Almanaque Raimundo Floriano
(Cultural, sem fins comerciais, lucrativos ou financeiros)


Raimundo Floriano de Albuquerque e Silva, Editor deste Almanaque, também conhecido como Velho Fulô, Palhaço Seu Mundinho e Mundico Trazendowski, nascido em Balsas , Maranhão, a 3 de julho de 1936, Católico Apostólico Romano, Contador, Oficial da Reserva do Exército Brasileiro, Funcionário Público aposentado da Câmara dos Deputados, Titular da Cadeira nº 10 da Academia Passa Disco da Música Nordestina, cuja patrona é a cantora Elba Ramalho, Mestre e Fundador da Banda da Capital Federal, Pesquisador da MPB, especializado em Velha Guarda, Música Militar, Carnaval e Forró, Cardeal Fundador da Igreja Sertaneja, Pioneiro de Brasília, Xerife nos Mares do Caribe, Cordelista e Glosador, Amigo do Rio das Balsas, Inventor da Descida de Boia, em julho de 1952, Amigo da Fanfarra do 1° RCG, autor dos livros O Acordo PDS/PTB, coletânea de charges, Sinais de Revisão e Regras de Pontuação, normativo, Do Jumento ao Parlamento, com episódios da vida real, De Balsas para o Mundo, centrado na navegação fluvial Balsas/Oceano Atlântico, Pétalas do Rosa, saga da Família Albuquerque e Silva, Memorial Balsense, dedicado à história de sua terra natal, e Caindo na Gandaia, humorístico apimentado, é casado, tem quatro filhos, uma nora, um genro e dois netos e reside em Brasília, Distrito Federal, desde dezembro de 1960.

José Domingos Brito - Memorial quarta, 19 de outubro de 2022

OS BRASILEIROS: SERGIO MILLIET (ARTIGO DE JOSÉ DOMINGOS BRITO, COLUNISTA DO ALMANAQUE RAIMUNDO FLORIANO)

 

OS BRASILEIROS: Sergio Milliet

José Domingos Brito

 


 

Sérgio Milliet da Costa e Silva  nasceu em São Paulo, SP, em  20/9/1898. Escritor, pintor, poeta, sociólogo, bibliotecário, professor, crítico de arte e tradutor. Conhecido como um “intelectual poliédrico” entre os organizadores da Semana de Arte Moderna de 1922, foi um dos pioneiros da crítica de arte e literária.  

 

Filho de Aída Milliet e Fernando da Costa e Silva, concluiu os primeiros estudos em São Paulo e mudou-se para Genebra aos 12 anos, onde estudou humanidades e concluiu o curso na Universidade de Berna. Lá tornou-se colaborador da revista Le Carmel e permaneceu até 1920, atravessando todo o período da I Guerra Mundial. A neutralidade da Suíça no conflito atraiu muitos artistas e escritores, com os quais o rapaz manteve convivência. Lá publicou seus primeiros livros de poesia: Par le sentir (1917) e Le depart sous la pluie (1919).

 

De volta ao Brasil, em 1920, juntou-se ao meio intelectual e artístico de São Paulo, que pouco depois realizaria a Semana de Arte Moderna. Como ainda dominava mal o português, sua participação na Semana ficou restrita a apresentação de um poema lido por um amigo. Participou mais da organização do evento e, dotado de espírito de liderança, fez a ligação entre o modernismo europeu e o que se projetava em São Paulo, firmando sólida amizade com seus protagonistas: Mario e Oswald de Andrade, Rubens Borba de Moraes (também recém-chegado da Suíça), Anita Malfatti, Di Cavalcanti...

 

Em 1923 retornou à Europa, levando o amigo Di Cavalcanti a tiracolo, que tempos depois declarou numa entrevista: “...em Paris entrei em contato com BraquePicasso e toda a vanguarda francesa, sempre levado e guiado pela mão de Sérgio Milliet”. Sua poesia era naturalmente avançada e, conforme o crítico Leodegário A. de Azevedo Fº, observa-se uma "falta quase total de pontuação, superposição de ideias e imagens em lugar da sequência lógica, técnica analógica, simultaneidade, versos elíticos, independentes, dando ideia de descontinuidade". Em Paris, continuou intermediando os modernistas brasileiros e europeus através de colaborações nas revistas Klaxon, Terra Roxa, Ariel e Revista do Brasil e traduzindo poemas dos brasileiros para a revista Lumière.

 

Retornou à São Paulo, em 1925, e criou a revista Cultura junto com Oswald de Andrade e Afonso Schmidt. Pouco depois foi gerente do Diário Nacional, jornal do Partido Democrático, onde manteve a coluna de crítica artística “Terminus Seco”, que resultou em livro com o mesmo título, publicado em 1932.  Pouco depois, junto com os amigos da Semana de 22, participou da criação do Departamento de Cultura da Prefeitura de São Paulo, onde foi nomeado chefe da Divisão de Documentação Histórica e Social. Em seguida foi professor da Escola de Sociologia e Política, onde atuou também com secretário e ajudou o antropólogo Claude Lévi-Strauss a viabilizar sua expedição etnográfica.

 

Colaborou com artigos e crítica para o jornal O Estado de São Paulo e passou a escrever uma série de livros: Pintores e Pintura, Sal da Heresia, Fora de Forma e A Marginalidade da Pintura Moderna. No contato com os pintores paulistas, começou a pintar. Em 1943 viajou para os EUA e ao retornar publicou A pintura norte-americana. No mesmo ano foi convidado a dirigir a Biblioteca Municipal, imprimindo uma série de atividades culturais e criando o primeiro acervo público de arte moderna brasileira. Em 1944 publicou Pintura quase sempre e iniciou a publicação de seu Diário crítico, uma antologia de 10 volumes, concluída em 1959. Sua atuação destacada como crítico, levou-o a fundar a Associação Brasileira de Críticos de Arte, presidindo-a durante dez anos (1949-1959).

 

Como tradutor, verteu diversas e importantes obras para o português, entre elas Os Ensaios de Michel de MontaigneO segundo sexo, de Simone de Beauvoir e a obra completa de Guy de Maupassant. Foi um dos articuladores na formação do MAM/SP-Museu de Arte Moderna de São Paulo, inaugurado em 1948.  Pontificou nas artes como pintor, curador de exposições, dirigente de museus e diretor da 2ª, 3ª e 4ª Bienal Internacional de São Paulo e ficou consagrado como um dos mais importantes críticos de arte no Brasil.

 

Faleceu em 9/11/1966 e no ano seguinte o MAM/SP organizou uma exposição retrospectiva de suas pinturas. Em 1998, no centenário de seu nascimento, foram promovidos eventos lembrando sua contribuição ao Modernismo Brasileiro no MIS/SP- Museu da Imagem e do Som; na USP-Universidade de São Paulo e na Biblioteca Municipal de São Paulo Mario de Andrade. Foi homenageado com seu nome em algumas escolas e biblioteca de São Paulo, mas tem sido injustamente esquecido entre os protagonistas do Movimento Modernista. Um livro realiza o resgate de suas contribuições: Sérgio Milliet: crítico de arte, de   Lisbeth Rebollo Gonçalves, publicado pela editora Perspectiva, em 1992, ampliado e relançado pela Imprensa Oficial do Estado de São Paulo, em 2004 com o título Sergio Milliet Cem Anos.

 

 

ESPECIAL CENTENÁRIO DA SEMANA DE ARTE MODERNA : SÉRGIO MILLIET - YouTube

 

 

 


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