Almanaque Raimundo Floriano
(Cultural, sem fins comerciais, lucrativos ou financeiros)


Raimundo Floriano de Albuquerque e Silva, Editor deste Almanaque, também conhecido como Velho Fulô, Palhaço Seu Mundinho e Mundico Trazendowski, nascido em Balsas , Maranhão, a 3 de julho de 1936, Católico Apostólico Romano, Contador, Oficial da Reserva do Exército Brasileiro, Funcionário Público aposentado da Câmara dos Deputados, Titular da Cadeira nº 10 da Academia Passa Disco da Música Nordestina, cuja patrona é a cantora Elba Ramalho, Mestre e Fundador da Banda da Capital Federal, Pesquisador da MPB, especializado em Velha Guarda, Música Militar, Carnaval e Forró, Cardeal Fundador da Igreja Sertaneja, Pioneiro de Brasília, Xerife nos Mares do Caribe, Cordelista e Glosador, Amigo do Rio das Balsas, Inventor da Descida de Boia, em julho de 1952, Amigo da Fanfarra do 1° RCG, autor dos livros O Acordo PDS/PTB, coletânea de charges, Sinais de Revisão e Regras de Pontuação, normativo, Do Jumento ao Parlamento, com episódios da vida real, De Balsas para o Mundo, centrado na navegação fluvial Balsas/Oceano Atlântico, Pétalas do Rosa, saga da Família Albuquerque e Silva, Memorial Balsense, dedicado à história de sua terra natal, e Caindo na Gandaia, humorístico apimentado, é casado, tem quatro filhos, uma nora, um genro e dois netos e reside em Brasília, Distrito Federal, desde dezembro de 1960.

Fernando Antônio Gonçalves - Sempre a Matutar terça, 10 de março de 2020

PERDA DA FÉ

 

PERDA DA FÉ

Na história do século XX, um tema encontrou múltiplos prognósticos e interpretações: a perda da fé. Os avanços científicos demonstraram que a origem da Terra datava de muitos bilhões de anos, não apenas os seis mil anos declarados num texto sagrado, embora o atual presidente da CAPES do Brasil creia firmemente que ela não é redonda, apenas do jeitão de uma moeda.

Os métodos críticos utilizados nas análises dos textos evangélicos revelaram que uma parte da vida do Nazareno não era histórica, apenas mitos, lendas e acontecimentos acrescentados muito tempo depois da sua passagem entre nós.

Qual a consequência dessa não evolução religiosa? Alguns se refugiaram no tradicionalismo e no fundamentalismo, outros permaneceram com uma fé vaga e insatisfatória, inúmeros se afastaram ou simplesmente se desorientaram.

Em pleno terceiro milênio, no entanto, um fato tornou-se evidente: é impraticável vivenciar uma fé de maneira irrefletida, respaldado nos não mais consistentes dogmas das denominações religiosas, tampouco nas verdades literais contidas nos livros sagrados.

Relegadas as instituições, muitos buscaram ampliar uma espiritualidade consequente, numa transcendência revigorada pelas leituras e pesquisas que reexaminaram textos antigos, como os Manuscritos do Mar Morto e a Biblioteca de Nag Hammadi, exemplos recentes mais notáveis. E inúmeros estão se interessando pelo que se chama gnose, uma palavra grega que significa conhecimento, um conhecimento muito específico, um conhecimento intuitivo direto que ultrapassa os níveis da razão comum, proporcionando uma consistente libertação espiritual.

E o conhecimento que libera a consciência é denominado muitas vezes de esotérico, outra palavra que vem do grego e que quer dizer “mais além”. Segundo os especialistas, o esoterismo ensina que há um mundo muito rico dentro de nós, o além sendo escalonado em níveis múltiplos, tal e qual apregoado pelo Galileu em João 14,2: “Na casa de meu Pai há muitos lugares para morar”.

Alguns analistas fazem uma distinção entre esotérico e místico. O esotérico se define como aquele que se interessa por diversos níveis de consciência e do ser. O místico enfoca mais como chegar a Deus de um modo mais direto e imediato. O místico tende a uma maior passividade, enquanto o esotérico busca aprender algo dos cenários ao longo da caminhada. Em outras palavras: o místico é portador de uma “silenciosa espera por Deus”, enquanto o esotérico se dedica a uma investigação ativa na sua caminhada para Deus.

O esoterismo sustenta que a Bíblia deve ser lida em vários níveis diferenciados, onde apenas um é literal. E foi Orígenes, padre da Igreja do século XIII quem escreveu: “Muitos erros foram cometidos porque um grande número de leitores ainda não descobriu o método correto de examinar os textos sagrados, pois têm o hábito de seguir a letra nua…”

A frase “A Verdade vos libertará” não será a expressão de uma contemporaneidade exemplar? Para todos aqueles seres humanos que buscam consolidar sua fé, um livro afirma categoricamente que a ciência, embora cada vez mais ampla, não basta para esclarecer o que se manifesta nos territórios etéreos:

EVOLUÇÃO ANÍMICA – ENSAIOS DE PSICOLOGIA FISIOLÓGICA SEGUNDO O ESPIRITISMO – Gabriel Delanne – Limeira SP, Editora do Conhecimento, 2008, 239 p.

Um escrito editado em francês, onde o autor (1857-1926), personalidade de ligação muito significativa com Allan Kardec, que o chamava carinhosamente de “meu mestre”, tem o seguinte Sumário: Introdução; 1. A vida; 2. A alma animal; 3. Como o períspirito pôde adquirir suas propriedades funcionais; 4. A memória e as personalidades múltiplas; 5. O papel da alma do ponto de vista da reencarnação; 6. O Universo; Conclusão.

Na Introdução, Delanne é categórico: “É chegada a hora de reagir energicamente contra os sofismas pseudo-sábios , que orgulhosamente decretaram que a morte é incognoscível e, derrubando todos os entraves que pretenderam opor à investigação do além, poderemos afirmar que a sobrevivência e a imortalidade do princípio pensante são verdades demonstráveis com incontestável rigor.” E mais: “Os novos conhecimentos, que devemos às inteligências extraterrenas, ajudam-nos a compreender toda uma categoria de fenômenos psicológicos e psíquicos, que sem eles são inexplicáveis.” E foi além: “No dia em que a ciência se convencer da verdade da nossa doutrina, ocorrerá uma verdadeira revolução nos métodos por ela preconizados.”

Desde então, os véus estão sendo sucessivamente rasgados. Novos horizontes se estão abrindo para amanhãs da humanidade mais radiantes, onde a fraternidade seguramente imperará, sem discriminações de espécie alguma, todos sendo portadores de uma fé racionada amplamente libertadora, conforme promessa feita pelo Homão da Galileia, nosso muito amado Irmão Libertador.

O escrito do Delanne, do século XIX, guarda uma impressionante atualidade, tornado um texto que vale a pena ser analisado e refletido nos tempos de agora.


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