O delegado Cleyber Malta Lopes, da Polícia Federal, pediu a prorrogação do inquérito sobre o caso dos portos, no qual Michel Temer é investigado. Ele quer mais 60 dias para fechar a investigação. O pedido foi encaminhado ao ministro Luís Roberto Barroso, relator do processo no Supremo Tribunal Federal. Ainda não há decisão. Contudo, o normal é o deferimento desse tipo de requisição.
A suspeita que recai sobre Temer é a de ter editado um decreto que beneficiou empresas que operam no Porto de Santos, entre elas a Rodrimar. O pedido de prorrogação do inquérito chega nas pegadas de uma polêmica envolvendo o diretor-geral da Polícia Federal, Fernando Segovia.
Em entrevista concedida à Reuters durante o Carnaval, o chefe da PF insinuou que o inquérito sobre propinas portuárias rumava para o arquivo. E mencionou a hipótese de repreender ou até suspender delegado Cleyber Lopes.
Intimado pelo ministro Barroso a prestar esclarecimentos, Segovia esteve no STF nesta segunda-feira. Disse ter sido mal interpretado. E comprometeu-se a não fazer novas declarações sobre o caso.
A notícia sobre o pedido de prorrogação não chega a ser ruim para Temer. Fica entendido que o delegado ainda não dispõe de provas irrefutáveis contra o presidente.
A novidade tampouco é tranquilizadora para o presidente. Revela que os investigadores ainda não entregaram os pontos, como gostariam Segovia e, sobretudo, Temer.
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