Faustino Monteiro Esposel nasceu em 24/10/1888, no Rio de Janeiro. Médico sanitarista, neurologista, psiquiatra, professor e esportista na condição de presidente do Flamengo em 3 mandatos e 5 vezes campeão do futebol carioca. Foi um dos pioneiros na pesquisa e estudos da neurologia, além de esportista e conseguir um lugar privilegiado para estabelecer a atual sede e uniforme do Flamengo. É surpreendente tal disposição e maior ainda ao vermos sua reaparição em Espírito 10 anos após na “pele” de André Luiz, conforme certificado por meio do médium – vale a redundância- Chico Xavier.
Filho de João Paiva dos Anjos Esposel e de Maria Joaquina Monteiro Esposel, realizou os primeiros estudos na Escola Alemã; no externato do Mosteiro de São Bento e diplomou-se pela Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro, em 1910, defendendo a tese “Arteriosclerose Cerebral”, obtendo a nota máxima. Pouco depois foi contemplado com uma viagem à Europa, onde foi aluno de Joseph Babinski e Jules Déjerine, dois “papas” da neurologia. Por essa época, candidatou-se a médico do Hospital Nacional de Alienados, dirigido por Juliano Moreira e foi classificado em 1º lugar.
Participou ativamente da Sociedade Brasileira de Neurologia e Psiquiatria em seus primórdios e integrou a “Missão Médica” brasileira, composta por 86 médicos, que foi à Europa em 1918 para auxiliar os feridos na I Guerra Mundial. Representou o Brasil em diversos congressos e reuniões de médicos na Europa e América do Sul e foi secretário-geral da 2ª Conferência Latino-Americana de Neurologia, Psiquiatria e Medicina Legal, realizada em 1931, no Rio de Janeiro.
Era um estudioso da mente e, ao mesmo tempo, adepto da educação física e aficionado pelo esporte. Assim, encontrou tempo para, além da dedicação à medicina e ao magistério, dedicar-se também aos esportes como dirigente de associações atléticas. Na época em que o futebol ainda não era uma “paixão nacional”, foi presidente do Flamengo em 3 mandatos (1920-1922; 1924-27 e 1928) e venceu 5 campeonatos cariocas. Como dirigente e com algum trânsito político, conseguiu dos prefeitos Antônio Prado Jr. e Alaor Prata, uma área de 34 mil m² às margens da Lagoa Rodrigo de Freitas para instalar a nova sede do clube. O uniforme que o Flamengo veste hoje foi criado em sua gestão.
De vez em quando licenciava-se do cargo para outros afazeres, como em setembro de 1926, numa viajem à Europa para uma série de conferências. No ano seguinte, entrou para a Academia Nacional de Medicina, apresentando memória intitulada “Em torno do sinal de Babinsky”. Como professor, destacou-se nos cargos de livre-docente e assistente de Clínica de Doenças Nervosas na Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro; professor substituto da Seção de Neurologia e Psiquiatria da mesma; professor de Neurologia na Faculdade Fluminense de Medicina; professor substituto de Medicina Pública na Faculdade de Direito Teixeira de Freitas e docente de Higiene da Escola Normal do Rio de Janeiro.
Como médico esteve à frente de cargos como chefe de Serviço na Policlínica e Sanatório de Botafogo; adjunto do Hospital da Misericórdia; médico da Associação dos Empregados do Comércio. Um velhinho, zelador de um prédio do Rio, que o conheceu, disse agora há pouco que ele era um médico prestativo que atendia gratuitamente pessoas carentes. Na condição de católico, militou na União Católica Brasileira e foi congregado mariano.
Após o falecimento, em 16/9/1931, passou por uns perrengues no plano espiritual e reapareceu como o Espírito de André Luiz. Amargou a “vida” no “umbral” por uns 8 anos; aprendeu um bocado de coisas; trabalhou outro bocado e foi promovido a “Cidadão do Nosso Lar”. Nesta condição foi-lhe concedida a missão de esclarecer os viventes como a vida continua no plano espiritual, como se organiza e como se dão as relações sociais no “outro mundo”, digamos assim.
Seu reaparecimento se deu em 1941, “recebido” (incorporado) pelo médium Chico Xavier. Pouco depois foi publicado o “romance” contando como se dão as coisas no “Nosso Lar” O fato gerou enorme celeuma no meio espírita. Cogitava-se que André Luiz, em vida, seria Oswaldo Cruz; depois cogitou-se que seria Carlos Chagas entre outros. Porém, após exaustiva pesquisa conduzida pelo jornalista e ex-dirigente de um centro espírita no Rio de Janeiro, Luciano dos Anjos, o espírito denominado André Luiz, médico carioca em vida, foi o Dr. Faustino Monteiro Esposel. Tal informação foi confirmada pelo médium Chico Xavier, que tornou-se um dos maiores “receptores” do espírito André Luiz.