É simplesmente estarrecedor! Segundo o jornalista Gilberto Prado, quase todos os 513 deputados federais do Brasil, estariam sendo investigados. Quer mais? Dos 39 ainda ministros, 4 também estariam sob investigação. Não para aí. Dos 81 senadores, 78 estariam monitorados. E para complementar números tão imorais, há 2 ex-presidentes investigados e, o que é ainda mais dramático, um presidente, em pleno exercício de suas funções, acusado de corrupção pelo procurador-geral da República!
Curiosamente, neste instante o efetivo da Polícia Federal dedicado à Operação Lava- Jato sofre uma rigorosa redução, o que, para os procuradores daquela Operação é um retrocesso, já que prejudica as investigações e dificulta o prosseguimento do trabalho com o mesmo padrão de eficiência verificado até agora.
Só como exemplo, dizem os procuradores que são milhares de documentos carecentes de análise e que assim permanecerão por longo tempo, a clamar que o fim do grupo exclusivo da Lava-Jato não contribuirá para priorizar ainda mais as investigações. Dizem mais, que a ausência de exclusividade na Lava Jato prejudica a especialização do conhecimento e da atividade, o desenvolvimento de uma visão do todo, a descoberta de interconexões entre as centenas de investigados e os resultados, o que parece evidente. Para o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, basta de hipocrisia. Não há mais espaço pra a apatia. Ou caminhamos juntos contra essa vilania que abastarda a política ou estaremos condenados a uma eterna cidadania de segunda classe, servil e impotente contra aqueles contra aqueles que deveriam nos representar com lealdade.
Enquanto isso, o ministro da Justiça, Torquato Jardim, sapientíssimo, declara que a Operação Lava-Jato é uma ameaça à democracia, na medida que está desfazendo a classe política.
Não, ministro. Suas palavras estão ultrajando a verdade. Não é a Operação Lava-Jato que está desfazendo a classe política, mas própria classe política. Quer um exemplo?
Voltemos ao começo desta conversa: são quase 513 deputados, 4 ministros,79 senadores, 2 ex-presidentes investigados e, para finalizar estatísticas tão vergonhosas, o presidente da República é acusado de corrupção.
Com números tão gritantes, dá para acreditar que são, mesmo, os procuradores da Lava-Jato as ameaças a democracia?