Grande presença de resíduos plásticos nos ecossistemas marinhos é um problema sério que precisa de uma solução. Fonte: Google Imagens.
Ao longo da atual crise do novo coronavírus, o plástico tornou-se um problema ainda maior, visto que a quantidade de resíduos com plástico em sua composição gerados por residência aumentou em cerca de 10% desde março de 2020. No mundo, cerca de 465 milhões de toneladas de plástico foram fabricadas em 2019. E a produção continua aumentando. É irônico que um material que já foi símbolo de progresso tornou-se um pesadelo para os humanos e a natureza. Os consumidores e, principalmente, a indústria, têm um papel fundamental na mitigação e solução deste problema.
O plástico comum é oriundo das resinas derivadas do petróleo e pertence ao grupo dos polímeros, que são moléculas grandes, com características especiais e variadas.A palavra plástico tem origem grega e significa aquilo que pode ser moldado. Além disso, uma de suas características marcante é a capacidade de manter a sua forma após a moldagem. Convivemos com tanto plástico ao nosso redor, que nem notamos mais a sua presença. O nylon epoliéster presentes em nossas roupas, em nossos carros, embalando diversos produtos e nas sacolas do supermercado. Está impregnado em nosso cotidiano, na nossa vida, e não é mais uma novidade.
O problema é que esse material está aqui hoje e ainda estará aqui amanhã. No próximo ano. E nos quatro séculos seguintes. O plástico que tanto usamos demora entre cerca de duzentos a quatrocentos anos para entrar em decomposição. Embora também cause grandes impactos em terra firme, é nos ecossistemas marinhos que se encontram os maiores problemas.
A poluição causada pelo plástico compromete a sobrevivência de mais de 800 espécies marinhas, 15 das quais já se encontram ameaçadas. A cada ano, cerca de 8 milhões de toneladas de plástico acabam no oceano, o que equivale a um caminhão de lixo cheio desse produto jogado no mar a cada minuto. Estima-se que já contêm plástico entre 60 a 90% da areia que se acumula nas linhas costeiras, a superfície e o fundo do mar. Este plástico, quando exposto no ambiente marinho, sofre diversas ações do meio, como radiação solar, variação térmica, diferentes níveis de oxigênio, e presença de fatores abrasivos, como areia, que o fragmentam, dando-lhe a aparência de alimento para muitos animais, que ao ingeri-lo sofrem de obstrução nos órgãos internos, causando-lhes a morte e interferindo no ciclo reprodutivo de muitas espécies.
Os animais confundem os materiais plásticos com comida e acabam morrendo. Fonte: Google Imagens.
Como podemos mudar esta situação? Tudo se resume a mudanças nos nossos padrões de vida e consumo. Estas mudanças já estão começando no exterior, com acordos e novas leis. A União Europeia já votou uma proibição de plásticos de uso único. O Canadá implantou uma lei semelhante: proibiu o uso de canudos e talheres de plástico, e começou a responsabilizar os fabricantes de plástico pelos resíduos produzidos.Outros140paísesjá implementaram impostos ou proibições parciais sobre o uso e o consumo de plástico.
Aqui no Brasil a primeira cidade a banir completamente o canudo plástico foi o Rio de Janeiro. Outras cidades também adotaram essa medida, como Fortaleza, Salvador, Santos e todo o estado do Rio Grande do Norte. Em São Paulo, foi proibido o fornecimento de canudos plásticos nos estabelecimentos comerciais da cidade.
A responsabilidade sobre as toneladas de lixo jogadas todos os anos nos oceanos do mundo é compartilhada. Trata-se de um problema complexo que está impregnado em nosso cotidiano, em nosso modo de viver, em nossos hábitos, e cuja única solução vem de mudanças e ações de todos os setores da sociedade, desde as empresas e o poder público, até os indivíduos e a sociedade civil.
Para que as futuras gerações não precisem ver belíssimos animais mortos ou em sofrimento nas praias, mares e outros ecossistemas, vítimas de nossos erros e estupidez é preciso urgente que o homem de bonsenso faça alguma coisa agora para salvar o meio ambiente porque amanhã pode ser tarde demais.