Almanaque Raimundo Floriano
(Cultural, sem fins comerciais, lucrativos ou financeiros)


Raimundo Floriano de Albuquerque e Silva, Editor deste Almanaque, também conhecido como Velho Fulô, Palhaço Seu Mundinho e Mundico Trazendowski, nascido em Balsas , Maranhão, a 3 de julho de 1936, Católico Apostólico Romano, Contador, Oficial da Reserva do Exército Brasileiro, Funcionário Público aposentado da Câmara dos Deputados, Titular da Cadeira nº 10 da Academia Passa Disco da Música Nordestina, cuja patrona é a cantora Elba Ramalho, Mestre e Fundador da Banda da Capital Federal, Pesquisador da MPB, especializado em Velha Guarda, Música Militar, Carnaval e Forró, Cardeal Fundador da Igreja Sertaneja, Pioneiro de Brasília, Xerife nos Mares do Caribe, Cordelista e Glosador, Amigo do Rio das Balsas, Inventor da Descida de Boia, em julho de 1952, Amigo da Fanfarra do 1° RCG, autor dos livros O Acordo PDS/PTB, coletânea de charges, Sinais de Revisão e Regras de Pontuação, normativo, Do Jumento ao Parlamento, com episódios da vida real, De Balsas para o Mundo, centrado na navegação fluvial Balsas/Oceano Atlântico, Pétalas do Rosa, saga da Família Albuquerque e Silva, Memorial Balsense, dedicado à história de sua terra natal, e Caindo na Gandaia, humorístico apimentado, é casado, tem quatro filhos, uma nora, um genro e dois netos e reside em Brasília, Distrito Federal, desde dezembro de 1960.

Marcos Mairton - Contos, Crônicas e Cordéis quarta, 21 de agosto de 2019

UM CORDEL JURÍDICO (FOLHETO DE MARCOS MAIRTON, COLUNISTA DO ALMANAQUE RAIMUNDO FLORIANO)

 

 

UM CORDEL JURÍDICO

Nos idos de 1997, tive a honra de exercer a advocacia na Superintendência Jurídica do Banco do Nordeste do Brasil.

Ali adquiri conhecimentos que utilizo até hoje em minhas atividades jurisdicionais. Também fiz grande amizades, que permanecem vivas até os dias atuais.

Um dos colegas com quem trabalhei, o advogado Isael Bernardo de Oliveira, tinha (e certamente ainda tem) habilidade para fazer versos de cordel, acontecendo muitas vezes de criarmos juntos várias estrofes jurídicas, quase de improviso, enquanto estávamos trabalhando.

Semana passada fui surpreendido, quando chegaram às minhas mãos versos que havíamos criado em uma daquelas ocasiões.

O portador da feliz lembrança foi o amigo-irmão Zico, também advogado do Banco do Nordeste, e que por mais de dez anos foi meu braço direito, trabalhando como diretor de secretaria na Justiça Federal.

Os versos recuperados daqueles tempos remotos são os seguintes:

Querido amigo Isael,
Antes de tudo, bom dia.
Vou lhe fazer um convite,
Com amizade e alegria:
Para estudarmos Direito,
Fazendo verso perfeito,
Direito com Poesia!

O convite do amigo
A mim muito satisfaz;
O Direito me afeiçoa,
Poesia me dá paz.
Se o Direito é sacerdócio,
Dele já me sinto sócio,
Da poesia ainda mais!

Então, vamos ao trabalho!
Comecemos neste instante!
Escolhendo logo o tema,
Algum assunto importante.
Pela nossa formação,
Nossa Constituição
Parece um tema vibrante!

Nessa tema escolhido,
Nossa Constituição,
É como um leito sagrado
Dos direitos do cidadão.
Todos eles essenciais,
As garantias constitucionais
Me chamam mais a atenção.

De fato, em tempos remotos,
Norma assim não existia.
As leis que o rei aplicava,
Ele mesmo é que as fazia.
E o povo, sempre sofrido,
Espoliado e oprimido,
Não tinha essa garantia.

Esse poder do monarca
A um tal ponto cresceu,
Que um tal de Luiz XIV,
Que lá na França viveu,
Gostava de se gabar,
E vivia a proclamar:
“O Estado aqui sou eu!”.

Essa frase do monarca
Revela absolutismo,
Que deve ser combatido
Assim como o nepotismo.
Muito próprio das nações
Cujas Constituições
Contêm autoritarismo.

O tal autoritarismo
Se opõe à democracia,
Que a nossa Constituição
No preâmbulo evidencia,
Lembrando sempre que o lema
Que escolhemos como tema
É Direito com Poesia!

Não esqueço, meu amigo,
Pois tenho boa memória;
Porém a Constituição
Também tem a sua história.
Foi contra o absolutismo
Que o constitucionalismo
Conquistou sua vitória!

E essa conquista importante
Chegou até nossos dias;
No encarte desenhado
Das boas democracias,
Dando luz e proteção
Ao país e ao cidadão,
Com as suas garantias.

Por isso é que a Carta Magna
Vigente aqui, hoje em dia,
Impõe como fundamentos
Da nossa democracia
A forma republicana,
Com dignidade humana,
Trabalho e cidadania.

Direito com Poesia,
De uma forma natural,
Para o Homem que trabalha
Na zona urbana ou rural.
Parabéns ao cidadão
Que tem a Constituição
Por patrimônio nacional!


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