Almanaque Raimundo Floriano
(Cultural, sem fins comerciais, lucrativos ou financeiros)


Raimundo Floriano de Albuquerque e Silva, Editor deste Almanaque, também conhecido como Velho Fulô, Palhaço Seu Mundinho e Mundico Trazendowski, nascido em Balsas , Maranhão, a 3 de julho de 1936, Católico Apostólico Romano, Contador, Oficial da Reserva do Exército Brasileiro, Funcionário Público aposentado da Câmara dos Deputados, Titular da Cadeira nº 10 da Academia Passa Disco da Música Nordestina, cuja patrona é a cantora Elba Ramalho, Mestre e Fundador da Banda da Capital Federal, Pesquisador da MPB, especializado em Velha Guarda, Música Militar, Carnaval e Forró, Cardeal Fundador da Igreja Sertaneja, Pioneiro de Brasília, Xerife nos Mares do Caribe, Cordelista e Glosador, Amigo do Rio das Balsas, Inventor da Descida de Boia, em julho de 1952, Amigo da Fanfarra do 1° RCG, autor dos livros O Acordo PDS/PTB, coletânea de charges, Sinais de Revisão e Regras de Pontuação, normativo, Do Jumento ao Parlamento, com episódios da vida real, De Balsas para o Mundo, centrado na navegação fluvial Balsas/Oceano Atlântico, Pétalas do Rosa, saga da Família Albuquerque e Silva, Memorial Balsense, dedicado à história de sua terra natal, e Caindo na Gandaia, humorístico apimentado, é casado, tem quatro filhos, uma nora, um genro e dois netos e reside em Brasília, Distrito Federal, desde dezembro de 1960.

José Domingos Brito - Memorial domingo, 06 de junho de 2021

OS BRASILEIROS: FERNANDO DE AZEVEDO

 

 

OS BRASILEIROS: Fernando de Azevedo

Seus pais –Francisco Eugênio de Azevedo e Sara Lemos de Almeida- propiciaram-lhe ro

busta formação escolar. Estudou no Colégio Anchieta, em Nova Friburgo, RJ, e recebeu aulas nas áreas de letras clássicas, língua e literatura grega e latina, além de poética e retórica. Em seguida mudou-se para São Paulo e ingressou na Faculdade de Direito. Nunca exerceu a advocacia e dedicou-se, desde os 22 anos, integralmente à educação como professor de latim e psicologia no Ginásio do Estado, em Belo Horizonte; de latim e literatura na Escola Normal de São Paulo; de sociologia educacional no Instituto de Educação da USP; de sociologia e antropologia na Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da USP e professor emérito desta faculdade.

Paralelo ao exercício do magistério, atuou na direção de diversos órgãos e serviços educacionais: Diretor geral da Instrução Pública do Distrito Federal (1926-30) e do Estado de São Paulo (1933), Presidente da Associação Brasileira de Educação (1938), Diretor da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de São Paulo (1941-42), Secretário de Educação e Saúde do Estado de São Paulo (1947), Diretor do Centro Regional de Pesquisas Educacionais (1956-61) Secretário Municipal de Educação e Cultura de São Paulo (1961) e fundou e dirigiu a Sociedade Brasileira de Sociologia (1935-60). Uma pessoa pode ter ocupado tantos cargos na vida pública cumprindo apenas uma função burocrática. Não é o seu caso, uma vez que projetou alguns destes órgãos na administração pública e na estrutura social.

Em 1931 fundou e dirigiu, por uns 15 anos, na Companhia Editora Nacional a “Biblioteca Pedagógica Brasileira”, incluindo a série “Iniciação Científica” e a “Coleção Brasiliana”, que deu novo impulso à Editora. Acredita-se que seu crescimento se deu em paralelo ao desenvolvimento do ensino secundário a partir da década de 1940 com a ampliação da rede de ginásios e intensificado na década de 1950 com a criação novas escolas. Não por acaso, a Editora foi adquirida pelo IBEP-Instituto Brasileiro de Edições Pedagógicas, em 1980, constituindo-se num dos maiores grupos editoriais do País. Como jornalista atuou no “O Estado de São Paulo” com artigos abordando a educação pública e temas fundamentais do ensino em todos os níveis, iniciando uma campanha por uma nova política de educação e criação de universidades no Brasil. Em 1933, enquanto Diretor Geral da Instrução Pública em São Paulo, promoveu reformas fundamentais, consubstanciadas no Código de Educação.

Junto com Anísio Teixeira, defendia com fervor que a formação do professor escolar tinha que ser feita em nível universitário. Quando a USP foi criada, em 1934, ele incluiu o Instituto de Educação, que ficava na Praça da República, como uma das unidades daquela universidade. Acreditava que só assim podia-se falar numa ciência pedagógica adaptada ao Brasil. Foi pioneiro ao disseminar o dito “Educação é um direito do povo e um dever do Estado”. Em 1970, aos 76 anos fez a doação de sua biblioteca e arquivo ao IEB-Instituto de Estudos Brasileiros, localizado na USP, com mais de 16 mil itens entre livros, fotos, correspondência, recortes e documentos em geral. Em junho de 2019, foi realizado o evento “Educação no IEB: Interfaces possíveis com o acervo Fernando de Azevedo”, reunindo especialistas de diversas universidades do País. Além desse encontro, foi realizada a exposição “Em Defesa da Educação Pública: Fernando de Azevedo no IEB (1927-1968)”, que permaneceu aberta ao público por 4 meses.

Publicou 26 livros, com destaque para: Páginas latinas (1927), A reconstrução educacional do Brasil (1932), Novos caminhos e novos fins (1934), A cultura brasileira, (em 3 volumes 1943), A educação e seus problemas (1952), Sociologia educacional (1959), Figuras do meu convívio (1961) e A cidade e o campo na civilização industrial e outros ensaios (1962). Tais obras lhe garantiram uma cadeira na ABL-Academia Brasileira de Letras, em 1967. Seu legado garantiu também algumas homenagens e condecorações: Prêmio Machado de Assis, da ABL (1943), Cruz de Oficial da Legião de Honra, da França (1947), Prêmio Visconde de Porto Seguro (1964) e Prêmio Moinho Santista em Ciências Sociais (1971).

Em 2010 teve seu nome incluído na “Coleção Educadores”, do MEC-Ministério da Educação e Cultura, numa obra publicada por Maria Luiza Penna, regatando sua trajetória e relevantes aspectos de seu trabalho. Em termos biográficos mais precisos, ressalta-se o artigo – Fernando de Azevedo: o sociólogo -, publicado por Maria Isaura Pereira de Queiroz, na Revista do IEB-Instituto de Estudos Brasileiros, nº 37, de 1994. Os interessados em conhecê-lo através dele mesmo, podem recorrer às suas memórias: História da minha vida, publicada em 1971, três anos antes de seu falecimento em 18/9/1974.

 

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Clique na imagem abaixo para assistir ao vídeo “A importancia da Fernando de Azevedo para a educação, por Antônio Cândido”

 

 

 


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