Almanaque Raimundo Floriano
(Cultural, sem fins comerciais, lucrativos ou financeiros)


Raimundo Floriano de Albuquerque e Silva, Editor deste Almanaque, também conhecido como Velho Fulô, Palhaço Seu Mundinho e Mundico Trazendowski, nascido em Balsas , Maranhão, a 3 de julho de 1936, Católico Apostólico Romano, Contador, Oficial da Reserva do Exército Brasileiro, Funcionário Público aposentado da Câmara dos Deputados, Titular da Cadeira nº 10 da Academia Passa Disco da Música Nordestina, cuja patrona é a cantora Elba Ramalho, Mestre e Fundador da Banda da Capital Federal, Pesquisador da MPB, especializado em Velha Guarda, Música Militar, Carnaval e Forró, Cardeal Fundador da Igreja Sertaneja, Pioneiro de Brasília, Xerife nos Mares do Caribe, Cordelista e Glosador, Amigo do Rio das Balsas, Inventor da Descida de Boia, em julho de 1952, Amigo da Fanfarra do 1° RCG, autor dos livros O Acordo PDS/PTB, coletânea de charges, Sinais de Revisão e Regras de Pontuação, normativo, Do Jumento ao Parlamento, com episódios da vida real, De Balsas para o Mundo, centrado na navegação fluvial Balsas/Oceano Atlântico, Pétalas do Rosa, saga da Família Albuquerque e Silva, Memorial Balsense, dedicado à história de sua terra natal, e Caindo na Gandaia, humorístico apimentado, é casado, tem quatro filhos, uma nora, um genro e dois netos e reside em Brasília, Distrito Federal, desde dezembro de 1960.

Literatura de Cordel quarta, 04 de agosto de 2021

TERREMOTO NO CEARÁ, CORDEL DE MAVIAEL MELO

 

 TERREMOTO NO CEARÁ

Maviael Melo






Abalos Sísmicos
Maviael Melo


A natureza reclama
Quando nos cobra o estrago
Do Haiti só restou bago
Hoje tudo virou lama
Por isso que se conclama
Para cuidar do ambiente
Tarefa de toda gente
Consciente e educada
Pra amenizar a lapada
Que virá daqui pra frente


Da indonésia ao Japão
No Chile ou na Conxichina
Já se prevê que a sina
È de muita devastação
Por isso mesmo a nação
Para evitar um horror
Instalou um medidor
De abalos pelo solo
E em qualquer parte do pólo
Dá pra prevê o tremor


Certo dia o medidor
Acendeu a luz vermelha
Parecendo uma centelha
Piscando a todo vapor
No ato o operador
Cumpriu com o seu dever
Começou a transcrever
Para o comando alertar
Da grande chance que há
De um abalo acontecer


O comando informado
Da mensagem de alerta
Enviou na hora certa
Para o local indicado
Repassando num recado
O que ia acontecer
E já podendo prevê
Tomassem toda cautela
Aí começa a novela
Que eu vou contar pra você


Como é de se prever
Nessas mensagens de urgência
Não se tem muita eloqüência
Mas é possível entender.
Na serra da saruê
Num lugar longe a granel
Tem um tal de Manoel
Filho de seu Nicolau
Com um cargo federal
Patente de coronel


Um doido meio pinel
Promovido a Delegado
Desse QI indicado
Puxa saco, xeleléu
Mas tapado que um túnel
Quando o lacre sai da prensa
Dessa gente que não pensa
E pensa mesmo saber
Foi dele a sorte de ler
Essa mensagem tão densa.


“UM POSSÍVEL MOVIMENTO
SISMICO JÁ SE INSTALA
SE APROXIMANDO DA ZONA
RITCHTER 7 NA ESCALA
NUM EPICENTRO QUE ESTA


MUITO PERTO DE CHEGAR
CHAME O COMANDO DA SALA
EXECUTEM AS MEDIDAS
PREVISTA NO MANUAL
E COM URGÊNCIA RESPONDAM
AO CENTRO DA CAPITAL”
Na mesma hora Manuel
Num ato de delegado
Correu logo aperreado
Fez o maior escarcéu
Prendeu gente pra dedéu
Fez um barulho medonho
Ele mais o cabo tônho
Fez o maior rebuliço
Tentando mostrar serviço
Bateu até em um fônho


Fechou casa de alegria
Interrogou sacristão
Mandou prender o irmão
Trocou noite pelo dia
Foi tremenda a agonia
Para cumprir a missão
E findada a confusão
Depois de tudo ajustado
Manda o seguinte recado
Pra o centro de operação


“ Eu sou Manuel Leitão
Meu cargo é de delegado
Já foi desarticulado
O movimento em questão
E já estão na prisão
Todas as putas da zona
Hoje o bordel foi à lona
E sísmico já foi detido
Ficando mouco de um ouvido
De um tabefe em escalona


O tal Ritchter até tentou
Correr para se evadir
Mas o fizemos cair
Por balas ele tombou
Epicentro se entregou
E Epifânio também
Fizemos parar um trem
Prendemos mais outros três
Agora acabou de vez
Só restou gente do bem


Invadimos na medida
O centro onde tava o mal
Até meu pai Nicolau
Tava na zona perdida
Só escapou Margarida
Porque fugiu feito um raio
Mas num contar do balaio
Acho que ficamos bem
Não sou de gabar ninguém
Mas caprichei no ensaio


E vou dizendo ao senhor
Eu bem que desconfiava
Onde esse povo passava
Tinha sempre um fervor
Mas eu garanto doutor
Que agora teremos paz
Bagunça aqui nunca mais
Tirando a da natureza
Pois ela mostra a grandeza
Em cada ato que faz


Pois entre guerras e paz
A natureza persiste
Bravamente ela resiste
Mostrando ser tão capaz
O homem e seus ideais
De gana pelo poder
Ta pagando o padecer
Quando a natureza cobra
Quero ver quem não se dobra
Somente assim pra aprender


Vá desculpando a demora
Muito, porém eu explico
Pois aqui não me complico
Sou peão pra toda hora
A resposta vai agora
Pelo o sinal da masmorra
Com a muléstia da cachora
A mensagem só demorou
Porque a cidade se acabou
Num Terremoto da Porra.”

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