Eu hoje olhando no espelho é que me dei conta
Que o peso dos anos fizeram-me afronta
E que a juventude a tempo eu perdi,
Partiu sem me dar a chance de evasiva ou fugas
Deixando na face carquilhas e rugas
Dando sinais claros que eu envelheci.
Meus passos estão muito lentos e fora de escala
Recorro ao auxilio de uma bengala
Pra com segurança me locomover,
Mas essa é a lei da vida que a todos conduz
Nasce cresce nutre-se e se reproduz
Deixa a descendência pra depois morrer.
Meus filhos no fluir da vida rascunhei os traços
Conquistei vitorias amarguei fracassos
Tive encantamentos e desilusões,
Mas hoje olhando o passado é que compreendo
Que muitas pendências fiquei lhes devendo
Isso é o que me causa tantas frustrações.
Não deixo fortunas fazendas, ou se quer poupança,
Porem com orgulho deixo como herança
Para que prossigam com seus ideais,
A marca da minha humildade para ser seguida
Os muitos conselhos e as lições de vida
Que aprendi na infância com meus velhos pais.
Então filhos meus agora lhes faço um pedido
Cuidem desse velho que já foi vencido
Pelo tempo ingrato que sem condolência,
Causou uma enxurrada de tombos e trancos
Meus cabelos loiros ora já estão brancos
Enturvando o brilho da minha aparência.
Portanto eu quero que saibam que estou coeso
Que jamais pretendo transformar-me em peso
Nem num embaraço que encubra a essência,
No seio das suas famílias sombreando os brilhos
Então o que peço pra vocês meus filhos
É bastante calma e muita paciência.
Meus filhos aqui eu encerro esse meu poema
E cada mensagem que passei no tema
Servirá pra um dia na posteridade,
Vocês lembrarem de mim como um pai modesto
Mas com o nome limpo e um passado honesto
Que deu bons exemplos para humanidade.