Almanaque Raimundo Floriano
(Cultural, sem fins comerciais, lucrativos ou financeiros)


Raimundo Floriano de Albuquerque e Silva, Editor deste Almanaque, também conhecido como Velho Fulô, Palhaço Seu Mundinho e Mundico Trazendowski, nascido em Balsas , Maranhão, a 3 de julho de 1936, Católico Apostólico Romano, Contador, Oficial da Reserva do Exército Brasileiro, Funcionário Público aposentado da Câmara dos Deputados, Titular da Cadeira nº 10 da Academia Passa Disco da Música Nordestina, cuja patrona é a cantora Elba Ramalho, Mestre e Fundador da Banda da Capital Federal, Pesquisador da MPB, especializado em Velha Guarda, Música Militar, Carnaval e Forró, Cardeal Fundador da Igreja Sertaneja, Pioneiro de Brasília, Xerife nos Mares do Caribe, Cordelista e Glosador, Amigo do Rio das Balsas, Inventor da Descida de Boia, em julho de 1952, Amigo da Fanfarra do 1° RCG, autor dos livros O Acordo PDS/PTB, coletânea de charges, Sinais de Revisão e Regras de Pontuação, normativo, Do Jumento ao Parlamento, com episódios da vida real, De Balsas para o Mundo, centrado na navegação fluvial Balsas/Oceano Atlântico, Pétalas do Rosa, saga da Família Albuquerque e Silva, Memorial Balsense, dedicado à história de sua terra natal, e Caindo na Gandaia, humorístico apimentado, é casado, tem quatro filhos, uma nora, um genro e dois netos e reside em Brasília, Distrito Federal, desde dezembro de 1960.

Domingo – Dia de Matinê no Cinema Local domingo, 04 de dezembro de 2022

ONDE OS FRACOS NÃO TÊM VEZ (2007) – UMA OBRA-PRIMA DOS IRMÃOS COEN

 

HOJE: VIOLÊNCIA

ONDE OS FRACOS NÃO TÊM VEZ (2007) – UMA OBRA-PRIMA DOS IRMÃOS COEN

Gentileza do Colunista Cícero Tavares

 

Qualquer análise sobre Onde Os Fracos Não Tem Vez gravitará necessariamente em torno de seu anti-herói – um dos grandes vilões da história do cinema. Javier Bardem interpreta Chiguhr de modo assombrosamente inspirado e o compõe de uma série de maneirismos que revelam sua frieza, sua soberba e sua completa loucura. Seu corte de cabelo excêntrico parece ser usado por ele como uma ironia ou um deboche. Impressiona seu ritualismo a cada cena. Ele caminha calmamente até suas vítimas e dialoga com elas sem jamais se exaltar. O personagem decide com lances de uma moeda se seu interlocutor morrerá ou viverá.

Anton Chiguhr nega o livre arbítrio. Seus atos são reflexos de uma força que não demora a se revelar – o psicopata dos irmãos Coen encarna a própria força da morte. Irreprimível e atemporal. Nenhum dos personagens do longa-metragem apresenta registros de historicidade. Nada sabemos sobre eles. Nem suas motivações nem seus objetivos. Presente, passado e futuro tornam-se um só.

Texas, década de 80. Um traficante de drogas é encontrado no deserto por um caçador pouco esperto, Llewelyn Moss (Josh Brolin), que pega uma valise cheia de dinheiro mesmo sabendo que em breve alguém irá procurá-lo devido a isso. Logo Anton Chigurh (Javier Bardem), um assassino psicótico sem senso de humor e piedade, é enviado em seu encalço. Porém para alcançar Moss ele precisará passar pelo xerife local, Ed Tom Bell (Tommy Lee Jones). Excelente filme que demorei muito para assisti. Um filme bem tenso e para deixar mais tenso ainda o telespectador o filme não tem trilha sonora e com uma brilhante atuação de Javier Bardem, com uma boa fotografia soberba. Oscar merecido.

“Onde os Fracos não têm Vez” é, sem dúvida o auge dos irmãos Coen, que aqui fazem um trabalho de mestre em um filme que faz uma reflexão sobre os tempos de violência.

O filme acompanha um ex militar Llewelyn Moss que encontra em um cenário de crime uma maleta contendo 2 milhões de dólares. Ele decide levar para casa mesmo sabendo que vai dar errado. Um psicopata sem senso de humor e que mata com frieza é contratado para achar o dinheiro e inicia sua caçada deixando rastos de morte por onde passa, paralelamente o Xerife Bell está na caçada não só pelo assassino quanto por Llewelyn.

O filme é uma adaptação do livro escrito em 2005 por Cormac McCarthy chamado de No Country For Old Men, É escrito e dirigido pelos saudosos irmãos Coen que aqui achamacha seu melhor trabalho. É um filme profundo e cheio de camadas, definitivamente não é para todos já que os diretores adotam um ritmo lento e os diálogos são feitos para serem interpretados. Aliás eles estão muito inspirados aqui, cada personagem é brilhantemente bem escrito.

O filme tem como protagonismo o personagem Bell, veterano da polícia, o filme abre com um “voice over” com ele relembrando o pai e avô dele na época que eles trabalhavam na polícia, desse diálogo podemos tirar a sacada do filme, de que os tempos mudaram (ou não já que temos outro diálogo lá para o fim), agora o mundo é cheio de violência, o ser humano não possui mais bondade, são todos cheio de maldade e frieza, não se importando com o bem estar da sociedade, lá para o fim existe uma conversa entre Bell e seu tio onde podemos refletir se os tempos realmente mudaram ou se sempre nos humanos fomos violentos. São diálogos simples com grandes significados e as atuações são perfeitas.

Tommy Lee Jones está extraordinário. É uma atuação simples, mas que passa muita sinceridade. Josh Brolin é outro com grande atuação, é um homem comum que não se distanciou da guerra e que vê no dinheiro uma forma de mudar seu destino. É outro com muitas camadas. Temos boas participações de Woody Harrelson e Kelly Macdonald. Mas a alma do filme é Javier Bardem, aqui ele incorpora um dos maiores psicopatas da história do cinema e uma das melhores atuações masculinas da história. É um personagem muito frio, intenso e que tem uma “conduta de moral” distorcida para praticar suas atrocidades.

Os Irmãos Coen criaram um visual e fizeram uma escolha de ator para o papel na medida. O ator possui uma caracterização marcante com um cabelo e exótico e uma arma de crime absolutamente fora dos padrões. É a atuação do Bardem é assustadora. O olhar dele é assustador e passa muito de suas emoções, sua maneira de cometer os crimes é banal e fria, um fascinante estudo de personagem. Para auxiliar no suspense da obra, os Coen preferiram não adicionar trilha sonora, e com isso temos um filme tenso e bem trabalhado nesse western moderno.

O roteiro para variar é brilhante, sabendo dar profundidade nos personagens e na história em si em cima dos diálogos e das metáforas presentes no filme. A fotografia é excele, o design de produção é muito bom e o trabalho com o som é outro destaque da parte técnica além dos enquadramentos de câmera.

O longa concorreu em 8 categorias, saindo vencedor em melhor filme, direção, roteiro adaptado e ator coadjuvante para Javier Bardem. “No Country For Por Men” é um filme brilhante, cheio de profundidade dos personagens e com uma grande mensagem de um mundo onde é dominado pelos fortes e os fracos realmente não tem vez, um mundo caótico onde a injustiça infelizmente reina.

Onde os Fracos Não Têm Vez – Trailer Legendado

 

 

A História Por trás de Onde os Fracos Não Têm Vez!

 


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