Almanaque Raimundo Floriano
(Cultural, sem fins comerciais, lucrativos ou financeiros)


Raimundo Floriano de Albuquerque e Silva, Editor deste Almanaque, também conhecido como Velho Fulô, Palhaço Seu Mundinho e Mundico Trazendowski, nascido em Balsas , Maranhão, a 3 de julho de 1936, Católico Apostólico Romano, Contador, Oficial da Reserva do Exército Brasileiro, Funcionário Público aposentado da Câmara dos Deputados, Titular da Cadeira nº 10 da Academia Passa Disco da Música Nordestina, cuja patrona é a cantora Elba Ramalho, Mestre e Fundador da Banda da Capital Federal, Pesquisador da MPB, especializado em Velha Guarda, Música Militar, Carnaval e Forró, Cardeal Fundador da Igreja Sertaneja, Pioneiro de Brasília, Xerife nos Mares do Caribe, Cordelista e Glosador, Amigo do Rio das Balsas, Inventor da Descida de Boia, em julho de 1952, Amigo da Fanfarra do 1° RCG, autor dos livros O Acordo PDS/PTB, coletânea de charges, Sinais de Revisão e Regras de Pontuação, normativo, Do Jumento ao Parlamento, com episódios da vida real, De Balsas para o Mundo, centrado na navegação fluvial Balsas/Oceano Atlântico, Pétalas do Rosa, saga da Família Albuquerque e Silva, Memorial Balsense, dedicado à história de sua terra natal, e Caindo na Gandaia, humorístico apimentado, é casado, tem quatro filhos, uma nora, um genro e dois netos e reside em Brasília, Distrito Federal, desde dezembro de 1960.

Igreja Católica Apostólica Romana terça, 31 de agosto de 2021

SÃO RAIMUNDO NONATO, PATRONO DAS PARTEIRAS
SÃO RAIMUNDO NONATO, PATRONO DAS PARTEIRAS

Raimundo Floriano

 

 

                        Nonato? Essa é a pergunta recorrente, toda vez que sou apresentado a alguém e digo meu primeiro nome. Aí, eu explico que sou Floriano, assim registrado por Seu Rosa Ribeiro, meu saudoso pai, devido a ter ele nascido na cidade piauiense do mesmo nome. Que Nonato, geralmente, indica o detentor provindo de gravidez difícil ou parto complicado.

 

                        Pelo exposto, e atendendo pedidos de vários leitores homônimos, resolvi escrever esta sucinta biografia desse poderoso Santo, nosso xará, festejado no Brasil de 22 a 31 de agosto.

 

                        Raimundo Nonato veio ao mundo na cidade espanhola de Portella, diocese de Urgel, Catalunha, no ano de 1204, e faleceu em Cardona, Espanha, a 31 de agosto de 1240.

 

                        O nome Nonato, do latim non natu – não nascido – foi-lhe dado por sua extração do ventre de sua mãe, depois que ela já se encontrava morta. Difere-se do parto cesáreo, do latim sectio – cortar –, pois este é feito mediante retirada do feto por incisão no abdome de mãe ainda viva. Raimundo Nonato foi arrancado pela parteira e escapou, utilizando-se ela de navalha ou faca, o que lhe ocasionou pequenas marcas de cortes nas costas. Em decorrência, o nome Nonato, na mais das vezes, repito, indica alguém nascido de gravidez difícil ou parto complicado.

 

                        Pertencente a família nobre e abastada, Raimundo foi bem-criado e educado, planejando-lhe seu pai brilhante carreira na Corte de Aragon. Quando se inclinou para a vida religiosa, seu pai, para dissuadi-lo desse intento, ordenou-lhe que cuidasse de uma das fazendas da família. Entretanto, ele passava seu tempo com os pastores e os trabalhadores, estudando e orando, até que seu pai desistiu de vê-lo entre os nobres da Corte.

 

                        Conta-se que, ainda menino, mesmo pastoreando o gado, visitava constantemente uma ermida onde se venerava a imagem de Nossa Senhora, de quem era fervoroso devoto, e que, durante as horas que passava aos pés de Maria, um anjo lhe guardava o rebanho.

 

                        Raimundo Nonato tornou-se Padre Mercedário – da Ordem das Mercês, instituída para a redenção de escravos cristãos nas mãos dos mouros –, recebendo seu hábito de São Pedro Nolasco, o fundador da Ordem, da qual passou a ser o Mestre Geral, dedicando seu tempo a resgatar referidos escravos sob o jugo dos muçulmanos, que dominavam parte da Espanha na época, utilizando-se, para isso, do dinheiro que possuía.

 

                        Aliás, ele se notabilizou pela luta contra a escravatura que, em sua época, Século XIII, era considerada, por muitos, prática bem natural.

 

                        Certa vez, conseguiu liderar uma missão que libertou 150 cristãos. Porém, quando, na Argélia, se acabaram seus recursos financeiros para o salvamento daqueles que corriam o risco de perderem a vida e a fé, entregou-se no lugar de um dos cativos. No cárcere, pregava para os cristãos e muçulmanos, chegando a convertê-los, o que lhe acarretou severos sofrimentos, pois seus algozes, para fazê-lo calar-se, chegaram ao extremo de perfurar seus lábios com ferro em brasa, fechando-os com cadeado.

 

                        Condenado à morte pela fome, a sentença foi convertida em pena de prisão perpétua, mediante paga de vultosa soma em dinheiro por sua família. Mais tarde, libertado, retornou à Espanha, sendo elevado a Cardeal pelo Papa Gregório IX. Mesmo investido nesse alto grau da hierarquia religiosa, continuou vivendo como um simples monge mercedário.

 

                        Veio a falecer em Cardona quando, gravemente enfermo, seguia para Roma, em atendimento a chamado do Papa, que o queria como Cardeal Conselheiro, sendo enterrado na Capela de São Nicholas, perto da fazenda da família, a qual ele deveria ter cuidado quando jovem. Seu túmulo logo se tornou local de peregrinação, e vários milagres são creditados a sua intercessão.

 

                        Raimundo Nonato foi canonizado pelo Papa Alexandre VII, em 1657. É o Patrono das parteiras e do bom parto.

 

                        Em todo o Brasil, São Raimundo Nonato é cultuado com devoção, notadamente nas cidades e paróquias das quais ele é o Padroeiro. O Festejo, com Missa e Quermesse todas as noites, tem sua apoteose a 31 de agosto, data em que é realizada a Alvorada Festiva e a Procissão, celebrada a Santa Missa, e encerrada a Quermesse. Em todas as solenidades religiosas, é rezado o Terço e entoado o Hino, de domínio público, cuja letra aqui reproduzo:

 

Lá no céu onde reinas ditoso

São Raimundo nos vem socorrer

Para um dia chegarmos ao gozo

De ao teu lado, felizes, viver

 

REFRÃO:

Nos combates renhidos da vida

Nós rogamos enfim tua luz

Que alcancemos a Pátria querida

Face a face vejamos Jesus

 

Tu seguiste a estrada espinhosa

Do sofrer por Jesus e lutar

Ao trabalho a oração fervorosa

Tu soubeste na vida aliar

 

Sempre a fé, destemido, pregaste

Mil cristãos com valor redimiste

E cativo entre os mouros ficaste

E o martírio mil vezes pediste

 

Os teus lábios trazias cerrados

À doutrina do mundo tão louco

Em Jesus tão somente abrasados

Pois seu nome levavas na boca

 

De Maria a Virgem mais pura

Foste servo fiel fervoroso

Também muito sofreste na agrura

De oito meses de exílio penoso.

 

                        Para vocês aprenderem e cantarem, aqui vai a melodia, interpretada pelo Coral da Paróquia de São Raimundo Nonato de Belém do Pará:

 

 

 


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