Almanaque Raimundo Floriano
(Cultural, sem fins comerciais, lucrativos ou financeiros)


Raimundo Floriano de Albuquerque e Silva, Editor deste Almanaque, também conhecido como Velho Fulô, Palhaço Seu Mundinho e Mundico Trazendowski, nascido em Balsas , Maranhão, a 3 de julho de 1936, Católico Apostólico Romano, Contador, Oficial da Reserva do Exército Brasileiro, Funcionário Público aposentado da Câmara dos Deputados, Titular da Cadeira nº 10 da Academia Passa Disco da Música Nordestina, cuja patrona é a cantora Elba Ramalho, Mestre e Fundador da Banda da Capital Federal, Pesquisador da MPB, especializado em Velha Guarda, Música Militar, Carnaval e Forró, Cardeal Fundador da Igreja Sertaneja, Pioneiro de Brasília, Xerife nos Mares do Caribe, Cordelista e Glosador, Amigo do Rio das Balsas, Inventor da Descida de Boia, em julho de 1952, Amigo da Fanfarra do 1° RCG, autor dos livros O Acordo PDS/PTB, coletânea de charges, Sinais de Revisão e Regras de Pontuação, normativo, Do Jumento ao Parlamento, com episódios da vida real, De Balsas para o Mundo, centrado na navegação fluvial Balsas/Oceano Atlântico, Pétalas do Rosa, saga da Família Albuquerque e Silva, Memorial Balsense, dedicado à história de sua terra natal, e Caindo na Gandaia, humorístico apimentado, é casado, tem quatro filhos, uma nora, um genro e dois netos e reside em Brasília, Distrito Federal, desde dezembro de 1960.

Isabela Boscov domingo, 21 de maio de 2017

REI ARTHUR - A LENDA DA ESPADA
 

Rei Arthur – A Lenda da Espada

Kung-fu, malandragem e, claro, fantasia medieval: uma bagunça boa como só Guy Ritchie sabe fazer

Venho acompanhando Charlie Hunnam desde láááá do tempo da série inglesa Queer as Folk, que ele fez aos 19 anos (ele está com 37), e foi interessante ver ele se reinventar como um ator americano a partir de Sons of Anarchy – tanto que Guy Ritchie, o diretor de Rei Arthur – A Lenda da Espada, nem sabia que Charlie era inglês, e teve de ser convencido do fato pessoalmente. Ainda bem que, como Charlie conta nesta entrevista que você vê abaixo, ele decidiu pegar um avião por conta própria para tomar um chá com Ritchie em Londres e se apresentar. Como tudo que Ritchie faz, de Jogos, Trapaças, Dois Canos Fumegantes e Snatch até os Sherlock Holmes com Robert Downey Jr. e O Agente da U.N.C.L.E., este Rei Arthur é uma bagunça – no bom sentido. Tem desde academia de kung-fu na Londres do século 6 até elefantes (sim, na Inglaterra) usados como armas de guerra. Mistura O Senhor dos Anéis com Excalibur, joga um tanto de Game of Thrones no caldo e ainda incorpora a ele aqueles tipos folclóricos da malandragem londrina que Ritchie tanto adora. Às vezes tem o maior clima, outras vezes é comédia (boa comédia). O ritmo é impecável, a trilha sonora é ótima, e o elenco é melhor ainda. E Charlie Hunnam é o ingrediente que equilibra a receita: tem ginga, tem humor (algo que até aqui ele raramente tinha explorado) mas é mais intenso do que, digamos, o Travis Fimmel de Vikings, que eu também veria muito bem no papel.

Rei Arthur – A Lenda da Espada

(Warner/Divulgação)

A melhor ds sacadas de Rei Arthur é imaginar aquilo que a lenda arturiana omite: o que teria acontecido entre o momento em que o mago Merlin salva o Arthur bebê e o dia em que, já adulto, Arthur puxa a espada Excalibur da pedra e se descobre rei da Inglaterra? Vida de menor abandonado não é moleza e, na versão imaginada por Ritchie, logo antes de morrer, o pai de Arthur (Eric Bana, cheio de nobreza) lançou o filho num barquinho, como Moisés, pelo Rio Tâmisa. Arthur foi recolhido das águas por prostitutas, e então criado em um bordel e educado na marra na lei da rua (a sequência em que ele vai crescendo e aprendendo é um dos pontos altos do filme, aliás).

 

 
Rei Arthur – A Lenda da Espada

(Warner/Divulgação)

Apropriadamente, Arthur vira um sujeito marrento: toca o bordel e vários outros negócios duvidosos, tem a polícia no bolso, briga bem e conhece todo mundo que é alguém nos babados londrinos. Enquanto isso, seu tio malvado (Jude Law, canastra no ponto certo) virou o rei Vortigern e vem tiranizando a nação sem piedade. Vortigern não vai ceder a coroa tão fácil – e Arthur, na verdade, não está lá muito interessado nela, já que considera (com razão) que seu currículo não é a melhor qualificação possível para o posto. Os cavaleiros interpretados por Djimon Hounsou e Aidan Gillen (o Littlefinger de Game of Thrones) discordam; acham que Arthur só precisa chegar no ponto. Cabe à maga interpretada pela catalã Astrid Bergès-Frisbey, portanto, dar uma força.

Rei Arthur – A Lenda da Espada

(Warner/Divulgação)

De acordo com Charlie Hunnam, Guy Ritchie tem um jeito extremamente elástico de trabalhar. Chega no set com o roteiro, daí tem uma ideia nova e faz diferente – o que, por consequência, resulta em mais uma penca de mudanças durante o dia de trabalho. Ser irrequieto, porém, não é a mesma coisa que ser dispersivo: desde que Ritchie reencontrou o prumo com Rock’n’Rolla, em 2008, seu trabalho ficou ao mesmo tempo mais concentrado e mais fervilhante. Ambas as qualidades transparecem em Rei Arthur. Bagunça qualquer um faz; já bagunça harmônica, que transita do soturno ao cômico e ao épico com fluência e sem dar tranco, isso não é para qualquer um. Quanto às muitqas liberdades que Ritchie toma com a lenda arturiana – bom, lenda é lenda, e liberdade ele toma com tudo mesmo (seus Sherlock Holmes, por exemplo, são tudo, menos canônicos). Às vezes a plateia entra na brincadeira, outras vezes não. Eu me diverti do começo ao fim. A plateia americana, pelo que mostram os números da bilheteria, nem tanto. E, por causa dela, é provável que Rei Arthur fique sem a continuação pela qual está implorando, e que eu mesma adoraria ver.


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