Almanaque Raimundo Floriano
(Cultural, sem fins comerciais, lucrativos ou financeiros)


Raimundo Floriano de Albuquerque e Silva, Editor deste Almanaque, também conhecido como Velho Fulô, Palhaço Seu Mundinho e Mundico Trazendowski, nascido em Balsas , Maranhão, a 3 de julho de 1936, Católico Apostólico Romano, Contador, Oficial da Reserva do Exército Brasileiro, Funcionário Público aposentado da Câmara dos Deputados, Titular da Cadeira nº 10 da Academia Passa Disco da Música Nordestina, cuja patrona é a cantora Elba Ramalho, Mestre e Fundador da Banda da Capital Federal, Pesquisador da MPB, especializado em Velha Guarda, Música Militar, Carnaval e Forró, Cardeal Fundador da Igreja Sertaneja, Pioneiro de Brasília, Xerife nos Mares do Caribe, Cordelista e Glosador, Amigo do Rio das Balsas, Inventor da Descida de Boia, em julho de 1952, Amigo da Fanfarra do 1° RCG, autor dos livros O Acordo PDS/PTB, coletânea de charges, Sinais de Revisão e Regras de Pontuação, normativo, Do Jumento ao Parlamento, com episódios da vida real, De Balsas para o Mundo, centrado na navegação fluvial Balsas/Oceano Atlântico, Pétalas do Rosa, saga da Família Albuquerque e Silva, Memorial Balsense, dedicado à história de sua terra natal, e Caindo na Gandaia, humorístico apimentado, é casado, tem quatro filhos, uma nora, um genro e dois netos e reside em Brasília, Distrito Federal, desde dezembro de 1960.

Raimundo Floriano - Perfis e Crônicas sexta, 21 de julho de 2017

PELAGENS EQUÍDEAS (AS CORES DOS CAVALOS)

PELAGENS EQUÍDEAS

(Publicada a 28.11.2011)

Raimundo Floriano

 

Pernell Roberts, Michael Landon, Dan Blocker e Lorne Greene

 

                        A BBC Londrina, Maior Potência Radiofônica, Transmite Tudo Verdadeiro. Deu pra entender? Não? Mais adiante, explicarei.

 

                        Nos anos 1960, eu era viciado em assistir ao seriado Bonanza, na TV, curtição a que agora me entrego, com suas reprises no Canal 91, de segunda a sexta, às 9 da noite, prestando atenção num detalhe: a qualidade dos cavalos que ali aparecem, cada qual mais bonito, possante e bem tratado.

 

                        E, a cada episódio, me alembro de meu Período de Adaptação na EsSA - Escola de Sargentos das Armas, em Três Corações (MG), no ano de 1957, antes de ser designado para a Arma de Infantaria, quando me vi lotado no Esquadrão de Cavalaria, onde ocorreu o lance que a seguir lhes conto.

 

                        Íamos receber as primeiras noções de Hipologia, ou seja, fazer a limpeza do cavalo, começando pela ponta da orelha até a extremidade do rabo, passando pelo fiofó e pelo pingolim. A aula estava a cargo do Cabo Traquéia – pronuncia-se trakéia –, gaúcho da fronteira.

 

                        (Abro aqui este parêntese para dar-lhes uma pequena aula de Ortografia e Ortofonia. Conforme o Novo Acordo Ortográfico, traqueia – tubo condutor goela a dentro – não tem mais acento. Acontece que existe a palavra traqueia – pronuncia-se trakêia –, 3ª pessoa do indicativo do verbo traquear, o mesmo que traquejar. Portanto, se eu falar “O Cabo Traqueia traqueia o cavalo”, não fica esquisito?)

 

                        Éramos um pelotão de 30 alunos recrutas, e o Cabo Traqueia falou para o grupo:

 

                        – Cara qual escolhe um cavalo, pra começar a instrução!

 

                        Eu, que já fora cabo no 25º Batalhão de Caçadores, em Teresina (PI), tentei fazer tomar chegada:

 

                        – Cabo Velho...

 

                        – Cabo Velho é a porra! Meu nome é Cabo Traqueia, tá entendendo? Traquéia! – Gritou o cabo, cavalarianamente. Voltei a falar:

 

                        – Seu Cabo Traqueia, eu posso começar com aquele pampo?

 

                        Outro esporro:

 

                        – Pampo é o cacete! Aquele cavalo e tobiano, arataca beiçudo!

 

                        Depois, percebendo ele a ignorância de todos, ensinou-nos as cores, ou pelagens, dos cavalos, e deu-nos um macete para as sabermos na ordem de numeração. Para isso, fez-nos decorar a frase que encabeça este relato, que se constitui num processo mnemônico – fortalecedor da memória – muito eficiente, avisando-nos que, durante o curso, isso seria constantemente cobrado, além de ser matéria de prova.

 

                        Usando-se as iniciais de cada palavra acima, ficava fácil enunciar as cores: 1 - alazão; 2 - baio; 3 - branco; 4 - castanho; 5- lobuno; 6 - mouro; 7 - preto; 8 - rosilho; 9 - tobiano; 10 - tordilho; 11 - vermelho.

 

                        Aí vão as imagens para que vocês percebam as diferenças, às vezes muito sutis:

 

01 - Alazão - cor de canela, amarelo-amermelhada

 

02 - Baio - castanho-amarelo tirante a castanho

  

03 - Branco - literalmente, da cor branca

 

04 - Castanho - da cor da casca da castanha-do-pará

 

05 - Lobuno - escuro acinzentado, tirante ao lobo

 

06 - Mouro - preto salpicado de branco, tirante a pedrês

 

7 - Preto - literalmente preto, como a Bola 7 da sinuca

 

8 - Rosilho - avermelhado e branco, tirante a rosado

 

9 - Tobiano - manchas brancas em fundo escuro ou vermelho

 

10 - Tordilho - negro com manchas brancas, tirante a plumagem do tordo ou do sabiá

 

11 - Vermelho - tirante a vermelho

 

                        Antes que me esqueça, vale a pena lembrar-lhes: cavalo é Brasil, é Nordeste, é Cultura e é Sertão.

 

                        Voltando ao Bonanza, podemos agora afirmar que o cavalo de Lorne Greene/Ben Cartwright, o patriarca, é rosilho; o de Pernell Roberts/Adam, o primogênito, é vermelho; o de Dan Blocker/Hoss, o filho grandalhão, é preto; e o de Michael Landon/Little Joe, o caçula, é tobiano.

 

                        Para terminar, e aproveitando a fonte que me inspirou a escrever esta matéria, ofereço-lhes, para que recordem, o bonito e nostálgico tema do seriado, composição de Jay Livingstone e Ray Evans.

 


quinta, 12 de dezembro de 2019 as 18:14:37

Ávido Marques Filho
disse:

AMIGO MUNDINHO TB FIZ A ESA TURMA 1959,ARTILHARIA E ESTUDEI EQUINOLOGIA.PERDI CONTATO COM MEUS CAMARADAS.COMO CHEGOU A OFICIAL R2 ? MORO EM BSB SQN 205.PRECISAMOS BATER UM PAPO. ÁVIDO-BIA ART.AL 408


Responder comentário - Cancelar
quinta, 12 de dezembro de 2019 as 18:14:22

Raimundo Floriano
disse:

Prezado Ávido, ligue para mim. Fone: (61) 3346-7713. Não tenho celular.


Responder comentário - Cancelar

Escreva seu comentário

Busca


Leitores on-line

Carregando

Arquivos


Colunistas e assuntos


Parceiros