CLAUSURA
Vivo enclausurado
Na doçura dos teus beijos
Nas curvas fechadas
Do teu corpo nu…
Quando começo a viver
Me embaraço de desejo
Porque me mato de amor
No momento que te vejo.
QUANDO EU DIGO
Quando eu digo
Vou embora
É porque fico
E jamais vou
Meu a Deus
Significa
Uma oferenda
Ao Criador.
Quase sempre
Uma oração
De um pecador
VERBOS A PARTE
O homem divide-se
Em três partes,
A primeira é barro
É terra fria,
A segunda é arte,
É alma é poesia.
A terceira sou eu
Quem diria.
VAZIO
Meu peito está vazio
Não tem mais coração
Substituí por fibra ótica
Pra levar minha paixão
COISA DE LOUCO
Esta tua boca
Feita só de lábios
Coisa de louco…
Estas tuas mãos
Quando me afaga
Me deixa elétrico…
Este teu corpo
Cheio de curvas
É um perigo…
Dentro do teu peito
Não tem coração
Tem fibra ótica
Para transmitir
Tamanha paixão
Mas, se não fosse
Pecado, pecar…
Não houvesse castigo
Talvez, quem sabe
Casar-me-ia contigo.
NÃO DIGA
Não diga “por conta de”
Nem também, “sou de menor”
Para a língua não ferir
Diga sim, “por causa de”
E “eu sou menor, ou maior”
Não diga, “moro na rua”
Procure outro lugar
“Moro à rua”, por favor
Morar na rua é perigoso
Você pode se machucar
Não diga, “sentei na mesa”
A mesa pode quebrar
“Sente-se à mesa”, por favor
Ou procure outro lugar.
Não diga, “fui no banco”
“Fui ao banco”, por favor
Mostre que está antenado
E pela língua tenha amor.
Pode falar o que quiser
Mas, só diga onde
Se souber aonde
E só diga aonde
Quando não souber
Quem fala errado produz afta