Almanaque Raimundo Floriano
(Cultural, sem fins comerciais, lucrativos ou financeiros)


Raimundo Floriano de Albuquerque e Silva, Editor deste Almanaque, também conhecido como Velho Fulô, Palhaço Seu Mundinho e Mundico Trazendowski, nascido em Balsas , Maranhão, a 3 de julho de 1936, Católico Apostólico Romano, Contador, Oficial da Reserva do Exército Brasileiro, Funcionário Público aposentado da Câmara dos Deputados, Titular da Cadeira nº 10 da Academia Passa Disco da Música Nordestina, cuja patrona é a cantora Elba Ramalho, Mestre e Fundador da Banda da Capital Federal, Pesquisador da MPB, especializado em Velha Guarda, Música Militar, Carnaval e Forró, Cardeal Fundador da Igreja Sertaneja, Pioneiro de Brasília, Xerife nos Mares do Caribe, Cordelista e Glosador, Amigo do Rio das Balsas, Inventor da Descida de Boia, em julho de 1952, Amigo da Fanfarra do 1° RCG, autor dos livros O Acordo PDS/PTB, coletânea de charges, Sinais de Revisão e Regras de Pontuação, normativo, Do Jumento ao Parlamento, com episódios da vida real, De Balsas para o Mundo, centrado na navegação fluvial Balsas/Oceano Atlântico, Pétalas do Rosa, saga da Família Albuquerque e Silva, Memorial Balsense, dedicado à história de sua terra natal, e Caindo na Gandaia, humorístico apimentado, é casado, tem quatro filhos, uma nora, um genro e dois netos e reside em Brasília, Distrito Federal, desde dezembro de 1960.

Eliane Cantanhêde domingo, 23 de setembro de 2018

OS DOIS BRASIS - DIREITA SOLIDAMENTE NO SUL E CENTRO-OESTE, ESQUERDA DEFINITIVAMENTE NO NORDESTE

 

Os dois Brasis

Direita solidamente no Sul e Centro-Oeste, esquerda definitivamente no Nordeste

Eliane Cantanhêde, O Estado de S.Paulo

23 Setembro 2018 | 05h00

  

Ao empurrar a eleição para dois candidatos que representam os extremos, a polarização do processo político também divide claramente o Brasil, com a esquerda cada vez mais consolidada no Nordeste (27% do total do eleitorado) e a direita impondo-se no Sul (15%), com reflexo direto na eleição para a Presidência e para os governos estaduais.

Jair Bolsonaro (PSL) disparou em todas as regiões e chega a 37% no Sul e a 36% no Centro-Oeste, dois arraigados redutos da direita. Ratinho Júnior (PSD) no Paraná, Ronaldo Caiado (DEM) em Goiás e Mauro Carlesse (PHS) em Tocantins têm forte chances de vitória para seus governos já no primeiro turno.

No Nordeste, a situação se inverte. Fernando Haddad (PT) já lidera e, apesar da crise de Dilma Rousseff, que afetou diretamente os Estados, cinco dos governadores têm grandes chances de se reeleger no primeiro turno. Três são do PT: Rui Costa (BA), Camilo Santana (CE) e Wellington Dias (PI). O quarto é Flávio Dino (MA), do PCdoB. E o campeão é Renan Filho (AL), do MDB, com apoio do PT e de Lula.

 

 

Vão-se criando assim dois Brasis. Um se alinha com o discurso da bala, da segurança, da antipolítica, do antipetismo e do conservadorismo de costumes. O outro é grato às benesses sociais, suscetível às promessas populistas, desconhece a importância do equilíbrio fiscal, acha natural o aparelhamento do Estado e releva a pregação contra a corrupção. 

No Sudeste, com 43% do eleitorado e as três maiores economias do País – São Paulo, Rio e Minas –, Bolsonaro já atinge 30%. Com a decisão do governador Paulo Hartung de não disputar a reeleição, Renato Casagrande (PSB) pode se eleger em primeiro turno no Espírito Santo, um exemplo de gestão, mas no resto tem de tudo, inclusive surpresas. 

Bolsonaro engole os vestígios de esquerda no Rio, onde Eduardo Paes (DEM) lidera para o governo, e também a hegemonia do PSDB em São Paulo, onde João Doria empata com Paulo Skaf (MDB) e Geraldo Alckmin não deslancha para a Presidência. 

Outra surpresa é a divisão em Minas. O tucano Antonio Anastasia tem posição confortável para voltar ao governo e a petista Dilma está à frente para o Senado, dois anos depois do impeachment e de manter os direitos políticos graças, por exemplo, a Renan Calheiros, regiamente recompensado hoje na eleição do filho para o governo e da sua própria para o Senado em Alagoas.

Aliás, o MDB do presidente Michel Temer está bem na foto eleitoral, apesar de o partido ser um dos mais atingidos pelas prisões da Lava Jato e de Temer ser imbatível em impopularidade. Além de Renan Filho, candidato a campeão de votos no País, também Helder Barbalho pode se eleger em primeiro turno no Pará. Vem a ser filho de Jader Barbalho, outro ex-presidente do Senado bem enrolado na Justiça.

Tem-se, portanto, a direita solidamente no Sul e no Centro-Oeste e a esquerda definitivamente no populoso Nordeste, com o Norte mantendo hegemonias familiares e o Sudeste numa barafunda. A única coisa inquestionável é que Jair Bolsonaro, apesar de tudo, e de todos os riscos, lidera com folga em quatro das cinco regiões do País e nos Estados mais populosos. Isso tem cheiro de Fernando Collor em 1989, mas o PT também tem suas armas (eleitorais, frise-se).

Resta saber que tipo de movimento, ou de reação, começa a se desenhar com o manifesto de alerta de Fernando Henrique Cardoso, endossado por intelectuais tucanos. O Brasil está dividido entre a direita bolsonariana e a esquerda petista. O que isso projeta para o futuro? E vai ficar por isso mesmo? Ainda teremos muitos solavancos durante as eleições, mas principalmente depois. Apertem os cintos!


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