Tenho uma admiração acentuada pelo filósofo William James, que um dia assim se expressou num dos seus textos famosos: “A vida humana mais profunda está em toda parte, é eterna.”
Para todos aqueles que buscam combater um existir alienado, vitimista, chafurdento, fuxicoso, ananicado, hedonista, inculto e individualista por derradeiro, recomendo três leitura que muito poderão favorecer um caminhar, mais consequente, mais apropriado, com posturas comportamentais eticamente respaldadas num humanismo evolucionário:
1. A FILOSOFIA DA VIDA COTIDIANA: UMA INTRODUÇÃO SIMPLES AOS GRANDES TEMAS FILOSÓFICOS – Scott Samuelson – Rio de Janeiro, Zahar, 2020, 271 p.
Confesso que não esperava manusear um livro pra lá de arretado, editado este mês, oportuno por derradeiro, para quem sabe resistir civilizadamente à pandemia do COVID-19, e às merdalhadas ditas por mandatários contaminados pelo idioticusvirus, que vitima gente iludida com o atual andar das carruagens brasileira e mundial. Um deles, dirigente maior de nação gigante, é amplamente metido a nada ler, sem a mínima preocupação com o cotidiano conjuntural, egolátrico por derradeiro e amplamente cênico, sempre irresponsavelmente apoplético.
O autor acima, docente no Kirkwood Community College, Iowa City, toma a filosofia de eruditos e vaidosos especialistas, recolocando-a no centro da nossa ambiência comunitária. Segundo ele, deixar os assuntos filosóficos para apenas os doutos é proporcionar um fim trágico tanto para nossas vidas quanto para a própria filosofia. Scott nos guia, com uma didática amplamente desfrescurizada, oferecendo uma generosa exposição sobre as complexidades do cotidiano. Parte de Sócrates e termina suas exposições sedutoras interpretando o que o antropólogo Claude Lévi-Strauss narrou em seu ensaio “O feiticeiro e sua magia”, sobre um índio chamado Quesalid, que acreditava que a arte praticada pelos xamãs de sua tribo não passava de um punhado de truques. Um herói que despertou para uma realidade cotidiana menos fantasiosa.
SUMÁRIO: Prelúdio sobre a poluição luminosa e as estrelas; Parte 1 – O que é filosofia?; Parte 2 – O que é felicidade?; Parte 3 – O conhecimento de Deus é possível?; Parte 4 – Qual é a natureza do bem e do mal?; Conclusão: A coisa mais bonita do mundo; Leituras adicionais recomendadas.
Logo no início do livro, o autor reproduz uma aplaudida metáfora de Mark Twain, também revelando denúncia de um misterioso poeta indiano do século XV: “Eles desperdiçaram seu nascimento em ismos.” Uma bofetada gigantesca nas religiões, afiliações políticas, espiritualidades, identidades forjadas por marqueteiros oportunistas, bananeiros sabidamente populistas e hipnotizadores de abestados sempre massa de manobra.
Uma leitura que minimiza os tédios dos confinamentos indispensáveis. A exigir amplas meditações e releituras.