Almanaque Raimundo Floriano
(Cultural, sem fins comerciais, lucrativos ou financeiros)


Raimundo Floriano de Albuquerque e Silva, Editor deste Almanaque, também conhecido como Velho Fulô, Palhaço Seu Mundinho e Mundico Trazendowski, nascido em Balsas , Maranhão, a 3 de julho de 1936, Católico Apostólico Romano, Contador, Oficial da Reserva do Exército Brasileiro, Funcionário Público aposentado da Câmara dos Deputados, Titular da Cadeira nº 10 da Academia Passa Disco da Música Nordestina, cuja patrona é a cantora Elba Ramalho, Mestre e Fundador da Banda da Capital Federal, Pesquisador da MPB, especializado em Velha Guarda, Música Militar, Carnaval e Forró, Cardeal Fundador da Igreja Sertaneja, Pioneiro de Brasília, Xerife nos Mares do Caribe, Cordelista e Glosador, Amigo do Rio das Balsas, Inventor da Descida de Boia, em julho de 1952, Amigo da Fanfarra do 1° RCG, autor dos livros O Acordo PDS/PTB, coletânea de charges, Sinais de Revisão e Regras de Pontuação, normativo, Do Jumento ao Parlamento, com episódios da vida real, De Balsas para o Mundo, centrado na navegação fluvial Balsas/Oceano Atlântico, Pétalas do Rosa, saga da Família Albuquerque e Silva, Memorial Balsense, dedicado à história de sua terra natal, e Caindo na Gandaia, humorístico apimentado, é casado, tem quatro filhos, uma nora, um genro e dois netos e reside em Brasília, Distrito Federal, desde dezembro de 1960.

José Domingos Brito - Memorial quarta, 30 de agosto de 2023

OS BRASILEIROS: CORNÉLIO PIRES (CRÔNICA DE JOSÉ DOMINGOS BRITO, COLUNSTA DO ALMANAQUE RAIMUNDO FLORIANO

OS BRASILEIROS: Cornélio Pires

José Domingos Brito

 

 

 

Cornélio Pires nasceu em 13/7/1884, em Tietê, SP. Poeta, escritor, compositor, jornalista, cineasta, folclorista, humorista e etnógrafo, foi um tipo de showman da cultura caipira. Foi também empresário e pioneiro da indústria fonográfica gravando seus próprios discos. Sua obra constiui-se num relevante registro do dialeto caipira.

 

Filho de Ana Joaquina de Campos Pinto e Raimundo Pires de Campos Camargo, teve os primeiros estudos com um mestre-escola ambulante. Em seguida, a família mudou-se para a cidade, passando a estudar no Grupo Escolar Luiz Antunes. Aos 15 anos foi trabalhar no jornal O Tietê, como aprendiz de tipógrafo e tomou gosto pela imprensa. Aos 17 foi ganhar a vida em São Paulo e trabalhou nos grandes jornais da capital. Em 1904 fez diversas reportagens sobre a Revolta da Vacina, ocorrida no Rio de Janeiro.

 

Pouco depois passou a viajar pelo interior fazendo shows como humorista caipira e em 1910 publicou o livro: Musa caipira, onde apresenta as primeiras “poesias dialetais” registradas em livro. No mesmo ano apresentou no Colégio Mackenzie um espetáculo reunindo catiriteiros, cururueiros e duplas caipiras. Foi a primeira apresentação da cultura capira na capital. Devido ao sucesso da apresentação, montou um show humorístico, com anedotas, causos e imitações caipiras, encerrando com duplas de violeiros e cantadores de modas.

 

Viajou pelo País levando seu show e difundindo a cultura caipira paulista com livros e palestras, que lhe rendeu o título de “Bandeirante do Folclore Paulista”. Durante as comemorações do centenário da Independência, em 1922, realizou diversas palestras e apresentações junto com o maestro Eduardo Souto. Em 1924 dirigiu seu primeiro filme -Brasil pitoresco-, retratando suas viagens e mostrando características e aspectos sociais de diversos grupos e comunidades do País. Publicou mais de 20 livros, incluindo As estrambóticas aventuras de Joaquim Bentinho (1924), de grande sucesso, tornando-se o maior best-seller.

 

Foi pioneiro na gravação de discos 78rpm, ao gravar a primeira moda de viola -Jorginho do Sertão- lançada em 1929 e passou a ser chamado de o “Pai da música sertaneja”. Ele fez a adaptação da música caipira ao formato fonográfico e à natureza do espetáculo circense, já que a música caipira é originalmente música litúrgica do catolicismo popular, presente nas folias do Divino, no cateretê e na catira. Em seu livro Conversas ao pé do fogo, vemos o etnólogo ao fazer uma descrição dos diversos tipos de caipiras, incluindo um “Dicionário do Caipira”. Noutro livro -Sambas e Cateretês- recolheu inúmeras letras de composições populares, que teriam caído no esquecimento, caso não estivessem registradas neste livro.

 

Sua importância como pesquisador é reconhecida no meio acadêmico, como se vê nas citações de sua obra feitas por Antônio Candido em seu livro Os Parceiros do Rio Bonito. Na gravação da música Moda de peão, ele inicia com uma explicação: “Moda de viola cantada por dois genuínos caipiras paulistas. Este é o canto popular do caipira paulista em que se percebe bem a tristeza do Índio escravizado, a melancolia profunda do Africano no cativeiro e a saudade enorme do Português saudoso da sua Pátria distante. Criado, formado nesse meio o nosso caipira, a sua música é sempre dolente, é sempre melancólica, é sempre terna. Eis a ‘Moda do Peão’".

Monteiro Lobato e Cornélio Pires foram contemporâneos e ambos trataram sobre o caipira; porém, de modos opostos. Enquanto Lobato vê o caipira como um ente vegetativo, indolente e preguiçoso, Cornélio procura valorizar sua cultura, porque entende ser essencial ao futuro do país integrar populações à margem da modernidade. A partir de 1935 iniciou um programa na Radio Difusora de São Paulo, onde apresentava seus discos, causos e duplas caipiras de violeiros. O programa tinha vasta audiência no Estado e no Brasil. No mesmo ano, levou o caipira às telas do cinema, dirigindo o filme Vamos passear, com a dupla Sorocabinha e Mandy no papel principal. É o primeiro filme “sonoro” independente do Brasil.

 

Não obstante ser presbiteriano, tomou contato com vários fenômenos espíritas em suas viagens e algumas comunicações com o espírito Emílio de Menezes. Passou a estudar as obras de Allan Kardec, León Denis e alguns livros do então jovem Francisco Xavier. Nos anos  1944-1947 publicou os livros "Coisas do outro mundo" e "Onde estás, ó Morte?". Era tio de José Herculano Pires, conhecido autor espírita e faleceu em 17/2/1958, quando se dedicava à redação do livro Coletânea Espírita. Pouco antes de falecer, retornoou à Tietê, adquiriu uma chácara e fundou a “Granja de Jesus”, um lar para crianças desamparadas, que não chegou a ver implantada. Sua memória é cultuada em Tietê através de um monumento (herma) na praça central, do Instituto Cornélio Pires (www.corneliopires.com.br) e  da “Semana Cornélio Pires”, realizada desde 1959, na segunda quinzena de agosto.   Dentre suas biografias, vale citar os livros de Jofre Martins Veiga: A vida pitoresca de Cornélio Pires (1961) e de Marcelo Dantas: Cornélio Pires, criação e riso (1976).  

  

Cornélio Pires documentario - completo - 2018 "60 anos de morte" - YouTube

 

 

 

 

AS BRASILEIRAS: Presciliana Duarte de Almeida

 

2Introdução

PrescilianaDuarte  de  Almeida  foi  uma  poetisa,  escritora,  fundadora  da Academia Paulista  de  Letras,  fundadora  e  diretora  da  revista A  mensageira, considerada  atualmente  a primeira  revista  com  teor  feminista  do  Brasil,e  mulher  doséculo  XX.  Importante  ressaltar que por se tratar do século passado não era comum ver mulheres ativas no campo da educação ou ocupando lugares sociais, diferentes dos afazeres do lar.Foi possível encontrar cópias da revista A mensageira no ano de 1897, buscando pela primeira ediçãofoi possível encontrar a seguinte citação,escrita pela própria Presciliana;Estabelecer  entre  as  brazileiras  uma  sympathia  espiritual,  pela  comunhão  das mesmas  ideias,  levando-lhes  de  quinze  em  quinze  dias  ao  remansoso  lar,  algum pensamento novo –sonho de poeta ou fructo de observação acurada, eis o fim, que modestamente, nos propomos. (ALMEIDA, 1897)3.Entende-se  que  Presciliana  foi  uma  mulher  de  fibra  para  sua  época,e  que  se preocupava com a vida das mulheres que se encontravam cuidando de seuslares.Pela análise da  citação,  é  possível  afirmarque  Presciliana  entendia  que  essas  mulheres  tinham  direito  a Literatura e aum pensamento novo.1Aluna  do  Curso  de  Pedagogia  da  Universidade  Estadual  de  Mato  Grosso  do  Sul  (UEMS),  Unidade  deParanaíba. Bolsista do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica (PIBIC).2Doutora  em  Educação  pela  Universidade  Estadual  Paulista  Júlio  de  Mesquita  Filho;  pós-doutorado  em Educação Escolar pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho; pós-doutorado em Educação na Universidade  do  Estado  do  Rio  de  Janeiro  (2014).  É  professora  da  Universidade  Estadual  de  Mato  Grosso  do Sul, atuando no curso de Pedagogia e Mestrado em Educação, vinculada à linha de pesquisa História, Sociedade eEducação.3Ortografia original da época, citação direta da revista publicada no ano de 1897.

An. do Semin. em Educ. e Colóq. de Pesq., Paranaíba, MS, 2017, ISSN: 2446-6069138Realizando uma busca no site Googlepelo nome de Prescilianaé possível encontrá-loescrito das seguintes formas: Prisciliana, Presciliana, Prescilliana, Priscilianna. Por se tratar de pesquisa  inicial,  não  foi  possível  encontrar  nenhuma  certificação  de  como  se  escreve corretamente seu nome.Também,  não  foi  possível  encontrar  nenhuma  fotografiadigna  da  escritora,  e  nem pesquisas  que  enfatizem  a  mulher  e  escritora  Presciliana  Duarte  de  Almeida. Dentre  suas várias publicações e o tempo dedicado àLiteratura,Presciliana dedicou parte da sua escrita à Literatura Infantil escolar, tendo publicadodois livros:Páginas Infantis(1908) e O livro das aves: crestomatia4em prosa e verso(1914).Pesquisar e estudar Presciliana éumprazer, pois é importante para a área de pesquisa em  Literatura  Infantil  dar  ênfase  aos  escritores  que  antecederam  Monteiro  Lobato(1882-1948),  preenchendo  a  lacuna  histórica  que  existe  dentro  da  área  de  pesquisas  em  Literatura Infantil.Nesse sentido, como primeira aproximação, o objetivo deste texto é o de reconstituir uma biografia de Presciliana Duarte de Almeida.1.O que é biografia?Por que realizar a biografia de uma escritora?Quando  decidi  realizar  uma  biografia  da  autora  Presciliana  Duarte  de  Almeida,  uma inquietação  surgiu  em  mim  e  em  alguns  colegas  de  pesquisa,  o  que  seria  uma  biografia? Muitos  podem  acreditar  dentro  do  senso  comum  que  essa  éumapergunta  fácil  para  se encontrar resposta, mas  seria fácil mesmo? Qual a importância de realizar a biografia de um autor? Para que ela serve?Respondendo a primeira pergunta sobre:o que  é uma biografia? Encontrei a resposta em  Burke(1997).  Segundo  ele: “[...] a idéia de uma vida ‘escrita’pode  ser  encontrada  na Idade  Média.  O  termo  biographia  foi  cunhado  na  Grécia  no  fim  do  período  antigo.  Antes disso, falava-se em escrevervidas. [...]” (BURKE, 1997, p. 91, grifos do autor)Buscando a resposta para a minha segunda inquietação, após realizar leituras de alguns autores,  achei  de  forma  mais  clara  o  entendimento  que  Burke(1997)traz,  buscando  na história o porquêque se realizavam escritas de biografias. Segundo Burke(1997, p. 87): 4Segundo o dicionário crestomatia  significa: coletânea de trechos em prosa ou verso escolhidos da obra de um ou mais autores, com finalidade didática.

An. do Semin. em Educ. e Colóq. de Pesq., Paranaíba, MS, 2017, ISSN: 2446-6069139No  mundo  antigo  predominaramgovernantes  e  filósofos,  mas  havia  também  um pequeno  espaço  disponível  para  generais  e  literatos.  ComélioNepos  escreveu  não apenas   sobre   comandantesmilitares   como   Aníbal,   mas   também   sobre   Ático. Plutarco   escreveu   sobre   Cícero,enquanto   Suetônio   e   o   gramático   Donato escreveram  sobre  Virgílio.  NoRenascimento,  [...],foram  escritas  biografias  de governantes  comoAlfonso  de  Aragão  e  Cosimo  de Medici,  de  escritores  como Dante  e  Petrarca,de  filósofos  como  Ficino  e  Pico  e  de condottiericomo  NiccoloPiccinino eBraccioMontone. A escolha de capitães de soldados mercenários como heróispode  parecer  estranha  hoje  em  dia,  mas  as  biografias  de  Gattamelata  porDonatello  e  de  Colleoni  por  Verrocchio  nos  lembram  que  os condottieri,  comoos príncipes,  mereciam  estátuas  em  lugares  públicos.  O  repertório  agora  seexpandia para incluir mulheres e artistas (entre eles o compositor Josquin dês Prez, cuja vida foi escrita pelo humanista suíço Glareanus). Os protagonistas debiografias incluíam ainda indivíduos de outras culturas, como no caso dos sultãesde Giovio, ou do Átila(1537)do  húngaro  MiklósOláh,  um  discípulo  de  Erasmo;do Maomé(1543)  do alemão Widmanstetter; ou do Tamerlão(1553) dePerondinus.Por último, responderei a pergunta:paraque serve escrever a biografia de um autor?Na  linha  cronológica  da  Literatura  Infantil,  temos  muitos  espaços  em  branco, muitas lacunas  a  serem  preenchidas.  A  história  da  Literatura  Infantil  Brasileira,segundo  os  estudos realizadosse  iniciacom  Figueiredo  Pimentel(1869 –1914), havendoum  saltocronológicopara  Monteiro  Lobato,  e  depois,para  a  época  da  ditadura  militar, momento  em  que  se consagravam autores como Ana Maria Machado, Cecília Meirelles entre outros.Resgatarautores  e  principalmente  autoras  que  antecederam  Monteiro  Lobato,  que  é considerado   por   grandes   pesquisadores   o   Pai   da   Literatura   Infantil   no   Brasil,   é algo fundamental  para  a  área  de  pesquisas  em  Literatura  voltada  para  as  criançasem  nosso  país. Mostrar  e  relembrar  que houveautores  e  principalmente  autoras,que  foram  importantes  na sua época e que influenciaram toda uma sociedade com seus livrosé o que se pode alcançar com o que apresento neste texto.Esse é o caso de Presciliana Duarte de Almeida, mulher do século XX, que influenciou diretamente toda a história da Literatura Infantil antes de Lobato, mulher que dedicou parte de sua história como escritora e poetisa preocupando-se em levar textos para leitura decrianças com seus poemas.Buscando  uma  explicação  em  Burke,  ele  afirma  que: “[...]Algumas  coleções  de biografias tinham um objetivo didático: não apenas as vidas de santos, mas também as vidasde artistas [...].”(BURKE, 1997, p. 87).2.Quem foi Presciliana Duarte de Almeida?

An. do Semin. em Educ. e Colóq. de Pesq., Paranaíba, MS, 2017, ISSN: 2446-6069140Foram  poucos  os  livros e  artigos  encontradosque  citam  Presciliana  Duarte  de Almeida,  ou  que  possibilitam  um  encontro   com  sua  biografia.  Pretendo  realizar  esse levantamento  até o  final  da  pesquisa,  que  será  em julho  do  ano  de  2018;  porém  os  livros, artigos  e  textosque  encontrei até  o  momento trazem  praticamente  asmesmas  informaçõessobre a vida easobrasda autora.Segundo Nelly Novaes Coelho(1984),Presciliana Duartede Almeida foi:Figura feminina de destaque no movimento cultural literário e educacional paulista, no entre séculos. Presciliana Duarte de Almeida nasceu em Pouso Alegre (MG), em 3 de junho de 1867. [...]. Em S. Paulo, vem a falecer aos 77 anos, a 13 dejunho de 1944, sendo enterrada no Cemitério do Araçá. (COELHO, 1984, p. 790).Buscando  por  Presciliana  naenciclopédia  Itaú  Culturalfoi  possível  encontrar  a seguinte informação:Presciliana Duarte de Almeida nasceu em Pouso Alegre –MG no ano de 1867,efaleceu em 1944, na cidade de São Paulo –SP, publicou seu primeiro livro em 1890, intitulado  de Rumorejos,  trabalhou  como  colaboradora  dos  periódicos Almanaque  Brasileiro Garnier, A estação, Rua do Ouvidor e A Semana. Fundou a revista A Mensageira em 1897, e foi diretora da mesma até o ano de 1900, Tornou-se colaboradora da revista Educaçãono ano de 1902, e da revista Alvorada, que era do Grêmio Literário dos alunos do Ginásio Silvio de Almeida, em 1909. Também em 1909 é membro –fundador da Academia Paulista de Letras;em  1906  lança Sombraslivro  de  poesias, Paginas  Infantis em  1908,  em  1910  o Livro  das Aves e Vetiver em 1939.Outra  informação  interessante,  que  foi  possível  localizar  na  Enciclopédia  Itaú  é  que Presciliana também assinava com outro nome que era: Perpétua do Vale.Para minha surpresa, em setembro do ano de 2016, ao participar do 7º SLIJ5, evento de Literatura Infantil e Juvenil, realizado na cidade de Florianópolis/SC, a pesquisadora Marisa Lajolo trouxe um poema6de Presciliana, e fez umacomparação com os e-books757º  Seminário  deLiteratura  Infantil  e  Juvenil,  II  Seminário  Internacional  de  Literatura  Infantil  e  Juvenil  e Práticas de Mediação Literária. Linguagens poéticas pelas frestas do contemporâneo.6Trata-se do poema que pode ser encontrado no livro Páginas infantis de 1910, p. 11-12, a saber: “–Para mim livrobonito/É aquele que tem figuras/Para você não é, Carlitos?”7Livros digitais que são utilizados pelos jovens atualmente.

An. do Semin. em Educ. e Colóq. de Pesq., Paranaíba, MS, 2017, ISSN: 2446-6069141Pode-se encontrar um poucomaisde Presciliana no livro Literatura Infantil Brasileira de  Leonardo  Arroyo.  Segundo  Arroyo,  Presciliana  foi  uma  das  percussoras da  Literatura Infantil e tem grande importância na área.Em  Zalina  Rolim,  Presciliana  Duarte  de  Almeida,  Francisca  Julia  e  Olavo  Bilac, entre  os  precursores  de  nossa  literatura  infantil,  encontramos  as  mais  válidas  vozes da  poesia  para  criança  no  Brasil.  São  quatro  autores  que  nos  deixaram  uma  obra clássica,  classicamente poética,  para  a  infância  mostrando  assim  os  verdadeiros critérios de composição de uma lírica capaz de ser longamente amada pelas crianças. (ARROYO, 1988, p. 217).No  livro Panorama  Histórico  da  literatura  infantil  Juvenilde  Nelly  Novaes  Coelho(1991),  no  tópico Livros  e  Autoresencontramos  a  seguinte  citação  sobre  Presciliana  e  sua obra Páginas Infantis (1908);Figura feminina de destaque no movimento cultural, literário e educacional paulista, no  entre  séculos,  a  mineira  Presciliana  Duarte  de  Almeida  (1867/1944)  teve  ação importante  na  divulgação  das  novas  idéias  feministas  e  educacionais.  Incentiva  a criação da revista estudantil A Aurora(no Ginásio Silvio de Almeida –SP), escreve peças  de  teatro  que  leva  a  encenação  pelos  escolares  e,  em  1908,  publicaPáginas Infantis,  coletânea  de  estorietas  referendadas  por  uma  carta –prefácio  de  João Kopke. Em 1914, escreve o livro de leitura O Livro das Aves (crestomatia em prosa e verso), adotado em várias escolas paulistas.(COELHO, 1991, p. 219).O  site  da Universidade  de  Campinas  (UNICAMP)  tem  um  tópico  dedicado  às memórias  da  Literatura  Infantil.  Nele,é  possível  encontrar  a  seguinte  informação  sobre  a autora pesquisada:Presciliana  Duarte  de  Almeida  nasceu  em  Pouso  Alegre  (MG)  em  3  de  junho  de 1967.  Primade  Júlia  Lopes  de Almeida  e  Adelina  Lopes  Vieira.  Após casar-se muda-se    para    São    Pauloonde    funda,    em    1889,    a    revista feministaA Mensageira.Participa da fundação da Academia Paulista de Letras em 05 de outubro de  1909  onde  ocupa  a  cadeira  nº  8,  escolhendo  a  poetisa  Bárbara  Heliodora,  sua trisavó,  como  patrona. Morreu  aos  77  anos,  em  São  Paulo,  em  13  de  junho  de 1944.1908 -Página Infantis1914 -O Livro das Aves(UNICAMP, 2017).Realizando  busca  no siteda  Academia  Paulista  de  Letras deque  Presciliana  foi fundadora,  ocupando  a  cadeira  de  número  oito,  foi possívellocalizar cinco  resultados  em Discursos  e  um  resultado  em Memória.  Quando  realizei  a  busca  pelo  nome  escrito  como Presciliana  não  localizei  nenhuma  informação,  foi  possível  localizar  essas  informações  a partir  do  momento  em  que  digitei  o  nome  da  autora  da  seguinte  forma:  Prisciliana.  Como citado anteriormente não consegui nenhuma confirmação,ainda, de como seu nome é escrito

An. do Semin. em Educ. e Colóq. de Pesq., Paranaíba, MS, 2017, ISSN: 2446-6069142corretamente,  a  pesquisa  está  em  fase  inicial,  e  esse  problema  é  um  dos  que  pretendo encontrar respostae solução até o final da pesquisa.Aliás,  a  título  de  curiosidade,  se  bem  que  en  passant,  gostaria  de  assinalar  duas peculiaridades  no  nascedouro  desta  Academia:  primeiro,  o  fato  de  haver  entre  os acadêmicos uma grande farturade  médicos sete entre 40 membros, talvez pelo fato de  o  próprio  fundador  ter  sido  um  ilustre  profissional  da  Medicina;  e,  depois,  pela presença  de  uma  mulher,  a  poeta  Prisciliana  Duarte  de  Almeida,  que  se  fez acompanhar,  no  colegiado,  de  seu  primo  e  marido,  também  poeta,  Silvio de Almeida. (SOUZA,2016).Ainda no discurso de Paulo Nathanael Pereira de Souza ele faz mais uma referênciaa Presciliana:Por  20  anos,  Maria  de  Lourdes,  dentro  da  tradição  inaugurada  pela  presença feminina  de  Prisciliana  de  Almeida  na  Academia,  ocupou  seu  posto  entre  os imortais, trabalhando incansavelmente, fosse a  favor do fortalecimento institucional deste cenáculo, fosse na produção literária em prosa e verso de sua obra, esse legado de incontáveis e imperecíveis riquezas com que nos herdou.(SOUZA, 2016).No  discurso  de  boas  vindas  da  acadêmica  Anna  Maria  Martins  para  desejar  as  boas-vindas à escritora Ruth Rocha:Na área da cultura literária, Maria de Lourdes Teixeira, a primeira mulher eleita para a Academia Paulista de Letras, abriu-nos o caminho. Prisciliana Duarte de Almeida foi  fundadora.  A  entidade  passou  então  a  acolher  escritoras,  juristas,  historiadoras. Espaço livre  para  a  intelectual com trabalho de  relevância  no panorama  cultural  do país,  a  APL  recebe  a  mulher  com  o  merecido  reconhecimento  por  sua  atividade profissional.(MARTINS,2016).Segundo Paulo Bomfim, no discurso de recepção à escritora Myriam Ellis,Presciliana Duarte  de  Almeida  foi  a  primeira  mulher  a  ocupar  uma  cadeira  na  Academia  Paulista  de Letras:Quarenta cadeiras representam bem o espírito do solo onde estão plantadas. Nelas se assentam  intelectuais  de  todos  os  quadrantes  do  país.  Aqui  se  encontram  com  o gaúcho  Freitas  Valle,  os  catarinenses  Affonso  de  Taunay  e  Monsenhor  Manfredo Leite,  os  paranaenses  Eurico  Branco  Ribeiro  e  Ernani  da  Silva  Bruno,  os  mineiros Basílio  de  Magalhães,  Aureliano  Leite  e  Prisciliana  Duarte  de  Almeida  que  deu  à Academia  Brasileira  de  Letras  o  exemplo  da  primeira  mulher  Acadêmica.  Aqui estiveram  também  o  paranaense  Afranio  do  Amaral,  o  maranhense  Carlos  Alberto Nunes, o sergipano Cleomenes Campos, o carioca Luiz Martins, o baiano Fernando Góes,  o  cearense  Raymundo  de  Menezes  e,  até  ontem,  para  alegria  de  todos  nós  o alagoano Ricardo Ramos, hoje habitante de nossa saudade.(BOMFIM, 2016).

An. do Semin. em Educ. e Colóq. de Pesq., Paranaíba, MS, 2017, ISSN: 2446-6069143Em  outro  discurso  de  recepção,  agora  pelo  acadêmico  Israel  Dias  Novaes,  para  a escritora  Anna  Maria  Martins,  citando  o  nome  de  Presciliana  como  fundadora  e  primeira mulher  a  ocupar  uma  cadeira  na  AcademiaPaulista  de  Letras,  ele  ainda  destaca  que  foi necessário quase meio século depois para outra mulher ocupar outracadeira na Academia.Acadêmica  Anna  Maria  Martins:  Vosso  ingresso  na  Academia  Paulista  de  Letras tem múltiplos significados, inclusive aquele da crescente representação feminina nos nossos quadros. Entre os quarenta patronos escolhidos figurava apenas uma mulher, Barbara  Heliodora,  na  cadeira  de  nº  8,  fundada  por  Prisciliana  Duarte  de  Almeida, poetisas  ambas.  Foram  necessários  mais  de  meio  século  para  que  outra  mulher viesse  a  formar  entre  os  quarenta  imortais:  a  mestra  do  romance  urbano  Maria  de Lourdes  Teixeira,  empossada  em  1969.  Possivelmente,  a  Academia,  assim  tão paradoxalmente masculina, considerasse as escritoras apenas como zelosos repousos do guerreiro.(NOVAES, 2016).Juca  de  Oliveira  em  seu  discurso  de  posse  relembra  e  cita  Presciliana  Duarte  de Almeida, a primeira pessoa e mulher a ocupar a cadeira de número oito que agora se destinava a ele,relembrando e realizando uma breve biografia da autora:[...]Prisciliana Duarte de Almeida, a fundadora da cadeira, poetisa, nasceu em junho de  1867.  Em  1890  publicou  seu  primeiro  livro  de  poesias,  "Rumorejos",  e  a  partir daí desenvolveu intensa atividade literária e cultural. Entre 1897 e 1900, fez circular em  São  Paulo  a  publicação  "A  Mensageira",  de  tendência  feminista,  que  exerceu grande  influência  na  emancipação  da  mulher  brasileira.  Inicialmente  destinada  à produção  literária,  seus  artigos  passaram  a  exigir  mais  direitos  para  as  mulheres, ampliação  do  mercado  de  trabalho  feminino  e  uma  educação  de  melhor  qualidade. Em 1938, aos 75 anos, editou ‘Vetiver’, seu último volume de poesia.(OLIVEIRA, 2016).Ainda  em  seu  discurso  de  posse  Juca  de  Oliveira  faz  outra  citação  de  Presciliana, quando  cita  o  teatro  e  afirma  a  importância  da  revista A  Mensageira,  fundada  em  1897  pela escritora. Não fazemos teatro por dinheiro, ou por vaidade. Fazemos teatro para exercer nossa função estética e social, que é mudar o homem; torná-lo melhor, mais afetivo, mais generoso,  mais  solidário  e  sobretudo,  menos  predador.  O  teatro  abre  picadas,  cria modelos  novos  de  cultura,  e  socializa  comportamentos.  Para  citar  um  exemplo,  a nossa  querida  Prisciliana  Duarte  de  Almeida,  com  absoluta  certeza,  engendrou  sua revista  "A  Mensageira",  inspirada  pela  Nora,  de  "A  Casa  de  Bonecas"  de  Ibsen,  o primeiro  manifesto  feminista,  levado  ao  palco  em  1978.  Sem  essa  personagem criada  por  Ibsen,  as  mulheres  não  teriam  atingido  a  posição  que  têm  hoje  na sociedade!(OLIVEIRA, 2016).

An. do Semin. em Educ. e Colóq. de Pesq., Paranaíba, MS, 2017, ISSN: 2446-6069144No tópico das Memórias,aindapesquisandono site da academia,Presciliana foi citada da seguinte forma:‘Então  é  bom  dizer  bem  alto  que  dessa  Academia  fazem  parte  os  literatos  e  poetas —D.  Prisciliana  de  Almeida,  Dr.  Freitas  Guimarães,  o  velho  Carlos  Ferreira, Benedito  Otávio,  Alberto  Faria,  Basílio  de  Magalhães,  Dr.  Raul  Soares  de  Moura, Dr.Valdomiro  Silveira,  Dr.Venceslau  de  Queirós’,  Amadeu  Amaral,  que  é  redator chefe  do  "O  Comércio  de  São  Paulo",  e  outros.  E  qual  destes  12  literatos  e  poetas precisa do beneplácito do Dr. Roberto Moreira?...(ACADEMIA, 1911).Ainda no siteda academia, mas agora digitando o nome da autora da seguinte forma: Priscillianafoipossívelencontrar dois resultados:um em acadêmicos anteriores e outro em Patronos.No  resultado  em  acadêmicos  anteriores encontramos  apenas  as  informações  do número  da  cadeira  que  Presciliana  ocupou,  sendo  a  de  número  oito,  o  patrono: Bárbara Eliodora Guilhermina da Silveira Bueno, o aniversário: 1/1/11118, e a data de posse que foi em 27/11/1909, data de fundação da academia.Como citado anteriormente abusca pelo nome escrito da seguinte forma: Presciliana e Priscilianna não trouxeram nenhum resultado. Na obra de referência para a Literatura Infantil, escrita por Lajolo e Zilberman(2007, p.  28), Literatura  Infantil: história  &  histórias,  foi  possível  localizar  a  seguinte  citação: “Datam  desse  mesmo  período  as  antologias  folclóricas  e  temáticas  estas  últimas  com  o objetivo  de  constituírem  material  adequado  para  celebração  escolares:  [...] Livro  das  aves (1914), de Presciliana D. de Almeida.” 3.Considerações finaisPresciliana  Duarte  de  Almeida  foi  uma  figura  de  extrema  importância  para  a  sua época,  mulher  que  se  preocupava  com  as  outras  mulheres  que  não  obtiveram  a  mesma oportunidade que ela, mulher essa que já vinha de família de escritoras.O  estudo  sobre  a  vida  e  obra  de  Presciliana  Duarte  de  Almeida  tem  extrema importância para a população acadêmica que pesquisa ou que pode vir  a  pesquisara área de Literatura Infantil.8Acredito que essa data não está correta, porém é a informada no site e decidi usar asinformações que o site da academia proporciona.

An. do Semin. em Educ. e Colóq. de Pesq., Paranaíba, MS, 2017, ISSN: 2446-6069145Pode –se  perceber  nesse  breve  levantamento  que  muitas  informações  são  idênticas  e que outras não batem, como por exemplo a publicação do livro Páginas  Infantis, que alguns pesquisadores  trazem  como  data  de  publicação  o  ano de  1908  e  outros  o  ano  de  1910.  Por haverpoucosestudossobre a autora é comum encontrar essas incoerências, por isso pretendo com  meu  estudo  e  minha  pesquisa,  tentar  dar  o  máximo  de  coerência  e  informações sustentáveis, nem que para isso, seja necessárioir direto a arquivos, como visitas a cidade de Pouso  Alegre  onde  Presciliana  Nasceu,  ao  antigo  Ginásio  Silvio  de  Almeida  e  à  própria Academia Paulista de Letras.Temos  um  enorme  número  de  pesquisas  voltadas  para  o  autor  Monteiro  Lobato,  não desmerecendo  oautor,  pretendo  jamais  fazer  isso,  temos  consciência  da  importância  de Lobato  para  a  Literatura  Infantil  Brasileira;  mas  precisamos  pensar  e  refletir  sobre  os  que antecederam  Lobato, que talvez, de alguma forma, tiveram alguma influência não só  em sua época, mas também nas histórias pensadas e escritas por Monteiro Lobato.Além  da  importância  de  se  pesquisar  autores  que  antecederam  Lobato,  é  importante ressaltar   que   a   Literatura   Infantil   tem   um   enorme   campo   de   pesquisas,   com   fontes extremamenteinesgotáveis que precisam e devem ser exploradas.Caso  não tenha  tempo  o  suficiente  para encontrar  todas  as  respostas  até  o  final  da pesquisa,  pretendo  continuar  pesquisando  a  autora,  pois  acredito  que  será  de  extrema importância  para  a  área  de  Literatura  e  LiteraturaInfantil  relembrar,  quão  importante  foi  a escritora Presciliana Duarte de Almeida.ReferênciasACADEMIA. A Polêmica. In: Academia Paulista de Letras. São Paulo: Academia Paulista de Letras, 2016. Disponível em: <http://www.academiapaulistadeletras.org.br/memoria.asp?materia=912>. Acesso em: 26 de maio 2017.______. Priscilliana Duarte de Almeida. In: Academia Paulista de Letras. São Paulo: Academia Paulista de Letras, 2016. Disponível em: <http://www.academiapaulistadeletras.org.br/osacademicos.asp?materia=76>. Acesso em: 26 de maio 2017.ARROYO, Leonardo. Literatura Infantil Brasileira. São Paulo: Melhoramentos. 1988. 248 p.ALMEIDA, Presciliana Duarte de. Revista A mensageira. Anno 1, n.1. São Paulo. 1987. Disponível em:

An. do Semin. em Educ. e Colóq. de Pesq., Paranaíba, MS, 2017, ISSN: 2446-6069146<http://objdigital.bn.br/acervo_digital/div_periodicos/per352438_contente/per352438_item1/P2.html>. Acesso em maio2017BOMFIM, Paulo. Discurso de Recepção pelo Acadêmico Paulo Bomfim. In: Academia Paulista de Letras. São Paulo: Academia Paulista de Letras, 2016. Disponível em: <http://www.academiapaulistadeletras.org.br/discursos.asp?materia=1003>. Acesso em: 26 de maio 2017.BURKE, Peter. A invenção da biografia e o individualismo renascentista. Revista Estudos Históricos, v. 10, n. 19, p. 83 –97, maio de 1997. Trad. José Augusto Drummond.Disponível em: <http://bibliotecadigital.fgv.br/ojs/index.php/reh/article/view/2038/1177>. Acesso em: 27 de maio 2017.COELHO, Nelly Novaes. Dicionário crítico da Literatura Infantil/Juvenil Brasileira1882-1982. 2. ed. São Paulo: Quíron, 1984.COELHO, Nelly Novaes. Panorama Histórico da literatura Infantil Juvenil. 4.ed.São Paulo: Ática S. A., 1991. 288 p.ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileiras.PRESCILIANA Duarte de Almeida. São Paulo: Itaú Cultural, 2017. Disponível em: <http://enciclopedia.itaucultural.org.br/pessoa6192/presciliana-duarte-de-almeida>. Acesso em: 26de maio.2017. LAJOLO, Marisa; ZILBERMAN, Marisa. Literatura Infantil Brasileira: História & Histórias.São Paulo: Ática, 2007. 186 p.MARTINS, Anna Maria. Discursode Recepção pela Acadêmica Anna Maria Martins.In: Academia Paulista de Letras. São Paulo: Academia Paulista de Letras, 2016. Disponível em: <http://www.academiapaulistadeletras.org.br/discursos.asp?materia=1015>. Acesso em: 26 de maio 2017.NOVAES, Israel Dias. Discursode Recepção pelo Acadêmico Israel Dias Novaes.In: Academia Paulista de Letras. São Paulo: Academia Paulista de Letras, 2016. Disponível em: <http://www.academiapaulistadeletras.org.br/discursos.asp?materia=987>. Acesso em: 26 de maio 2017.OLIVEIRA, Juca. Discurso de Posse. In: Academia Paulista de Letras. São Paulo: Academia Paulista de Letras, 2016. Disponível em: <http://www.academiapaulistadeletras.org.br/discursos.asp?materia=937>. Acesso em: 26 de maio 2017.SOUZA, Paulo Nathanael Pereira de Souza. Discurso de Posse. In: Academia Paulista de Letras. São Paulo: Academia Paulista de Letras, 2016. Disponível em: <http://www.academiapaulistadeletras.org.br/discursos.asp?materia=1016>. Acesso em: 26 de maio 2017.UNICAMP. Presciliana Duarte de Almeida. In: Unicamp. Campinas: SP. Disponível em: <http://www.unicamp.br/iel/memoria/Ensaios/LiteraturaInfantil


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ELA FOI E CONTINUARÁ SENDO A PRIMEIRA - Dona Presciliana Duarte de Almeida ("Perpétua do Vale"), filha do Tenente-Coronel Joaquim Roberto Duarte e de Rita Vilhena de Almeida Duarte ((Pouso Alegre, MG, 03.06.1867 - 13.06.1944, Campinas, SP, "com o corpo trasladado para a cidade de São Paulo para ser sepultado ao lado do marido Sílvio de Almeida" falecido aos 30.03.1924. Presciliana era prima pelo lado materno da também escritora Maria Clara Vilhena da Cunha (Santos, depois de casada). Suas mães eram irmãs. Maria Clara nasceu em Pelotas, RS, aos 18.11.1866. Quando juntas em Pouso Alegre as duas jovens iniciaram-se na literatura fundando o jornalzinho manuscrito "O Colibri", de pequenas tiragem e existência, que era distribuído graciosamente. - Todo esse preâmbulo precede o assunto principal: falar um pouco de dona Presciliana. Depois de Joana Paula Manso de Noronha com o "Jornal das Senhoras" (1852-1855); de Francisca Senhorinha com "O Sexo Feminino" (1860); de Revocata de Melo, com o "Corymbo", o de maior duração (1884-1944); Josefina Álvares de Azevedo com "A Família", SP/RJ, 1888-1897, entre tantos outros periódicos, para encerrar esta prosa com a preciosa revista "A MENSAGEIRA" - Revista literária dedicada à mulher brasileira, S. Paulo. Diretora: Presciliana Duarte de Almeida. Publicação quinzenal. A matéria das colaborações literárias aqui representada pelas figuras da linha de frente de nossa literatura encontra-se em seus vários segmentos. Depois de mais esse "dedo de prosa" iremos ao assunto principal: A ELEIÇÃO PARA A FUNDAÇÃO DA ACADEMIA PAULISTA DE LETRAS em 1909. Entre outras exigências a de ter obra literária publicada. Na ala feminina a mineira Presciliana Duarte de Almeida, radicada na capital paulista onde já fundara e dirigira a revista literária "A MENSAGEIRA" de 1897 a 1900 e aí publicara seu livro de versos "SOMBRAS" prefaciado pelo Conde de Afonso Celso (Afonso Celso de Assis Figueiredo, MG, 1860-1938), impresso em São Paulo por Rothschild & Comp., 1906. O trio feminino de candidatas contava mais com as paulistas Zalina Rolim (Maria Rosalina Xavier de Toledo, 1869-1961), a principal educadora paulista ao final do Séc. XIX e início do XX, foi a criadora e administradora do "Jardim de Infância"; sua obra literária "Coração" (poes.) foi publicada em S. Paulo, 1893; sua obra educativa "LIVRO DAS CRIANÇAS", em vários volumes, foi impresso em Boston (U.S.A.), em 1897, e vasta colaboração em periódicos. - Francisca Júlia da Silva (1872-1920) completa o trio feminino, como autora do livro de versos "Mármores", publicado em São Paulo, 1895, com prefácio do filólogo João Ribeiro (SE, 1860-1934), radicado no Rio de Janeiro. Das três candidatas somente dona Presciliana Duarte de Almeida, juntamente com seu marido, o filólogo Sílvio de Almeida (MG, 1867-1924) foi eleita na mesma eleição. Comentários à época "à boca pequena", maldosos ou não, falavam que ele, o marido, trabalhou muito bem com "cabo eleitoral" da mulher. - O que fica e se eterniza na História são os fatos, que colocam definitivamente dona PRESCILIANA DUARTE DE ALMEIDA como A PRIMEIRA MULHER BRASILEIRA a participar da eleição de fundação de uma Academia de Letras no Brasil e tornar-se co-fundadora. Salve o 27 de Novembro de 1909.


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