Almanaque Raimundo Floriano
(Cultural, sem fins comerciais, lucrativos ou financeiros)


Raimundo Floriano de Albuquerque e Silva, Editor deste Almanaque, também conhecido como Velho Fulô, Palhaço Seu Mundinho e Mundico Trazendowski, nascido em Balsas , Maranhão, a 3 de julho de 1936, Católico Apostólico Romano, Contador, Oficial da Reserva do Exército Brasileiro, Funcionário Público aposentado da Câmara dos Deputados, Titular da Cadeira nº 10 da Academia Passa Disco da Música Nordestina, cuja patrona é a cantora Elba Ramalho, Mestre e Fundador da Banda da Capital Federal, Pesquisador da MPB, especializado em Velha Guarda, Música Militar, Carnaval e Forró, Cardeal Fundador da Igreja Sertaneja, Pioneiro de Brasília, Xerife nos Mares do Caribe, Cordelista e Glosador, Amigo do Rio das Balsas, Inventor da Descida de Boia, em julho de 1952, Amigo da Fanfarra do 1° RCG, autor dos livros O Acordo PDS/PTB, coletânea de charges, Sinais de Revisão e Regras de Pontuação, normativo, Do Jumento ao Parlamento, com episódios da vida real, De Balsas para o Mundo, centrado na navegação fluvial Balsas/Oceano Atlântico, Pétalas do Rosa, saga da Família Albuquerque e Silva, Memorial Balsense, dedicado à história de sua terra natal, e Caindo na Gandaia, humorístico apimentado, é casado, tem quatro filhos, uma nora, um genro e dois netos e reside em Brasília, Distrito Federal, desde dezembro de 1960.

Leonardo Dantas - Esquina quinta, 25 de outubro de 2018

O SOBRADO DE FERRO DE SÃO JOÃO DA VÁRZEA

 

 
O SOBRADO DE FERRO DE SÃO JOÃO DA VÁRZEA

No final do século XIX, em viagem ao estado da Luisiana, o proprietário da Usina São João da Várzea, Francisco do Rego Barros de Lacerda, despertou sua atenção para um estilo de casa de vivenda com estrutura em ferro e paredes de alvenaria em voga na cidade de New Orleans.

Encantado com o projeto, encomendou uma casa semelhante a fim de erguê-la nas terras do Engenho São João.

Com sua planta baixa lembrando a letra U, que se fecha com uma elegante escada em dois lances, na parte posterior, a casa tem sua estrutura pré-fabricada em ferro fundido.

Todas as fachadas, internas e externas, “possuem varandas suportadas por colunas do mesmo metal e peitoris igualmente fabricados em ferro.
Somente as paredes são de alvenaria de tijolos e o recobrimento da casa em telhas de barro, tipo Marselha.

O Sobrado de Ferro da Várzea possui em seu primeiro pavimento as dimensões de 34,2 m de comprimento por 26,4 m. de largura, compondo uma área de 902,88 m2.

No andar térreo, numa área adicional de 224.10 m2, foram distribuídos a cozinha, copa, lavanderia, sanitários e outras acomodações. Considerando toda a construção, incluindo os terraços cobertos, a área total da casa é de 1.420,20 m2, sustentada por 69 colunas de ferro fundido.

O velho patriarca acompanhou toda a construção da sua nova residência, porém nunca chegou a nela residir, vindo a falecer pouco depois da conclusão das obras, em 24 de janeiro de 1899.

Nos dias atuais, tudo parece surreal na velha mansão. Na parede central um retrato, em óleo sobre tela, datado de Paris – 1895, domina o ambiente despertando a atenção do visitante para Dona Maria da Conceição do Rego Barros de Lacerda (1863-1942), sua primeira proprietária e mãe adotiva do industrial Ricardo Lacerda Brennand. pai do seu atual proprietário, Cornélio Brennand, e do artista Francisco Brennand.

Sobre um assoalho de tábuas corridas, composto por duas madeiras de cores distintas (sucupira e pitiá marfim), ao longo das salas, corredores, quartos e demais dependências, encontravam-se sofás, cadeiras medalhão, credências, canapés, cômodas, guarda-louças, camas, aparadores, confeccionadas em jacarandá e outras madeiras nobres, por marceneiros famosos como o francês Julião Antônio Béranger e seu filho pernambucano Francisco Manuel (1820-1857), responsável pelo estilo Béranger entre nós; seguindo-se de Remígio Kneip (c.1810-1875) e Guilherme Spieler (1833-1904), grandes nomes da marcenaria pernambucana do século XIX.

Ricardo Lacerda de Almeida Brennand, veio a falecer dormindo, em 9 de março de 1982, deixando uma marca em todos que o conheceram, sobretudo em seu sobrinho, Ricardo Coimbra de Almeida Brennand.

Ao pensar em criar um local para expor suas coleções, reunidas ao longo de toda a sua vida, as lembranças do “Tio Ricardinho” (como ele próprio assinava a sua correspondência familiar) se fizeram presentes.

No final do século XX, Cadito, como é conhecido em família o industrial Ricardo Brennand, ao reunir as peças das suas coleções, que ocupavam os espaços de sua casa morada, então tomada por um imenso acervo de móveis, quadros, esculturas, armas brancas e peças artísticas das mais diversas procedências, lembrava o “Tio Ricardinho”; daí o conjunto ter sido por ele denominado de INSTITUTO RICARDO BRENNAND.


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