Almanaque Raimundo Floriano
(Cultural, sem fins comerciais, lucrativos ou financeiros)


Raimundo Floriano de Albuquerque e Silva, Editor deste Almanaque, também conhecido como Velho Fulô, Palhaço Seu Mundinho e Mundico Trazendowski, nascido em Balsas , Maranhão, a 3 de julho de 1936, Católico Apostólico Romano, Contador, Oficial da Reserva do Exército Brasileiro, Funcionário Público aposentado da Câmara dos Deputados, Titular da Cadeira nº 10 da Academia Passa Disco da Música Nordestina, cuja patrona é a cantora Elba Ramalho, Mestre e Fundador da Banda da Capital Federal, Pesquisador da MPB, especializado em Velha Guarda, Música Militar, Carnaval e Forró, Cardeal Fundador da Igreja Sertaneja, Pioneiro de Brasília, Xerife nos Mares do Caribe, Cordelista e Glosador, Amigo do Rio das Balsas, Inventor da Descida de Boia, em julho de 1952, Amigo da Fanfarra do 1° RCG, autor dos livros O Acordo PDS/PTB, coletânea de charges, Sinais de Revisão e Regras de Pontuação, normativo, Do Jumento ao Parlamento, com episódios da vida real, De Balsas para o Mundo, centrado na navegação fluvial Balsas/Oceano Atlântico, Pétalas do Rosa, saga da Família Albuquerque e Silva, Memorial Balsense, dedicado à história de sua terra natal, e Caindo na Gandaia, humorístico apimentado, é casado, tem quatro filhos, uma nora, um genro e dois netos e reside em Brasília, Distrito Federal, desde dezembro de 1960.

Receitas Sertanejas quinta, 07 de abril de 2022

RECEITAS SERTANEJAS - CACETE BALSENSE
RECEITAS SERTANEJAS - CACETE BALSENSE

Raimundo Floriano

 

                        Há quase seis anos, precisamente no dia 5.4.2010, publiquei aqui no Jornal da Besta Fubana matéria com o título A Fábula do Ovo e do Pré-Sal, onde contava as agruras de Dona Chiquinha Comboieiro, boleira balsense, não dando conta dos 500 cacetes encomendados pela PETROBRAS – só conseguiu 300 –, para um café da manhã em que se comemoraria naquele sertão o jorro do petróleo na torre que, há muito tempo, perfurava o solo na Fazenda Testa Branca, o que não veio a acontecer, acabando aquela estatal por cimentar o poço, relegando-o, definitivamente, ao olvido.

 

                        No dia 8 de agosto de 2014, a leitora Sebastiana Rodrigues de Sousa postou um comentário no jornal, assim se expressando: “Gostei dos contos, mas quero a receita do bolo cacete”.

 

                        Assim instigado, mostro o cacete, digo, o pau, depois de macerar a cobra, esta representada, evidentemente, pelo teste, aqui em casa, de todas as receitas, para não dar chabu.

 

                        Quando não houver menção específica, o resgate delas foi uma gentileza da amiga Maria do Socorro Ferreira Vieira, minha Assessora Cultural e Plenipotenciária balsense.

 

                        No tempo de minha infância, Balsas ainda não contava com a existência de padaria. A dona de casa, assim, tinha de usar de muita criatividade, todas as manhãs, para botar na mesa o quebra-jejum da família, as mais das vezes com beiju, cuscuz, frito de carne, farofa de ovo mexido ou os bolos cujas receitas aqui apresento.

 

                        Havia famosas boleiras balsenses, como Dona Dolores Lima e Madrinha Ritinha Pereira. Outras, como Dona Febrônia Tourinho, Dona Chiquinha, Dona Úrsula, Dona Biloca Botelho e Dona Maria Bezerra, minha saudosa mãezinha, faziam-nos, não só para o consumo domiciliar, mas também para vender.

                       

                        E era aí que eu entrava na dança. Toda boca-de-noite, eu saía de casa, carregando na cabeça uma gamela cheia de bolos diversos, oferecendo-os de porta em porta, ou apregoando-os em alta voz.

 

                        Não preciso nem dizer a saia-justa que isso me causava, quando batia à porta de casa onde havia meninas colegas minhas do Grupo Escolar, principalmente na de Seu Jonas Bonfim, pai da Maria Núbia, menina de 8 anos, pela qual eu era perdidamente apaixonado. E esse acanhamento ficou maior, depois que passei a estudar em Floriano, pois nas férias, minha mãe me entregava a gamela, sem levar em consideração meu novo status de ginasiano.

 

                        Mas deixemos de papo furado e passemos ao que nos interessa e me faz estar aqui a desperdiçar o precioso tempo dos leitores. Vamos às receitas, começando com o cacete!

 

CACETE BALSENSE

 Almanaque Raimundo Floriano

Cacetes assados na palha de bananeira

Foto de Elba Albuquerque

 Almanaque Raimundo Floriano

Cacetes assados direto na fôrma

Fotos de Elba Albuquerque

 

Ingredientes:

 

1 kg de tapioca ou polvilho doce

8 ovos

2 copos americanos (250 ml) de óleo ou azeite de coco

½ (meio) copo de leite

1 colher (de café) de erva doce

Sal a gosto

 

(No caso de usar a tapioca, peneirá-la)

 

Modo de preparo:

 

Pôr a tapioca (ou o polvilho doce) numa vasilha, juntar o óleo, o leite (sem ferver). a erva doce e o sal.

Em seguida, acrescentar os ovos aos poucos (gemas e claras), sem bater.

Sovar bastante a massa até ela ficar bem consistente e um pouco ligada.

 

Deixar a massa descansar por uma hora.

 

Depois de descansada a massa, colocar certa porção numa tábua, modelar de forma cilíndrica (com o diâmetro aproximada de um ovo) e cortar com uma faca em roletes de 10 a 15 centímetros.

Modelar as pontas dos roletes, de modo que fiquem de forma oval.

Envolver os roletes em folha de bananeira e pô-los no forno para assar.

Quando não se dispõe de folha de bananeira, assa-se o bolo diretamente na fôrma, sem untar. (No caso de usar folha de bananeira, quando esta estiver bem amarelada, tirá-las e deixar os bolos no forno até ficarem corados).

 


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