Almanaque Raimundo Floriano
(Cultural, sem fins comerciais, lucrativos ou financeiros)


Raimundo Floriano de Albuquerque e Silva, Editor deste Almanaque, também conhecido como Velho Fulô, Palhaço Seu Mundinho e Mundico Trazendowski, nascido em Balsas , Maranhão, a 3 de julho de 1936, Católico Apostólico Romano, Contador, Oficial da Reserva do Exército Brasileiro, Funcionário Público aposentado da Câmara dos Deputados, Titular da Cadeira nº 10 da Academia Passa Disco da Música Nordestina, cuja patrona é a cantora Elba Ramalho, Mestre e Fundador da Banda da Capital Federal, Pesquisador da MPB, especializado em Velha Guarda, Música Militar, Carnaval e Forró, Cardeal Fundador da Igreja Sertaneja, Pioneiro de Brasília, Xerife nos Mares do Caribe, Cordelista e Glosador, Amigo do Rio das Balsas, Inventor da Descida de Boia, em julho de 1952, Amigo da Fanfarra do 1° RCG, autor dos livros O Acordo PDS/PTB, coletânea de charges, Sinais de Revisão e Regras de Pontuação, normativo, Do Jumento ao Parlamento, com episódios da vida real, De Balsas para o Mundo, centrado na navegação fluvial Balsas/Oceano Atlântico, Pétalas do Rosa, saga da Família Albuquerque e Silva, Memorial Balsense, dedicado à história de sua terra natal, e Caindo na Gandaia, humorístico apimentado, é casado, tem quatro filhos, uma nora, um genro e dois netos e reside em Brasília, Distrito Federal, desde dezembro de 1960.

Carlos Brickmann - Chumbo Gordo quinta, 15 de novembro de 2018

PAULO GUEDES, O HOMEM DO BRAÇO DE OURO

 

O HOMEM DO BRAÇO DE OURO

Imaginemos que Paulo Guedes, o superministro, esteja certo em todas as reformas que propuser – ou que o superministro Sérgio Moro tenha sempre razão. E daí? Se não conseguirem convencer a maioria a segui-los, nada vai passar pelo Congresso. Não é só convencê-los de que estão certos. É mostrar a cada um que vantagem terá ao segui-los. Coisa para profissionais da política. Bolsonaro já teve duas derrotas antes de entrar em campo (aumento do STF, isenções para a indústria automobilística). Há outros itens caríssimos sendo votados, mesmo nesses dias parados. É hora de agir.

Bolsonaro parece ter percebido que seu articulador, Ônix Lorenzoni, não começou a atuar. E entrou pessoalmente no jogo. Já marcou para hoje um café da manhã com o presidente da Câmara, Rodrigo Maia; e encarregou a deputada Teresa Cristina, que será sua ministra da Agricultura, de garantir o apoio da bancada ruralista, que ela preside, às reformas do Governo. Ela irá também trabalhar na articulação política, onde sempre se saiu bem.

Já houve a ordem para que Paulo Guedes fale menos. Mas há ainda os filhos do presidente (e no Congresso, mesmo quando se fala a verdade, é preciso tomar cuidado). O senador eleito Flávio Bolsonaro disse, à sempre atenta Rádio Bandeirantes, que a volta de Renan ao comando do Senado será ruim, “porque o Congresso precisa de um presidente ficha limpa”. É verdade – mas quem quer ouvir essa verdade? E Renan, sim, pode voltar.

O Senado sou eu

O Senado terá ampla renovação, mas não o suficiente para que pessoas como Renan (e, antes dele, Sarney) deixem de ter a cara da Casa. Renan já foi quatro vezes presidente do Senado, e isso não acontece por acaso. Ele é situação ou oposição, depende do que for mais conveniente. Pode apoiar Bolsonaro, claro, desde que para ele isso valha a pena. Flávio Bolsonaro, na entrevista à Bandeirantes, criticou “a prática de alguns parlamentares de criar dificuldades para extorquir o presidente em busca de cargos”. Pois é. E é com eles que é preciso negociar. Ou derrotá-los na batalha parlamentar.

Quem tem voto

Bolsonaro se elegeu bem, deu um tiro no alvo ao nomear Sérgio Moro para o Ministério, está fazendo uma esplêndida campanha de “gente como a gente” na Internet – veja, ele come hambúrguer no balcão em vez de ir a um restaurante de luxo, veja, ele corta o cabelo no mesmo barbeiro de sempre, veja, ele estava sentado no chão do aeroporto esperando a partida do avião, em vez de ir a uma sala VIP, veja, ele foi ao açougueiro do bairro comprar carne para fazer churrasco para os seguranças – mas isso tudo, se ao menos hoje lhe dá popularidade, não é levado em conta quando negocia com os parlamentares. Aí é preciso colocar em vigor a lei da reciprocidade: ou o parlamentar ganha prestígio, associando-se a alguma iniciativa que lhe dê votos, ou é preciso encontrar outra maneira de envolvê-lo nos projetos do Governo. Não é essencial, sempre, que haja distribuição de cargos ou de vantagens contabilizáveis; mas é preciso achar a fórmula que leve a maioria dos 513 deputados e 81 senadores a se agregar àquilo que o Governo achar necessário. Espera-se que as velhas fórmulas, transportáveis em malas e envelopes, tenham perdido a antiga popularidade após a Lava Jato.

O grande nome

Bastou Moro aceitar o convite de Bolsonaro que caiu o mundo – não apenas os petistas furiosos com a condenação de Lula (embora ele tenha tido a condenação confirmada, e ampliada, pelo Tribunal Regional Federal), mas os que acham que deveria ter pedido demissão em vez de tirar férias, os que se queixam de fatos como a liberação do telefonema em que Dilma e Lula combinam como ele fará para ganhar foro especial e escapar do julgamento em primeira instância.

São minoria: de acordo com levantamento nacional da Paraná Pesquisas, 85,3% dos ouvidos aprovam a nomeação de Moro para o Ministério da Justiça. A pesquisa foi divulgada pela coluna Cláudio Humberto e abrange a faixa etária de 24 a 59 anos.

É adversário – e sabe

José Dirceu, ex-comandante do PT, ministro de Lula e Dilma – “capitão do time”, como Lula o chamava – diz que Bolsonaro terá base social, força e tempo para governar. Dirceu falou anteontem, ao lançar seu livro de memórias. “Há um Brasil profundo que se manifestou democraticamente e que o PT precisa entender. O PT não foi derrotado apenas eleitoralmente nas eleições, mas ideologicamente”. Citou a questão da segurança pública: “Onde estava o PT quando o filho de uma mulher pobre chegava em casa sob efeito de drogas, ou em outros momentos igualmente trágicos na vida do brasileiro?” Aos poucos, disse, o PT se afastou “do dia a dia do povo”. E Bolsonaro, completou, “avançou sobre a base da qual o PT se afastou durante seus quatro mandatos”.

“O PT não foi derrotado apenas eleitoralmente nas eleições, mas ideologicamente”


Escreva seu comentário

Busca


Leitores on-line

Carregando

Arquivos


Colunistas e assuntos


Parceiros