Almanaque Raimundo Floriano
(Cultural, sem fins comerciais, lucrativos ou financeiros)


Raimundo Floriano de Albuquerque e Silva, Editor deste Almanaque, também conhecido como Velho Fulô, Palhaço Seu Mundinho e Mundico Trazendowski, nascido em Balsas , Maranhão, a 3 de julho de 1936, Católico Apostólico Romano, Contador, Oficial da Reserva do Exército Brasileiro, Funcionário Público aposentado da Câmara dos Deputados, Titular da Cadeira nº 10 da Academia Passa Disco da Música Nordestina, cuja patrona é a cantora Elba Ramalho, Mestre e Fundador da Banda da Capital Federal, Pesquisador da MPB, especializado em Velha Guarda, Música Militar, Carnaval e Forró, Cardeal Fundador da Igreja Sertaneja, Pioneiro de Brasília, Xerife nos Mares do Caribe, Cordelista e Glosador, Amigo do Rio das Balsas, Inventor da Descida de Boia, em julho de 1952, Amigo da Fanfarra do 1° RCG, autor dos livros O Acordo PDS/PTB, coletânea de charges, Sinais de Revisão e Regras de Pontuação, normativo, Do Jumento ao Parlamento, com episódios da vida real, De Balsas para o Mundo, centrado na navegação fluvial Balsas/Oceano Atlântico, Pétalas do Rosa, saga da Família Albuquerque e Silva, Memorial Balsense, dedicado à história de sua terra natal, e Caindo na Gandaia, humorístico apimentado, é casado, tem quatro filhos, uma nora, um genro e dois netos e reside em Brasília, Distrito Federal, desde dezembro de 1960.

Fernando Antônio Gonçalves - Sempre a Matutar terça, 14 de julho de 2020

REESTRUTURAÇÕES PÓS COVID-19

 

REESTRUTURAÇÕES PÓS COVID-19

A pandemia que ainda vitima nos quatro cantos do mundo revelou, entre outros sintomas, a urgência de inadiáveis reestruturações pessoais e organizacionais, públicas e empresariais, requerendo leituras sistemáticas e convincentes dos dirigentes de todos os calibres. A COVID-19 desnudou incompetências múltiplas, desatualizações inconcebíveis em plena metade do século XXI, além de explicitar uma miopia enxergacional gritante que distancia muitos dos ambientes mais criativos do planeta.

Outro dia vi um especialista da Fundação Getúlio Vargas recomendar a leitura de cinco textos que muito favorecerão uma binoculização mais nítida dos ambientes futuros que emergirão dos contextos pós pandêmicos, ensejando criatividades sementeiras em todos os setores da sociedade planetária. Leituras que proporcionarão orientações mais convincentes para os mais dispostos, de mentes nunca nostálgicas, sem preconceitos ideológicos, raciais, religiosos, geográficos e de gênero. Indicações técnicas umas, outras mais humanísticas, todas interconectadas, favorecendo uma assimilação efetiva das metodologias necessárias para o enfrentamento dos males provocados pela atual crise mundial. A ordem abaixo é proposital, possibilitando valiosos subsídios na elaboração dos projetos reestruturadores. Ei-los:

1. ESQUERDA & DIREITA: PERSPECTICAS PARA A LIBERDADE – Murray Rothbard (1926-1995) Campinas SP, Vide Editorial, 2016, 83 p.

O autor, economista norte-americano cujas ideias teve uma influência gigantesca no movimento libertário moderno, sendo um vigoroso crítico das intervenções internacionais, sejam elas militares, políticas ou econômicas, tendo fundado, em 1982, o Instituto Ludwig von Mises, disseminador de suas ideias políticas e econômicas.

Segundo Dionisius Amendola, que faz a apresentação, “liberdade é uma dessas ideias que causam dor de cabeça em todos aqueles que tentaram e ainda tentam enquadrá-la, de alguma forma, em suas ideologias – estejam elas mais à direita ou à esquerda, sejam elas conservadoras, progressistas, individualistas ou coletivistas.” E mais disse: “A ideia de liberdade, convenhamos, não tem qualquer valor universal, por mais que queiram nos enganar os ideólogos.”

2. IDEIAS PARA ADIAR O FIM DO MUNDO – Ailton Krenak – São Paulo, Companhia das Letras, 2019, 85 p.

O autor é líder indígena, tornado célebre por ocasião de um pronunciamento feito na Assembleia Constituinte de 1987. O livro é adaptação de duas palestras e uma entrevista feitas em Portugal, entre 2017 e 2019.

Uma defesa brilhante do meio ambiente e da proteção dos povos indígenas, principalmente agora quando um ministrinho do Meio Ambiente busca sem a mínima cerimônia cretinamente desprotegê-lo.

Em 2018, perguntaram a Krenak, como os índios irão se comportar diante das agressões sofridas. E ele respondeu sem pestanejar: “Tem quinhentos anos que os índios estão resistindo, eu estou preocupado com os brancos, como que vão fazer para escapar dessa.”

Uma leitura que amplia consciências e favorece novas militâncias.

3. UMA TEORIA DO TUDO – Ken Wilber – São Paulo, Editora Pensamento-Cultrix, 2009, 183 p.

O autor é um dos mais conhecidos e influentes filósofos norte-americanos do nosso século, aplaudido por criar uma estruturadora filosofia mundial.

Uma análise sedutora sobre as ondas existenciais, a incipiente transformação planetária, ciência e religião, o mundo real, os mapas cósmicos, o que se deve fazer para uma prática transformadora integral.

Um texto que exige amplas rabiscações meditativas e múltiplas binoculizações diante dos cenários mundiais que se recuperam da pandemia.

4. ECONOMIA DO BEM COMUM – Jean Tirole – Rio de Janeiro, Zahar, 2020, 550 p.

SUMÁRIO – Prefácio; Economia e Sociedade; A profissão de Pesquisador em Economia; O Arcabouço Institucional da Economia; Os Grandes Desafios Econômicos; A Questão Industrial.

As primeiras linhas do Prefácio são por demais balizadoras das exposições contidas do livro:

“Desde o retumbante fracasso econômico, cultural, social e ambiental das economias planejadas, desde a queda do muro de Berlim e a metamorfose econômica da China, a economia de mercado tornou-se o modelo dominante, exclusivo até, de organização de nossa sociedade. Mesmo no ‘mundo livre’, o poder político perdeu sua influência, em prol ao mesmo tempo do mercado e de novos atores. … Ainda assim, a economia de mercado não obteve senão uma vitória parcial uma vez que não conquistou nem os corações e mentes. A preeminência do mercado, no qual só uma pequena minoria dos nossos concidadãos confia, é recebida com um fatalismo às vezes tingido de indignação.”

Uma opinião sobre o livro: “Tirole é uma rara exceção, um Prêmio Nobel que acredita ter a responsabilidade de falar de maneira clara sobre as preocupações dos não economistas. Leitura obrigatória para qualquer pessoa que queira entender a economia atual.” (Olivier Blanchard, ex-economista-chefe do FMI)

Uma leitura que desbloqueia dificuldades de bem compreender a atual economia de mercado, o desafio climático, o crescente desemprego, a economia digital e a propriedade intelectual. E o uso privado para o bem-estar da pessoa, mas não o abuso desse uso à custa dos outros.

5. REINVENTANDO AS ORGANIZAÇÕES: UM GUIA PARA CRIAR ORGANIZAÇÕES INSPIRADAS NO PRÓXIMO ESTÁGIO DA CONSCIÊNCIA HUMANA Fredericc Laloux Curitiba PR, Voo, 2017, 477 p.

O autor é conselheiro e facilitador de inúmeros líderes corporativos e é considerado um dos mais respeitáveis estudiosos mundiais no campo do desenvolvimento humano

Subdividido em uma introdução – O surgimento de um novo modelo organizacional -, três partes – 1. Perspectiva histórica e do desenvolvimento, 2. As estruturas, práticas e culturas das Organizações Teal, 3. Surgimento das Organizações Teal – e quatro apêndices – Questões de pesquisa, Além do Evolutivo-Teal, Estruturas das Organizações Teal, e Panorama das estruturas, prática e processos das Organizações Teal.

Um livro que ainda aponta as leituras mais apropriadas para o aprofundamento dos temas analisados.

No dizer do notável Ken Wilber, acima citado e prefaciador do livro, “este trabalho é uma das obras mais importantes em toda a segunda onda dos livros de ‘novo paradigma’. Que ele ajude muitos leitores a se motivarem para criar empresas, escolas, hospitais ou organizações sem fins lucrativos inspirados por esta onda de consciência que está começando a transformar o mundo.”

Que tenhamos uma lucidez século 21, para entender a reflexão de Gary Hamel, autor de O que importa agora: como construir empresas à prova de fracassos (São Paulo, Elsevier, 2012): “Instintivamente , nós sabemos que a gestão está desatualizada. Sabemos que seus rituais e rotinas parecem levemente ridículas no raiar do século 21. Por isso, as tirinhas do cartum Dilbert ou um episódio de The Office soam familiares e vergonhosos.”

Que os leitores-empreendedores saibam apreender mais lucidamente os desafios emergentes dos amanhãs pós pandêmicos. Para ampliação de uma dignidade mundial ainda mais aviltada pelo COVID-19.


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