Almanaque Raimundo Floriano
(Cultural, sem fins comerciais, lucrativos ou financeiros)


Raimundo Floriano de Albuquerque e Silva, Editor deste Almanaque, também conhecido como Velho Fulô, Palhaço Seu Mundinho e Mundico Trazendowski, nascido em Balsas , Maranhão, a 3 de julho de 1936, Católico Apostólico Romano, Contador, Oficial da Reserva do Exército Brasileiro, Funcionário Público aposentado da Câmara dos Deputados, Titular da Cadeira nº 10 da Academia Passa Disco da Música Nordestina, cuja patrona é a cantora Elba Ramalho, Mestre e Fundador da Banda da Capital Federal, Pesquisador da MPB, especializado em Velha Guarda, Música Militar, Carnaval e Forró, Cardeal Fundador da Igreja Sertaneja, Pioneiro de Brasília, Xerife nos Mares do Caribe, Cordelista e Glosador, Amigo do Rio das Balsas, Inventor da Descida de Boia, em julho de 1952, Amigo da Fanfarra do 1° RCG, autor dos livros O Acordo PDS/PTB, coletânea de charges, Sinais de Revisão e Regras de Pontuação, normativo, Do Jumento ao Parlamento, com episódios da vida real, De Balsas para o Mundo, centrado na navegação fluvial Balsas/Oceano Atlântico, Pétalas do Rosa, saga da Família Albuquerque e Silva, Memorial Balsense, dedicado à história de sua terra natal, e Caindo na Gandaia, humorístico apimentado, é casado, tem quatro filhos, uma nora, um genro e dois netos e reside em Brasília, Distrito Federal, desde dezembro de 1960.

Violante Pimentel - Cenas do Caminho sábado, 02 de janeiro de 2021

SOBRE O RETRATO DE DORIAN GRAY (CRÔNICA DA MADRE SUPERIORA VIOLANTE PIMENTEL, COLUNISTA DO ALMANAQUE RAIMUNDO FLORIANO)

 

 

SOBRE O RETRATO DE DORIAN GRAY

O Retrato de Dorian Gray é um romance filosófico, da autoria do escritor e dramaturgo Oscar Wilde, por sinal, o único romance escrito por ele.

O referido romance existe em duas versões: a edição de revista de 1890 e a edição do livro de 1891.

Conforme a literatura do século XIX, O Retrato de Dorian Gray é um exemplo de literatura gótica, com fortes temas interpretados a partir do lendário Fausto. Fausto é o protagonista de uma popular lenda alemã de um pacto com o Demônio, baseada no médico, mago e alquimista alemão Dr. Johannes Georg Faust.

 

 

Os editores suprimiram, antes da publicação da revista, sem o conhecimento do autor, quinhentas palavras, temendo que a obra fosse considerada indecente, pela crítica literária.

Apesar da censura, O Retrato de Dorian Gray ofendeu a sensibilidade moral dos críticos literários britânicos, alguns dos quais disseram que ele merecia ser acusado de violar as leis que protegiam a moralidade pública. Em resposta, Wilde defendeu agressivamente seu romance e arte, em correspondência com a imprensa britânica.

Wilde revisou e ampliou a edição de revista de O Retrato de Dorian Gray (1890) para uma publicação como um romance; a edição do livro (1891) contou com um prefácio aforístico – uma apologia sobre a arte do romance e do leitor. O conteúdo, estilo e apresentação do prefácio tornaram-se famosos em seu próprio direito literário, como crítica social e cultural.

Em 1891, quando foi publicado em sua versão final, O Retrato de Dorian Gray foi recebido com escândalo, e provocou um intenso debate sobre o papel da arte em relação à moralidade. Alguns anos mais tarde, o livro foi usado contra o próprio autor em processos judiciais, como evidência de que ele possuía “uma certa tendência” – no caso, a homossexualidade, motivo pelo qual acabou condenado a dois anos de prisão por atentado ao pudor.

Mais de cem anos depois, porém, o único romance de Oscar Wilde continua sendo lido e debatido no mundo inteiro, e por questões que vão muito além do moralismo do fim do período vitoriano na Inglaterra, definida por um dos personagens do livro como “a terra natal da hipocrisia”.

Seu tema central – um personagem que leva uma vida dupla, mantendo uma aparência de virtude, enquanto se entrega ao hedonismo mais extremado. O hedonismo é uma teoria ou doutrina filosófico-moral, que afirma que o prazer é o bem supremo da vida humana – tem apelo atemporal e universal. Sua trama se vale de alguns dos traços que notabilizaram a melhor literatura de sua época, como a presença de elementos fantásticos e de grandes reflexões filosóficas, além do senso de humor sagaz e do sarcasmo implacável característicos de Oscar Wilde.

Dorian Gray é o tema de um retrato de corpo inteiro de Basil Hallward, um artista que está impressionado e encantado com a beleza de Dorian; ele acredita que a beleza de Dorian é responsável pela nova modalidade em sua arte como pintor.

Através de Basil, Dorian conhece Lord Henry Wotton, e logo se encanta com a visão de mundo hedonista do aristocrata, entendendo que a beleza e a sensualidade são as únicas coisas que valem a pena alcançar na vida.

Entendendo que sua beleza irá um dia desaparecer, Dorian Gray expressa o desejo de vender sua alma ao demônio, para garantir que, em seu lugar, o retrato envelheça e desapareça.

O desejo é concedido, e Dorian passa a levar uma vida libertina, de experiências variadas, imorais e amorais. Enquanto isso, o retrato vai envelhecendo em seu lugar, e registrando todas as coisas ruins, que corrompem a alma de Dorian Gray, que permanece jovem.

O Retrato de Dorian Gray inicia em um ensolarado dia de verão, na Inglaterra da Era Vitoriana, onde Lord Henry Wotton, um homem opinativo, observa o sensível artista Basil Hallward a pintar o retrato de Dorian Gray, seu anfitrião, e um lindo jovem que é a musa final de Basil.

Depois de ouvir a visão de mundo hedonista de Lorde Henry, um homem depravado, Dorian começa a pensar que a beleza é o único aspecto da vida que vale a pena seguir, e deseja que o retrato pintado por Basil envelheça em seu lugar.

Sob a influência hedonista de Lord Henry, Dorian explora plenamente a sua sensualidade. Ele descobre a atriz Sibyl Vane, que atua em peças de teatro de Shakespeare num teatro sombrio da classe trabalhadora. Dorian se aproxima e a corteja, e logo lhe propõe casamento. A apaixonada Sibyl o chama de “Príncipe Formoso”, e desmaia com a felicidade de ser amada. Mas, mas seu irmão protetor, James, um marinheiro, adverte que, se seu “Príncipe Formoso” a magoasse, iria matá-lo.

Dorian convida Basil e Lord Henry para ver Sibyl atuar em Romeu e Julieta. Sibyl, cujo único conhecimento do amor foi através do amor ao teatro, renuncia à sua carreira de atriz, para experimentar o amor verdadeiro com Dorian Gray. Desanimado por ela ter abandonado o palco, Dorian a rejeita, dizendo-lhe que atuar no palco era a sua beleza. Sem isso, ela já não era interessante. Ao voltar para casa, Dorian percebe que o retrato foi alterado; seu desejo realizado, e o homem do retrato carrega um sorriso sutil de crueldade.

Sentindo-se ferido e solitário, Dorian decide se reconciliar com Sibyl, mas é tarde demais. Lord Henry informa que Sibyl se matou, por engolir ácido cianídrico. Dorian Gray, então, entende que, a partir daí, sua vida dirigida pela luxúria e boa aparência seria suficiente. Nos dezoito anos seguintes, as experiências de Dorian, com todos os seus vícios e perversões sexuais falta, são influenciados por um romance francês moralmente venenoso, um presente recebido do decadente Lord Henry Wotton.

A narrativa não revela o título do romance francês, mas em seu julgamento, Wilde disse que o romance Dorian Gray era como ler À rebours (“Contra a Natureza”, 1884), de Joris-Karl Huysmans.

À noite, antes de partir para Paris, Basil vai à casa de Dorian lhe perguntar sobre os rumores de seu sensualismo auto-indulgente. Dorian não nega sua devassidão, e leva Basil a um quarto fechado para ver o retrato, que havia se tornado hediondo pela corrupção de Dorian. Na raiva, Dorian culpa Basil pelo seu destino, e o apunhala até morrer. Dorian, depois, calmamente, chantageia um velho amigo, o químico Alan Campbell, para destruir o corpo de Basil Hallward em ácido nítrico.

Para escapar da culpa de seu crime, Dorian vai para um antigo antro de ópio, onde James Vane está inconscientemente presente. Ao ouvir alguém se referir a Dorian como “Príncipe Encantado”, James o procura e tenta atirar em Dorian. Em seu confronto, Dorian engana James, ao fazê-lo acreditar que é muito jovem para ter conhecido Sibyl, que se suicidou dezoito anos antes, e já que seu rosto ainda é o de um jovem. James cede e libera Dorian, mas depois é abordado por uma mulher do antro de ópio, que reprova James por não o ter matado. Ela confirma que o homem era Dorian Gray e explica que ele não envelheceu em dezoito anos; compreendendo demasiado tarde, James corre atrás de Dorian, mas não o encontra.

Uma noite, durante o jantar em casa, Dorian espiona James rondando a casa. Dorian teme por sua vida. Dias depois, durante uma caçada, um dos caçadores acidentalmente atira e mata James Vane, que estava escondido em um matagal. Ao retornar a Londres, Dorian diz para Lord Henry que irá ser bom a partir de então. Sua nova probidade começa com não partir o coração da ingênua Hetty Merton, o seu interesse romântico atual. Dorian se pergunta se sua bondade recém-descoberta teria revertido a sua corrupção no retrato, mas ele só vê uma imagem mais feia de si mesmo. A partir daí, Dorian entende que seus verdadeiros motivos para o auto-sacrifício de reforma moral foram provocados pela vaidade e a curiosidade pela busca de novas experiências.

Decidindo que só a completa confissão iria absolvê-lo de delitos, Dorian decide destruir o último vestígio de sua consciência. Enfurecido, pega a faca com que ele assassinou Basil Hallward e apunhala o retrato. Os servos da casa acordam ao ouvir um grito do quarto fechado. Na rua, os transeuntes também ouvem o grito e chamam a polícia. Ao entrarem na sala trancada, os servos encontram um velho desconhecido, esfaqueado no coração, seu rosto e figura estão secas e decrépitas. Os servos identificam o cadáver desfigurado pelos anéis nos dedos que pertencem ao seu mestre; ao lado deles, está o retrato de Dorian Gray, que regressou à sua beleza original.

Oscar Wilde disse que, no romance O Retrato de Dorian Gray (1891), três dos personagens eram reflexos de si mesmo:

Basil Hallward é o que penso que sou: Lorde Henry é o que o mundo pensa de mim: Dorian Gray é o que eu gostaria de ser – em outras eras, talvez. Dorian Gray – um jovem atraente e narcisista, encantado com o “novo” hedonismo de Lorde Henry. Ele se entrega a cada prazer (moral e imoral), vida que finalmente o leva à morte.


domingo, 03 de janeiro de 2021 as 07:47:03

Violante Pimentel
disse:

Obrigada por esta e por todas as publicações de 2020, querido Editor Raimundo Floriano! Que o Ano Novo traga a você e sua família. muita Saúde, realizações e Paz! Que o sucesso do seu maravilhoso blog, "Almanaque Raimundo Floriano", aumente cada vez mais! Um grande abraço!


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