Almanaque Raimundo Floriano
(Cultural, sem fins comerciais, lucrativos ou financeiros)


Raimundo Floriano de Albuquerque e Silva, Editor deste Almanaque, também conhecido como Velho Fulô, Palhaço Seu Mundinho e Mundico Trazendowski, nascido em Balsas , Maranhão, a 3 de julho de 1936, Católico Apostólico Romano, Contador, Oficial da Reserva do Exército Brasileiro, Funcionário Público aposentado da Câmara dos Deputados, Titular da Cadeira nº 10 da Academia Passa Disco da Música Nordestina, cuja patrona é a cantora Elba Ramalho, Mestre e Fundador da Banda da Capital Federal, Pesquisador da MPB, especializado em Velha Guarda, Música Militar, Carnaval e Forró, Cardeal Fundador da Igreja Sertaneja, Pioneiro de Brasília, Xerife nos Mares do Caribe, Cordelista e Glosador, Amigo do Rio das Balsas, Inventor da Descida de Boia, em julho de 1952, Amigo da Fanfarra do 1° RCG, autor dos livros O Acordo PDS/PTB, coletânea de charges, Sinais de Revisão e Regras de Pontuação, normativo, Do Jumento ao Parlamento, com episódios da vida real, De Balsas para o Mundo, centrado na navegação fluvial Balsas/Oceano Atlântico, Pétalas do Rosa, saga da Família Albuquerque e Silva, Memorial Balsense, dedicado à história de sua terra natal, e Caindo na Gandaia, humorístico apimentado, é casado, tem quatro filhos, uma nora, um genro e dois netos e reside em Brasília, Distrito Federal, desde dezembro de 1960.

Literatura - Contos e Crônicas quinta, 24 de junho de 2021

POBRE MÃEZINHA (CONTO DO PARANAENSE DALTON TREVISAN)

POBRE MÃEZINHA

Dalton Trevisan

 

 

Os gêmeos voltam inquietos da escola. Primeira
aula de educação sexual. Seis aninhos, e já perdidos
na busca da verdade.
—Sabe, mãe, o que é transar? Então me diga.
A moça desconversa. Um jogo? um brinquedo?
uma ginástica? Reservado só para adultos. Mais tarde
eles… O pai pode explicar melhor.
Nem uma semana depois. O mais espevitado:
—Mãe, mãe, já sei o que é transar.
—E o que é, meu anjo?
—Transar é um menino beijar na boca de outro
menino!
A mãe se assusta com razão.
—Alguém fez isso com você?
O outro, tipo sonso:
— Ih, mãe. O carinha tá por fora. Não é nada
disso.
Sossega a moça, mas não muito.
De novo, os seis aninhos de sapiência nas ruas da
vida:
—Transar é o menino pôr o pipi na popoca da
menina!
A mãe queda muda. Você não conseguia definir
melhor.
Eis que o primeiro ensaia um choro sufocado, cada
vez mais doído.
—Meu Deus, filhinho. O que é agora? Por que está
chorando?
—É isso o que o pai faz…
Os pivetes se entendem num simples olhar (não
fossem gêmeos), e o segundo:
—…na minha mãe!
Já rompem violentamente aos soluços.
—É isso… Então é isso… Na minha pobre mãezinha!
Desesperados e inconsoláveis. E agora, mãezinha?
Só lhe resta abraçá-los e chorar com eles. Chorar
muito a inocência perdida de todos nós.


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