Em meio às tantas decisões que tem tomado, muitas plausíveis, o presidente Michel Temer resolveu retirar a proteção às áreas verdes. Os protestos se sucedem, há indignação em todos os estratos sociais, os pensamentos se voltam para a Amazônia com a sua rica biodiversidade. O que será dela? Como ficará a maior floresta tropical da Terra? Ora, se com proteção é a cada dia mais dramático o desmatamento, como será sem as amarras legais?
O passado talvez tenha a resposta.
Na primeira metade dos anos 1700, quando os europeus chegaram à Ilha de Páscoa, então Rapa Nui, quase não encontraram seres humanos. O que teria acontecido?
Estudando o que sobrara da vida naquela ilha, os restos de pessoas, animais e plantas, constataram que fundamentais fontes de alimentos eram o mar e os vegetais. Mas como plantar e colher naquela natureza árida? O mar, por acaso, ficara sem peixes? Claro que não.
A resposta mais acatada na comunidade científica é que os nativos morreram de inanição. Para fazer os moais, as esculturas gigantes, eles simplesmente devastaram todas as árvores existentes. O resultado é que o solo ficou erodido e em consequência eles não tinham como plantar, não podendo plantar árvores não podiam fazer canoas, e não tendo canoas não poderiam pescar.
É óbvio que não se busca estabelecer paralelo entre Rapa Nui e a Amazônia, mas, de qualquer maneira, liberar a exploração daquele rico território do Brasil é uma temeridade.
Temeridade! É isso mesmo!
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