Almanaque Raimundo Floriano
(Cultural, sem fins comerciais, lucrativos ou financeiros)


Raimundo Floriano de Albuquerque e Silva, Editor deste Almanaque, também conhecido como Velho Fulô, Palhaço Seu Mundinho e Mundico Trazendowski, nascido em Balsas , Maranhão, a 3 de julho de 1936, Católico Apostólico Romano, Contador, Oficial da Reserva do Exército Brasileiro, Funcionário Público aposentado da Câmara dos Deputados, Titular da Cadeira nº 10 da Academia Passa Disco da Música Nordestina, cuja patrona é a cantora Elba Ramalho, Mestre e Fundador da Banda da Capital Federal, Pesquisador da MPB, especializado em Velha Guarda, Música Militar, Carnaval e Forró, Cardeal Fundador da Igreja Sertaneja, Pioneiro de Brasília, Xerife nos Mares do Caribe, Cordelista e Glosador, Amigo do Rio das Balsas, Inventor da Descida de Boia, em julho de 1952, Amigo da Fanfarra do 1° RCG, autor dos livros O Acordo PDS/PTB, coletânea de charges, Sinais de Revisão e Regras de Pontuação, normativo, Do Jumento ao Parlamento, com episódios da vida real, De Balsas para o Mundo, centrado na navegação fluvial Balsas/Oceano Atlântico, Pétalas do Rosa, saga da Família Albuquerque e Silva, Memorial Balsense, dedicado à história de sua terra natal, e Caindo na Gandaia, humorístico apimentado, é casado, tem quatro filhos, uma nora, um genro e dois netos e reside em Brasília, Distrito Federal, desde dezembro de 1960.

Eliane Cantanhêde sexta, 08 de setembro de 2017

PACTOS DE SANGUE
 

Pactos de sangue

Lula é alvo de Palocci e Janot; Joesley é alvo de todos, até dele mesmo 

Eliane Cantanhêde, O Estado de S.Paulo

08 Setembro 2017 | 05h00

Sai Michel Temer por ora e entram na mira o ex-presidente Lula e o empresário Joesley Batista. O depoimento do ex-poderoso ministro Antonio Palocci é considerado a bala de prata contra Lula, enquanto o arrogante Joesley cuidou de atirar, ele mesmo, no próprio pé – ou no próprio peito. Se o PT vinha lucrando com a desgraça de Temer, não lucra mais.

Lula passou as últimas semanas encenando o papel de candidato a presidente, mas essa possibilidade é cada vez mais distante. Numa única semana, e numa semana com feriado na quinta-feira, ele foi atingido duramente duas vezes: além de Palocci denunciar o “pacto de sangue” entre PT e Odebrecht, o procurador Rodrigo Janot denunciou Lula e a pupila Dilma Rousseff por organização criminosa.

Condenado num processo e réu em cinco outros, Lula parece ter sete vidas políticas, mas vai consumindo uma a uma, com as denúncias de desvios, escândalos e favorecimento pessoal ilícito. O PT e seus seguidores não têm mais como atribuir as agruras de Lula na Justiça ao juiz Sérgio Moro ou à elite malvada, à direita enraivecida ou à mídia parcial. 

Quem agora denuncia Lula é Janot, que até pode ser considerado inimigo de Temer, mas nunca foi chamado de inimigo do petista. E ele não denunciou apenas Lula, mas também Dilma, o próprio Palocci, mais três ex-ministros, o ex-tesoureiro do PT Vaccari Neto e a presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann. E pediu o bloqueio de nada modestos R$ 6,5 bilhões da turma.

E quem está contando os podres de Lula e o PT é Palocci, legítimo representante da elite, mas da elite do PT e dos governos Lula e Dilma, dos quais, aliás, caiu estrondosamente – e por suspeitas de corrupção. Logo, Palocci participou de tudo e sabe bem como as coisas funcionavam. Já imaginaram uma acareação pública entre Lula e Palocci?!

Lula está gravemente baleado e vai perdendo seu discurso de vítima e sua eterna condição de inimputável. Com um detalhe: desde o início, inclusive aqui neste espaço, falou-se que Antonio Palocci não é um José Dirceu. Há um gap de ideologia, de compromisso, talvez de caráter. Dirceu tem aguentado firme e forte, mas Palocci iria cair mais cedo ou mais tarde. Aliás, como Guido Mantega, o próximo a abrir a boca.

A balança entre Temer e Joesley Batista também inverteu. Se Joesley armou uma armadilha para Temer e quase derrubou um presidente da República, é a vez de Temer assistir, de camarote, à desgraça do seu algoz, com o sabor extra de sentir a aflição de Janot, que agora flecha e é flechado.

A conversa asquerosa com Ricardo Saud revela um Joesley simplório, mas megalomaníaco. Tinha certeza de que jamais seria preso, ameaçava “moer” o Executivo e o Judiciário e gabava-se de comprar qualquer um, mas deve ser preso, sim, como pede o ministro do STF Luiz Fux, está sendo moído pela PGR que manipulou e servido de bandeja para a opinião pública. O ex-poderoso Joesley virou uma ilha, cercado por todos os lados. Tudo o que disser, daqui em diante, será usado contra ele.

Temer tem 15 minutos de alívio, mas deve ser prudente. Nenhuma imagem foi tão avassaladora, em três anos e meio de Lava Jato, quanto o apartamento cheio de malas e caixas com R$ 51 milhões – R$ 51 milhões! – do seu amigo e ex-ministro Geddel Vieira Lima. Geddel foi vice-presidente da CEF no governo Dilma, mas sua identificação pública e política é com Temer. A mala de dinheiro do ex-assessor Rocha Loures já fez bom estrago na imagem do presidente. Imagine-se um apartamento de dinheiro do ex-ministro Geddel? Na próxima semana, as flechas de Janot devem se voltar de novo contra Temer, seu alvo preferencial.

PS: Enfim, duas semanas de férias. Até a volta!


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