Almanaque Raimundo Floriano
(Cultural, sem fins comerciais, lucrativos ou financeiros)


Raimundo Floriano de Albuquerque e Silva, Editor deste Almanaque, também conhecido como Velho Fulô, Palhaço Seu Mundinho e Mundico Trazendowski, nascido em Balsas , Maranhão, a 3 de julho de 1936, Católico Apostólico Romano, Contador, Oficial da Reserva do Exército Brasileiro, Funcionário Público aposentado da Câmara dos Deputados, Titular da Cadeira nº 10 da Academia Passa Disco da Música Nordestina, cuja patrona é a cantora Elba Ramalho, Mestre e Fundador da Banda da Capital Federal, Pesquisador da MPB, especializado em Velha Guarda, Música Militar, Carnaval e Forró, Cardeal Fundador da Igreja Sertaneja, Pioneiro de Brasília, Xerife nos Mares do Caribe, Cordelista e Glosador, Amigo do Rio das Balsas, Inventor da Descida de Boia, em julho de 1952, Amigo da Fanfarra do 1° RCG, autor dos livros O Acordo PDS/PTB, coletânea de charges, Sinais de Revisão e Regras de Pontuação, normativo, Do Jumento ao Parlamento, com episódios da vida real, De Balsas para o Mundo, centrado na navegação fluvial Balsas/Oceano Atlântico, Pétalas do Rosa, saga da Família Albuquerque e Silva, Memorial Balsense, dedicado à história de sua terra natal, e Caindo na Gandaia, humorístico apimentado, é casado, tem quatro filhos, uma nora, um genro e dois netos e reside em Brasília, Distrito Federal, desde dezembro de 1960.

Toques de Corneta - Partituras e Áudios segunda, 09 de maio de 2022

TOQUES DE CORNETA - PARTITURAS E ÁUDIOS
TOQUES DE CORNETA - PARTITURAS E ÁUDIOS

Raimundo Floriano

 

 

 

 

                        Em meu período de serviço inicial no Exército, eu ia dar baixa no dia 15 de novembro de 1955. Mas, no dia 11, foi decretado o Estado de Sítio. Todas as Forças Armadas ficaram mobilizadas, de prontidão, e as baixas foram suspensas. Isso perdurou até 15 de fevereiro de 1956.

 

                        No decorrer desse intervalo, nada tínhamos para fazer, pois toda a instrução prevista para nossa turma já fora transmitida. E a tropa aquartelada. Havia um saco de estopa dependurado numa figueira, e a maioria dos meus colegas de farda, para se distrair, para matar o tempo, passava o dia inteirinho coçando o mencionado equipamento. Eu, que nunca me adaptei àquela atividade coçativa, aproveitei-me de certa circunstância que o acaso me oferecia, visando ao preenchimento de tantas horas ociosas.

 

                        Nova leva de conscritos já incorporara e, diariamente, eram dadas aulas aos aprendizes de corneteiro. Interessei-me pelo assunto. Ficava ali por perto. Embora não pegasse no instrumento, absorvia tudo o que era transmitido, as vozes de comando, as combinações de toques, etc., de tal modo que, ao deixar o serviço ativo, podia lecionar em qualquer quartel verde-oliva. Por isso, tenho sempre comigo o manual, para recordar, reviver, tirar dúvidas, curtir.

 

                        Não sendo egoísta, vou passar algumas dicas para vocês, com as notas graves em caixa alta.

 

                        O primeiro toque aprendido pelos recrutas é o do rancho, da boia, da comida, como queiram. É assim:

 

                        Mi-sol-mi-do-sol-mi-dó-SOL – dó-dó-mi-SOL-dó-dó-mi-dó.

 

                        Aos novatos é ensinada esta letra, tradicional em toda a caserna:

 

                        Catita, cadê teu chapéu? – Tá na cabeça do coronel!

 

                        Já o praça-velha canta diferente, em tom de galhofa:

 

                        Recruta, cadê teu cabaço? – Soldado antigo passou no aço!

 

                        Outro toque que tem letra, para melhor ser memorizado, é o de meia volta volver:

 

                        Sol-sol-mi-mi-dó-dó-SOL – mi-sol.

 

                        O recruta canta-o desta maneira:

 

                        Eu preciso me virar – daqui.

 

                        Novamente, o praça-velha, com a sua experiência:

 

                        Nunca vi mulher sem homem – parir.

 

                        Na ordem-unida, qualquer voz de comando se divide em dois toques: o designativo da ordem e o da execução, representado pela nota sol aguda, seca, rápida.

 

                        Para ilustrar, o toque de apresentar arma:

 

                        Dó-mi-sol-sol-sol-sol-sol-sol. Ao ouvi-lo, a tropa o assimila e aguarda. Vem, a seguir, o comando: sol! Então, com energia, é executado o movimento.

 

                        A maioria dos toques se forma por combinações. Vejamos primeiro os números: I-sol; II-sol-sol; III-sol-sol-sol; IV-SOL-dó-mi; V-dó-mi; X-sol-mi; L-sol-mi-dó. Todos os demais números são obtidos como se procede como nos algarismos romanos.

 

                        Companhia, por exemplo, tem este toque: dó-mi-sol-mi-dó-dó-dó-dó-SOL-dó. Daí, para designar a 6ª Companhia: dó-mi-sol-mi-dó-dó-dó-dó-SOL-dó – mi-dó+sol (V+I).

 

                        Compreenderam?

 

                        Isso no que se refere à corneta. Quanto aos toques de clarim, falarei depois. Eu era de Infantaria. Clarim é coisa da Cavalaria, e o cavalo, meus camaradas, é o nobre amigo sobre o dorso do qual essa Arma Ligeira, Estrela Guia, transpõe os montes e caudais profundos pelo caminho da luta e da vitória. Para ter-se uma ideia do seu quilate, a Bolívia – sabe-se agora, conforme declaração do Presidente boliviano Evo Morales – trocou o Estado do Acre por um cavalo.

 

                        Portanto, animal bem superior ao burro, este sim, azêmola sem traquejo e tirocínio que, no dizer do saudoso forrozeiro Elino Julião, nunca passa de filho duma égua, não vale um jumento!

 

TOQUES DE CORNETA NO FACEBOOK E NO 4SHARED

 

 

                        Em abril de 2007, ao produzir 290 toques de corneta, com o auxílio de dois Cabos Corneteiros do BGP - Batalhão da Guarda Presidencial, por sugestão de membros das Comunidades Orkutinas ligadas à Música Militar, e, ao disponibilizá-los na Internet, não imaginava o sucesso que isso iria alcançar. Para vocês terem uma ideia, no dia 30 de setembro de 2016, ao consultar o site 4Shared, hospedeiro dos toques, exibindo as estatísticas de cada um, constatei que o Toque de Alarme Aéreo chegava aos 16.782 mil acessos.

 

                        Desde então, começaram a chover pedidos das partituras dos toques, advindos de soldados das três Forças Armadas e das Polícias Militares, no desejo de seguirem carreira na qualificação de Corneteiro. A todos eu vinha atendendo, com a remessa do C 20-5, Manual de Toques do Exército, até que seu estoque se esgotou no Estabelecimento General Gustavo Cordeiro de Farias - EGGCF, onde os adquiria.

 

 

                        Em 2013, recrudesceram os pedidos. Por esta razão, resolvi escanear todo o C 20-5 e disponibilizá-lo o Facebook, no intuito de facilitar a pesquisa dos interessados. Basta clicar nos links abaixo, para acessar, tanto as partituras, quanto os áudios de cada toque.

 

PARTITURAS DOS TOQUES DE CORNETA:

 

 

https://www.facebook.com/raimundo.floriano/media_set?set=a.218353624974473.1073741825.100003995105865&type=3

ÁUDIO DOS TOQUES DE CORNETA

 

 

http://www.4shared.com/account/home.jsp#dir=TUxSzUyM


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