Almanaque Raimundo Floriano
(Cultural, sem fins comerciais, lucrativos ou financeiros)


Raimundo Floriano de Albuquerque e Silva, Editor deste Almanaque, também conhecido como Velho Fulô, Palhaço Seu Mundinho e Mundico Trazendowski, nascido em Balsas , Maranhão, a 3 de julho de 1936, Católico Apostólico Romano, Contador, Oficial da Reserva do Exército Brasileiro, Funcionário Público aposentado da Câmara dos Deputados, Titular da Cadeira nº 10 da Academia Passa Disco da Música Nordestina, cuja patrona é a cantora Elba Ramalho, Mestre e Fundador da Banda da Capital Federal, Pesquisador da MPB, especializado em Velha Guarda, Música Militar, Carnaval e Forró, Cardeal Fundador da Igreja Sertaneja, Pioneiro de Brasília, Xerife nos Mares do Caribe, Cordelista e Glosador, Amigo do Rio das Balsas, Inventor da Descida de Boia, em julho de 1952, Amigo da Fanfarra do 1° RCG, autor dos livros O Acordo PDS/PTB, coletânea de charges, Sinais de Revisão e Regras de Pontuação, normativo, Do Jumento ao Parlamento, com episódios da vida real, De Balsas para o Mundo, centrado na navegação fluvial Balsas/Oceano Atlântico, Pétalas do Rosa, saga da Família Albuquerque e Silva, Memorial Balsense, dedicado à história de sua terra natal, e Caindo na Gandaia, humorístico apimentado, é casado, tem quatro filhos, uma nora, um genro e dois netos e reside em Brasília, Distrito Federal, desde dezembro de 1960.

Alexandre Garcia sexta, 21 de fevereiro de 2020

PAÍS AGRÍCOLA

 

 

PAÍS AGRÍCOLA

Meu primeiro prêmio no jornalismo foi resultado da cobertura do escoamento da safra de soja para o porto de Rio Grande, na boleia de um Fenemê. Foi em 1972. De lá até hoje, a área plantada não chegou sequer a dobrar, mas a colheita quintuplicou, numa invejável produtividade, que compete com o meio-oeste americano. Um bilhão e meio de habitantes do planeta podem ser alimentados pelo trabalho e tecnologia de 5 milhões de produtores rurais brasileiro. Produzem quase uma quarta parte do PIB e respondem por metade das exportações. Somos campeões mundiais em açúcar, café, suco de laranja, soja, carnes. A produção da terra passa de 1 bilhão de toneladas. O agro, com toda sua cadeia econômica, gera 40% dos empregos no Brasil. Um sucesso absoluto.

Naqueles anos em que eu iniciava o jornalismo nas páginas de economia do Jornal do Brasil, a ênfase era para o sonho de o Brasil tornar-se um país industrializado. O mundo desenvolvido tinha por sinônimo a industrialização. A agricultura e pecuária pareciam atividades do passado. Hoje a indústria patina nos números, na renovação, na atualização. Vai bem a indústria voltada para o campo e lavoura – moderna, digitalizada. Mas o setor industrial foi ultrapassado pela agropecuária na participação do PIB. Enquanto os produtores rurais pensam para o futuro e vivem o futuro, com todas as dificuldades de escoamento e embargos tributários e trabalhistas, a indústria parece presa a um ritmo discreto e lento.

O mundo urbano parece não se dar conta da riqueza do agro. Há quem pense que o alimento aparece na prateleira do supermercado vindo de alguma indústria. Já ouvi uma repórter falar em “fábrica de leite”. Esclareci a ela que fábrica de leite se chama vaca. Já fui visitado por um menino carioca que nunca havia visto uma galinha com penas e cacarejando no galinheiro; só o frango depenado e limpo e balcão frigorífico. E há os que combatem os que produzem no campo, sem saber que seu prato farto e acessível a cada refeição é produto do entusiasmo dos produtores rurais. O agro foi o que nos fez respirar, equilibrando nossas contas externas, quando os anos Dilma nos afogavam em recessão.

Hoje no campo, insumos essenciais já são o computador e a conectividade. O campo está digitalizado. Há milhares de produtores trabalhando com defensivos naturais e buscando fertilizantes que diminuam a dependência dos importados. E tudo isso ocupando apenas uns 8% do território nacional. Os ruralistas do brasilzão real estão dando exemplo de desenvolvimento e progresso, mesmo com o emaranhando de normas, que parecem ser de um país masoquista, que quer ser pobre mas tem um tremendo potencial para ser riquíssimo. O potencial de produzir cada vez mais o mais essencial dos produtos, que é o alimento.


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