Almanaque Raimundo Floriano
(Cultural, sem fins comerciais, lucrativos ou financeiros)


Raimundo Floriano de Albuquerque e Silva, Editor deste Almanaque, também conhecido como Velho Fulô, Palhaço Seu Mundinho e Mundico Trazendowski, nascido em Balsas , Maranhão, a 3 de julho de 1936, Católico Apostólico Romano, Contador, Oficial da Reserva do Exército Brasileiro, Funcionário Público aposentado da Câmara dos Deputados, Titular da Cadeira nº 10 da Academia Passa Disco da Música Nordestina, cuja patrona é a cantora Elba Ramalho, Mestre e Fundador da Banda da Capital Federal, Pesquisador da MPB, especializado em Velha Guarda, Música Militar, Carnaval e Forró, Cardeal Fundador da Igreja Sertaneja, Pioneiro de Brasília, Xerife nos Mares do Caribe, Cordelista e Glosador, Amigo do Rio das Balsas, Inventor da Descida de Boia, em julho de 1952, Amigo da Fanfarra do 1° RCG, autor dos livros O Acordo PDS/PTB, coletânea de charges, Sinais de Revisão e Regras de Pontuação, normativo, Do Jumento ao Parlamento, com episódios da vida real, De Balsas para o Mundo, centrado na navegação fluvial Balsas/Oceano Atlântico, Pétalas do Rosa, saga da Família Albuquerque e Silva, Memorial Balsense, dedicado à história de sua terra natal, e Caindo na Gandaia, humorístico apimentado, é casado, tem quatro filhos, uma nora, um genro e dois netos e reside em Brasília, Distrito Federal, desde dezembro de 1960.

Orlando Silveira - Só Nós Três É Que Sabemos sexta, 19 de julho de 2019

QUASE HISTÓRIAS - O JIPE DO TIO

 

 

QUASE HISTÓRIAS: O JIPE DO TIO

– Oi. Tudo bem por aí, pai?

– Tudo, filho. E com vocês?

– Tudo em paz. Dudu está lindo.

– Daqui de cima, eu o vejo todos os dias. Está lindo mesmo. Como você conseguiu ligar?

– Não importa. A gente sempre dá um jeito.

– Não me faça passar vergonha. O céu é lugar recatado.

– OK. Estou com saudade. Tem lido?

– Muito. Quer dizer: quando tua mãe me deixa ler… Como fala, a tua mãe! Havia me esquecido desse detalhe.

– Ela está aí?

– Agora, não. Ela foi com Laura e Valésia, suas tias, fazer pudim para Pedro, o santo.

– Como assim?

– É aniversário dele. Vamos fazer uma festinha surpresa.

– Não sabia que santo faz aniversário.

– Faz. Por que não faria? O que mais, filho?

– Está com pressa?

– Estou. A vida é curta, preciso ler, aprender. Mas pode falar.

– Por aí a vida não é eterna?

– Depois te explico.

– Soube que tio Iraci está por aí.

– Está. Duro é encontrá-lo. Continua o mesmo. Bate pernas o dia todo. Só aparece para fazer as refeições. Vai ao purgatório, vai ao inferno. Não esquenta cadeira. Uma hora ainda se perde. Não volta para o céu.

– E tio Antônio?

– Também está por aqui. Ele sempre lhe manda beijo. Gosta de você. Continua o mesmo. Continua chamando Laura de “pamonha”. Com razão. Agora cismou, esse Antônio! Quer fazer piquenique. Mas quem há de trazer o velho jipe para o céu? Quem? Sem jipe não há piquenique…

– É.

– Amanhã, a gente se fala. Pedro está chegando, com cara de poucos amigos. Acho que o pudim desandou. Também pudera. Sua mãe e tias não param de falar.

– Sua benção, pai.

– Deus te abençoe. Não beba muito, largue o cigarro. Beijo.


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