Almanaque Raimundo Floriano
(Cultural, sem fins comerciais, lucrativos ou financeiros)


Raimundo Floriano de Albuquerque e Silva, Editor deste Almanaque, também conhecido como Velho Fulô, Palhaço Seu Mundinho e Mundico Trazendowski, nascido em Balsas , Maranhão, a 3 de julho de 1936, Católico Apostólico Romano, Contador, Oficial da Reserva do Exército Brasileiro, Funcionário Público aposentado da Câmara dos Deputados, Titular da Cadeira nº 10 da Academia Passa Disco da Música Nordestina, cuja patrona é a cantora Elba Ramalho, Mestre e Fundador da Banda da Capital Federal, Pesquisador da MPB, especializado em Velha Guarda, Música Militar, Carnaval e Forró, Cardeal Fundador da Igreja Sertaneja, Pioneiro de Brasília, Xerife nos Mares do Caribe, Cordelista e Glosador, Amigo do Rio das Balsas, Inventor da Descida de Boia, em julho de 1952, Amigo da Fanfarra do 1° RCG, autor dos livros O Acordo PDS/PTB, coletânea de charges, Sinais de Revisão e Regras de Pontuação, normativo, Do Jumento ao Parlamento, com episódios da vida real, De Balsas para o Mundo, centrado na navegação fluvial Balsas/Oceano Atlântico, Pétalas do Rosa, saga da Família Albuquerque e Silva, Memorial Balsense, dedicado à história de sua terra natal, e Caindo na Gandaia, humorístico apimentado, é casado, tem quatro filhos, uma nora, um genro e dois netos e reside em Brasília, Distrito Federal, desde dezembro de 1960.

José Domingos Brito - Memorial quarta, 08 de junho de 2022

OS BRASILEIROS: PRUDENTE DE MORAES

OS BRASILEIROS: Prudente de Moraes

José Domingos Brito

 

 

 

Prudente José de Moraes Barros nasceu em 4/10/1841, em Mairinque, SP. Advogado, político e primeiro presidente civil do Brasil (1894-1898), numa eleição direta. Com ele dá-se a ascensão da oligarquia cafeicultora de São Paulo no poder político nacional e a consolidação da Repúlica, que manteve-se em constante disputa após sua proclamação em 1889.

 

Filho de Catarina Maria de Moraes e José Marcelino de Barros, foi descendente dos primeiros colonizadores de São Paulo. Ficou órfão do pai aos 5 anos; graduou-se advogado em 1863 e passou a exercer a profissão em Piracicaba por 2 anos. Ingressou na politica e elegeu-se vereador em 1865. Na condição de  mais votado, assumiu a presidência da Câmara Municipal. Em 1866 casou-se com Adelaide Benvinda Gordo e tiveram 9 filhos. A casa onde viveram, atualmente sedia o Museu Histórico e Pedagógico Prudente de Moraes. Como vereador conseguiu mudar o nome da cidade de Vila Nova da Constituição para Piracicaba, um nome indígena que significa “lugar onde moram os peixes”.

 

Na eleição seguinte foi deputado provincial (1868-1869) pelo Partido Liberal. Abraçou a causa republicana em 1876 e a causa abolicionista em 1886. Com a proclamação da República, em 1889, passou a integrar a junta do Governo de São Paulo e logo governador do Estado até 1890 No ano seguinte foi eleito senador, exercendo a presidência da Assembleia Nacional Constituinte e a vice-presidència do Senado (1891). Neste ano disputou a presidência com Deodoro da Fonseca, numa eleição indireta, e perdeu. Porém, assumiu a presidência do Senado até 1894, quando foi eleito presidente da República numa eleição direta. Governou o País até 1898 e passou chefiar o Partido Republicano Dissidente.

 

Em plena crise econômica, em decorrência da política do "encilhamento", enfrentou intensa oposição política, liderada por militares florianistas; pelo Partido Monarquista que buscava se reorganizar; e por parcelas dos setores médios da população, além da Revolta Federalista no Rio Grande do Sul em 1893-95. Em 1896 licenciou-se do cargo por motivo de saúde, agravando a crise política, que passou a ser enfrentada pelo vice Manuel Vitorino, aliado de Floriano. A crise agiganta-se com a eclosão da Guerra de Canudos, no sertão da Bahia, liderada por Antonio Conselheiro, e vista como uma reação da Monarquia. Na verdade, era apenas um movimento messiânico pregando uma vida ascética, que atraiu uns 30 mil sertanejos.

 

Os revoltosos venceram as tropas da Bahia e mobilizou o Exército a enviar tropas federais, sendo vencidas em duas batalhas. A batalha final deu-se em agosto de 1897 com a devastação do arraial de Canudos por uma expedição do Exército de 8 mil homens, equipada com canhões. A batalha resultou numa carnificina denunciada por Euclides da Cunha em seu livro Os Sertões. Pouco depois o presidente reassume o governo na nova sede do governo, o Palácio do Catete. Em 5/11/1897, na recepção dos batalhões que retornavam de Canudos, sofreu um atentado cometido por um soldado, que resultou na morte do ministro da Guerra Marechal Bittencourt. Foi decretado o “estado de sítio” no Distrito Federal, livrando-se dos oposicionistas mais radicais.

 

Não obstante o período conturbado de seu governo, conseguiu êxitos em questões fundamentais para o País:  restabeleceu as relações diplomáticas com Portugal, rompidas por Floriano durante a Revolta da Armada; assinou o Tratado de Amizade, Comércio e Navegação com o Japão, com o objetivo de fomentar a vinda de imigrantes japoneses; enfrentou a questão diplomática com os ingleses, que tomaram posse da  Ilha da Trindade e com a França, que invadiu o Amapá. Nestas questões, valeu-se sempre do arbitramento internacional, contando com os governos de Portugal e Suiça, e foram resolvidas favoravelmente ao Brasil. Obteve sucesso, também, na questão dos limites com a Argentina, arbitrada pelo presidente dos EUA e comandada pelo Barão do Rio Branco. 

 

Não menos fáceis foram as questões econômico-financeiras, herdadas da crise do encilhamento, acentuadas em sua administração, devido aos gastos militares, aumentando as dívidas com os credores estrangeiros. Assessorado por seus ministros da FazendaRodrigues Alves e Bernardino de Campos, negociou com os banqueiros ingleses a consolidação da dívida externa. Ao fim de seu mandato em 15/11/1898, gozava de grande popularidade e passou o cargo ao sucessor Campos Sales. Retornou à Piracicaba e retomou a advocacia até 3/12/1902, quando veio a falecer vitimado por uma tubeculose.

 

Escreveu, entre outros textos, Orçamento e política geral (1888), Projeto de impostos sobre escravos (1888) e A nação brasileira (1894), além dos discursos e um belo manifesto ao assumir, como primeiro civil, a presidência da jovem República Brasileira. Foi homenageado com seu nome dado à cidades em 3 estados: Presidente Prudente (SP), Prudentópolis (PR) e Prudente de Morais (MG). Entre suas biografias, destacam-se Prudente de Moraes: uma vida marcada (1971), de Antonio Barreto do Amaral, Biografia de Prudente de Moraes (s.d.), da Academia Piracicabana de Letras e Os Presidentes: Prudente de Moraes (1983), de Hélio Silva.


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