SEU MUNDINHO – OU VELHO FULÔ – AOS 79
(Publicada no dia 20.07.2015)
Raimundo Floriano
Na verdade, os aniversariantes eram dois: Ana Alice, minha cobrinha digo, sobrinha e comadre, do dia 2, e eu, do dia 3. Sempre que possível, comemoramos juntos.
Nossa família, os Albuquerque e Silva e os Sousa Silva, ultrapassam, só aqui em Brasília, a casa das 200 pessoas. Como este ano foi apenas uma previa do que acontecerá no próximo, quando comemoraremos números redondos, Ana Alice, 60, e eu, 80, os convites foram restritos a um círculo bem íntimo de nossa laia. Mesmo assim, 83 compareceram à festa.
Família solidária, alegre e feliz. Pedíramos que, em vez de presentes, trouxessem cobertores ou agasalhos, para distribuirmos com entidades assistenciais, neste tempo de intenso frio brasiliense: arrecadamos mais de uma centena de peças.
O evento ocorreu no dia 4, sábado, das 12h às 18h, na ampla casa da Ana Alice, na Park Way, especialmente construída para a diversão desta nossa família, festeira por demais.
Veroni, com a sobrinha Luciana
Maior parte da administração da festa ficou a cargo da Veroni, minha mulher, que se desdobrou para que tudo saísse a contento, com perfeição, nos mínimos detalhes, como de fato ocorreu.
O cardápio constou de maria-isabel, paçoca vinda de Balsas, vatapá, ovo frito e banana-prata. Para sobremesa, tortas diversas, bombons, bolo de arroz e bolo de puba, preciosidades da cozinha de Dona Maria Bezerra, minha saudosa e santa mãezinha. Para beber, cerveja, refrigerantes, vinhos e cachaça.
A parte musical ficou a cargo de um sanfoneiro, um zabumbeiro, um violonista e uma cantora. Depois das tantas, a prata da casa também mostrou sua arte, e até eu me aventurei com minha gaita. Pena que os músicos tenham ficado, involuntariamente de nossa parte, escondidos pela folhagem do jardim.
Elaine, cantora, Giane, violonista, Lico, sanfoneiro, e Raimundo
Grata gentileza foram as presenças de Izaura Maria, minha prima e cunhada, casada com meu irmão Bergonsil, seus filhos Valéria e Maurício, este com Luciana, sua mulher, e as filhas Martinha e Mariana, que vieram de Niterói especialmente para nos prestigiar com seu carinho.
Raimundo e Izaura Maria - Raimundo e Valéria
Maurício, Luciana, Martinha e Mariana
A seguir, outros flagrantes da festa:
Meu filho Zezinho, com Paula, sua mulher, e Anna Paula, minha neta
Minhas filhas Elba, com Fábio, seu marido, e Mara, com Vinícius, seu namorado
Lara, sobrinha, com Rodrigo, seu marido - Sobrinas Ceres e Fernanda
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Alguns amigos, ao me encontrarem na rua, ficam muito preocupados com o tamanho de minha barriga e me recomendam dietas milagrosas. A última novidade é o livro Barriga de Trigo, do americano William Davis. Aos 79 anos, agora é que vou parar de comer pão? De que adiantaria isso nesta idade provecta? Eu, que fui criado comendo beiju, cacete e cuscuz?
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Causou-me espanto a quantidade de mensagens recebidas no Facebook, onde contabilizo 953 amigos: 194 postagens, entre parabéns e curtidas! A todos respondi, individualmente, com este cordelzinho:
PELOS PODERES DE DEUS, AQUI CHEGUEI!
Sou Raimundo Floriano
Mão de Onça, Pé de Pano
Do Maranhão natural
Trombonista brasileiro
Cordelista, presepeiro
Heterossexual
*
No Exército, Sargento
Trabalhei no Parlamento
A nobre missão cumpri
Com invejável memória
Em livros, conto a história
De Balsas, onde nasci
*
Setenta e nove nos couros
Vida coberta de louros
Provei o gosto de tudo
Desfrutei do bom bocado
Mas fui até governado
Por um tal Sapo Barbudo
*
Da jumenta tomei leite
Do coco tirei azeite
Pro beiju amanteigar
E pra rimar com jumenta
Taí uma Presidenta
Ainda a nos governar
*
Meu medo é que certa hoste
Que elege qualquer poste
Fique a trocar as bolas
E venha com o xaveco
De balançar meu fuleco
E coçar meus caxirolas
*
Saiba, amigo ou amiga
Que é preciso que lhe diga
Com toda a sinceridade
Gosto muito de você
Por isso, que Deus lhe dê
Saúde e felicidade
*
Pra todos tiro o chapéu
Que vivam como num céu
De muita fartura e paz
Nesta vida tudo passa
Mas nunca vira fumaça
O bem que a gente faz
*
Você de mim se lembrou
E parabéns me enviou
No meu dia, 3 de julho
Por isso, quero que entenda
Valeu mais que qualquer prenda
Ou presente num embrulho