira nº 10 da Academia Passa Disco da Música Nordestina, cuja patrona é a cantora Elba Ramalho, Mestre e Fundador da Banda da Capital Federal, Pesquisador da MPB, especializado em Velha Guarda, Música Militar, Carnaval e Forró, Cardeal Fundador da Igreja Sertaneja, Pioneiro de Brasília, Xerife nos Mares do Caribe, Cordelista e Glosador, Amigo do Rio das Balsas, Inventor da Descida de Boia, em julho de 1952, Amigo da Fanfarra do 1° RCG, autor dos livros O Acordo PDS/PTB, coletânea de charges, Sinais de Revisão e Regras de Pontuação, normativo, Do Jumento ao Parlamento, com episódios da vida real, De Balsas para o Mundo, centrado na navegação fluvial Balsas/Oceano Atlântico, Pétalas do Rosa, saga da Família Albuquerque e Silva, Memorial Balsense, dedicado à história de sua terra natal, e Caindo na Gandaia, humorístico apimentado, é casado, tem quatro filhos, uma nora, um genro e dois netos e reside em Brasília, Distrito Federal, desde dezembro de 1960.

Correspondência Recebida sexta, 19 de abril de 2019

O REI DOS REIS

 

O REI DOS REIS

 

Em 1961, o diretor Nicholas Ray realizou uma das obras mais importantes da Vida de Jesus Cristo, um tributo à iconografia cristã. Na verdade, uma bela representação através de imagens. Conforme nos conta o cinéfilo Paulo Telles, o diretor traz para esta fita o seu EVANGELHO CÊNICO, HIERÁTICO, POLÍTICO,  GRAVE, e COMOVENTE…

 

 

Ao contrário do que geralmente ocorre em outras versões da Paixão, REI DOS REIS inicia sua narrativa 63 anos antes do nascimento de Jesus, quando os romanos sob as ordens do General Pompeu (Conrado San Martin) invadem Jerusalém e conquistam o território. Por meio de um prólogo, narrado brilhantemente por Orson Welles (1915-1985), vemos a tomada da Judeia pelo exército romano e a nomeação do Rei Herodes (Gregoire Aslan) como uma espécie de interventor local. Inicia-se a perseguição ao povo judeu, que resiste com a crença de que a salvação está na vinda do Messias.

Assiste-se neste filme, KING OF KINGS, a vida de Cristo contada com rigor histórico. Da manjedoura em que nasceu na cidade de Belém para a adoração de milhares de fiéis espalhados pelo mundo, a vida de Jesus Cristo (interpretado por Jeffrey Hunter) foi inegavelmente repleta de grandes acontecimentos. Acompanhe em O Rei dos Reis, dirigido por Nicholas Ray e escrito por Philip Yordan – adaptado de nada menos que o Novo Testamento. Você verá seus milagres, os pilares da construção de sua igreja, a escolha dos Doze Apóstolos, a última ceia, a traição de Judas, o humilhante julgamento em praça pública conduzido por Pôncio Pilatos, a crucificação e a ressurreição. Para os cristãos, é uma grande chance de ver seu líder espiritual. Para toda a humanidade, a oportunidade de aprender mais sobre a vida de um dos ícones religiosos mais importantes da História. O Rei dos Reis tem música do vencedor do Oscar Miklos Rozsa e narração de Orson Welles.

Excelente atuação do ator Jeffrey Hunter que é o Jesus definitivo do cinema. Outro fato marcante é a bela trilha sonora, uma das melhores já compostas para esse tipo de épico. O filme é lindo e a trilha sonora original mais linda ainda. Muito interessante, principalmente por se concentrar mais no lado político da história. Portanto, não há problemas se o público não for religioso. Ele pode ser puramente visto como um filme político, mas o diretor não esqueceu em momento algum de incrementar uma boa dose de drama a partir do nascimento, até a vida e morte. um bom filme sobre a história milenar de Jesus Cristo, o Homem de Nazaré.

A película de mais de duas horas tem bons momentos, incluindo a eloquente sequência do Sermão da Montanha, o julgamento de Cristo (parece até que todo o filme foi feito em razão desse momento), e o emotivo evento que foi a crucificação. O USO DA COR VERMELHA, uma constate na filmografia, além de um deslumbrante cenário de uma terra esturricada na região da Espanha com um chão apedregulhado, também chamam muito atenção do telespectador. E as qualidades param por aí. Caracterização dos personagens, ritmo, alguns diálogos mais simplórios, além de outros elementos, elevam esta obra muito mais do que deveria.

Eis a declaração do ator que interpreta Cristo, Jeff Hunter, sobre seu sacro papel em REI DOS REIS (1961): “Senti minha responsabilidade crescer à medida que o filme prosseguia, e sinto-a ainda mesmo que o filme tenha terminado. Não creio, entretanto, que sou maior conhecedor de Cristo do que qualquer outra pessoa. Minha educação religiosa foi como a de qualquer criança americana. Conhecia a Bíblia, é claro, a história de Jesus era sagrada, mas nunca havia pensado muito sobre ele como pessoa, de carne e sangue, como um homem que viveu neste mundo como nós vivemos, entre pessoas e em um tempo não diferente dos atuais. Ao estudar o script, e enquanto prosseguia minha pesquisa, comecei a compreender pela primeira vez o significado de Sua vida e o que os seus ensinamentos trouxeram ao mundo”.

Para a escolha dos cenários, a produção optou pelas paisagens desérticas da Espanha que foram escolhidas em razão dos locais, entre pequenas aldeias e montanhas, lembravam a Palestina de 2000 anos, e pareciam reproduzir conjunturas adequadas para o filme. Cerca de 326 cenários foram construídos nos estúdios e ao ar livre. Como relata o historiador Paulo Telles, a cidade de Nazaré foi reconstituída em Manzanares, e um rio próximo de Andrea Del Fresno serviu para representar o Rio Jordão, onde João Batista batizou Jesus. Mas para a cena ao ar livre considerada o Climax Maximus do filme, “O SERMÃO DA MONTANHA”, estiveram presentes na filmagem 7.000 figurantes. Foram construídos cerca de 60 metros de trilhos ao longo das encostas. A cena, talvez o “sermão” mais espetacular de todas as fitas que tem como tema a Vida de Jesus, foi rodada em três dias. Ao longo da projeção, o “Sermão da Montanha” de Rei dos Reis leva apenas quinze minutos.

Apesar da temática política do filme, ele nos oferece belos momentos de amor e fé através das mensagens solenes de Cristo. sem dúvida, é um esplendoroso monumento épico bíblico em seus 168 minutos de projeção, e mesmo passado quase 60 anos de seu lançamento, ainda é incapaz de arranhar o fervor das plateias a santificada imagem de Cristo. Em tradução simultânea, o filme REI DOS REIS, pode ser considerado como o maior tratado de libertação de consciências. Sem purpurinas, mágicas ou utopias…

 


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