Almanaque Raimundo Floriano
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Raimundo Floriano de Albuquerque e Silva, Editor deste Almanaque, também conhecido como Velho Fulô, Palhaço Seu Mundinho e Mundico Trazendowski, nascido em Balsas , Maranhão, a 3 de julho de 1936, Católico Apostólico Romano, Contador, Oficial da Reserva do Exército Brasileiro, Funcionário Público aposentado da Câmara dos Deputados, Titular da Cadeira nº 10 da Academia Passa Disco da Música Nordestina, cuja patrona é a cantora Elba Ramalho, Mestre e Fundador da Banda da Capital Federal, Pesquisador da MPB, especializado em Velha Guarda, Música Militar, Carnaval e Forró, Cardeal Fundador da Igreja Sertaneja, Pioneiro de Brasília, Xerife nos Mares do Caribe, Cordelista e Glosador, Amigo do Rio das Balsas, Inventor da Descida de Boia, em julho de 1952, Amigo da Fanfarra do 1° RCG, autor dos livros O Acordo PDS/PTB, coletânea de charges, Sinais de Revisão e Regras de Pontuação, normativo, Do Jumento ao Parlamento, com episódios da vida real, De Balsas para o Mundo, centrado na navegação fluvial Balsas/Oceano Atlântico, Pétalas do Rosa, saga da Família Albuquerque e Silva, Memorial Balsense, dedicado à história de sua terra natal, e Caindo na Gandaia, humorístico apimentado, é casado, tem quatro filhos, uma nora, um genro e dois netos e reside em Brasília, Distrito Federal, desde dezembro de 1960.

Eliane Cantanhêde sexta, 05 de outubro de 2018

OS ANTAGONISTAS

 

COLUNISTA
Eliane Cantanhêde
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Os antagonistas

Bolsonaro reina entre mais ricos e escolarizados; Haddad, entre mais pobres e sem instrução 

Eliane Cantanhêde, O Estado de S.Paulo

05 Outubro 2018 | 03h00

 

A melhor expressão do antagonismo entre Jair Bolsonaro (PSL) e Fernando Haddad (PT) está no perfil dos seus eleitores e, particularmente, num dos segmentos das pesquisas: enquanto o favorito encanta os mais ricos e escolarizados, que acreditam no velho que se diz “novo”, o petista consolida a posição entre os de menor renda e instrução, que creem piamente no Pai Lula. Até nisso os dois representam os extremos.

 

Pelo Ibope/Estado/TV Globo, Bolsonaro, que virou o queridinho do mercado, cresceu cinco pontos e atingiu 51% entre os eleitores de maior renda familiar mensal. Na outra ponta, Haddad perdeu seis pontos entre os mais ricos, mas cresceu sete pontos e atingiu 33% entre os de menor renda.

Bolsonaro continua subindo e está com 43% entre os que têm maior nível de instrução, enquanto Haddad disparou oito pontos e foi para 34% no campo oposto, dos menos escolarizados, além de também crescer seis pontos entre os que têm só ensino fundamental completo.

Se Haddad lidera no Nordeste, com 36%, Bolsonaro está na frente em todas as demais regiões, inclusive no populoso Sudeste, onde o petista cresceu cinco pontos, mas só chega a 18%.

Esse dado combina com o desempenho dos candidatos do PT aos governos estatuais. Eles comem poeira em São Paulo, Rio e Espírito Santo e o governador Fernando Pimentel, que disputa a reeleição, está em segundo lugar em Minas.

Sem partido e coligações importantes, Bolsonaro não tem candidatos oficiais fortes nesses Estados, mas os favoritos já pulam no seu barco em São Paulo, por exemplo, onde ele lidera com folga para a Presidência. Vide João Doria, do PSDB.

Se teve três péssimas notícias na semana anterior – estagnação, rejeição e derrota para todos no segundo turno –, Bolsonaro inverteu o jogo na reta final do primeiro turno, em que voltou a crescer, está em empate técnico com Haddad no segundo turno e conquista apoios relevantes, não só para vencer a eleição, mas também para governar.

Assim como cresceu entre os mais ricos e escolarizados, ele também chegou a 43% entre os evangélicos e a 35% nas capitais, que têm maior poder de influência na eleição e sobre o Congresso.

Se não tem apoio formal de partidos nem sabe lidar com eles – já passou por nove, em sua longa, apesar de apagada, carreira política –, Bolsonaro recebeu a adesão oficial da considerável Frente Parlamentar da Agropecuária e, informal, da Frente Evangélica e da “bancada da bala”, que defende o armamento da população como forma de combate à violência. São todas frentes suprapartidárias, formadas por deputados e senadores de centro e, principalmente, de direita. E, se são fortes hoje, devem vir mais fortes ainda em 2019, surfando na clara onda de direita que assola o País e resulta em Bolsonaro. Ele é causa e, mais ainda, efeito dessa onda.

De qualquer forma, as pesquisas ainda não confirmam o entusiasmo e o discurso da campanha bolsonarista de que é possível vencer em primeiro turno. Pelo Ibope, ele tinha 38% dos votos válidos até quarta-feira. Impossível nada é, mas é bastante difícil que consiga 12 pontos nesses quatro dias para fechar a eleição já no domingo.

Pode ser um alento para Haddad, já que o segundo turno é uma segunda eleição, com tempo igual de TV e com intensa movimentação de políticos e eleitores para se recolocarem. Mas uma coisa é certa: Bolsonaro atravessou todo o primeiro turno em vantagem e chega ao segundo demonstrando força e colhendo adesões. Haddad herdou boa parte dos votos que seriam de Lula, mas está herdando também a imensa rejeição ao PT. A organicidade, a estratégia e a disciplina do partido não estão dando conta de reagir à altura.


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