Almanaque Raimundo Floriano
(Cultural, sem fins comerciais, lucrativos ou financeiros)


Raimundo Floriano de Albuquerque e Silva, Editor deste Almanaque, também conhecido como Velho Fulô, Palhaço Seu Mundinho e Mundico Trazendowski, nascido em Balsas , Maranhão, a 3 de julho de 1936, Católico Apostólico Romano, Contador, Oficial da Reserva do Exército Brasileiro, Funcionário Público aposentado da Câmara dos Deputados, Titular da Cadeira nº 10 da Academia Passa Disco da Música Nordestina, cuja patrona é a cantora Elba Ramalho, Mestre e Fundador da Banda da Capital Federal, Pesquisador da MPB, especializado em Velha Guarda, Música Militar, Carnaval e Forró, Cardeal Fundador da Igreja Sertaneja, Pioneiro de Brasília, Xerife nos Mares do Caribe, Cordelista e Glosador, Amigo do Rio das Balsas, Inventor da Descida de Boia, em julho de 1952, Amigo da Fanfarra do 1° RCG, autor dos livros O Acordo PDS/PTB, coletânea de charges, Sinais de Revisão e Regras de Pontuação, normativo, Do Jumento ao Parlamento, com episódios da vida real, De Balsas para o Mundo, centrado na navegação fluvial Balsas/Oceano Atlântico, Pétalas do Rosa, saga da Família Albuquerque e Silva, Memorial Balsense, dedicado à história de sua terra natal, e Caindo na Gandaia, humorístico apimentado, é casado, tem quatro filhos, uma nora, um genro e dois netos e reside em Brasília, Distrito Federal, desde dezembro de 1960.

Eliane Cantanhêde sexta, 28 de fevereiro de 2020

UM VÍRUS SEM IDEOLOGIA

 

Um vírus sem ideologia

Acima da política, União e SP fazem tudo contra o coronavírus, mas tudo é pouco

Eliane Cantanhêde, O Estado de S.Paulo

28 de fevereiro de 2020 | 05h00

Tudo o que pode ser feito para enfrentar a chegada do tsunami coronavírus está sendo feito pelo governo federal, pelo governo de São Paulo e pelos setores públicos e privados, acima das questões políticas. O grande problema é que esse “tudo” é muito pouco. Como também ao redor do mundo, nos quase 50 países que já convivem com o vírus circulando. 

Sem vacina para prevenir, sem antivirais comprovados para remediar, só é possível fazer o óbvio, como admite o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, um personagem que emerge bem nessa crise. A primeira coisa é tentar detectar os casos suspeitos, não mais só em portos e aeroportos, mas também em solo nacional. Com a confirmação do primeiro caso, de um homem de 61 anos em São Paulo, o vírus está no ar. 

A segunda medida é distinguir os sintomas leves, como no caso desse passageiro, daqueles em estado grave. Os casos leves podem ser tratados em casa, para reduzir o risco de contágio e não sobrecarregar o sistema público de saúde e mesmo os leitos privados. Só os que comprometam a capacidade respiratória devem merecer internação. 

É muito mais fácil monitorar pessoas em ambiente restrito do que ameaçar alastrar a doença em locais congestionados e por onde circulam pessoas que já estão com a imunidade baixa e suscetíveis, como hospitais. 

A terceira medida, de imensa importância, é evitar a qualquer custo que se alastre o pânico, a corrida a hospitais, um corre-corre inútil e perigoso que, como efeito colateral, pode despertar a cobiça de aproveitadores. 

Para que correr às farmácias para comprar máscaras? Há inúmeros artigos e entrevistas por toda parte alertando que máscaras não evitam o contágio e – pior – podem favorecê-lo. A máscara é insuficiente para isolar o vírus, mas faz com que as pessoas fiquem toda hora tentando ajustá-la, ou seja, levando as mãos ao rosto. É péssimo. 

O importante é fazer o básico: lavar as mãos, lavar as mãos, lavar as mãos, ou com a boa e velha fórmula da água e sabão ou usando o álcool gel. E, claro, evitar corrimão, superfícies muito tocadas, multidões, contatos com estranhos e... mãos no rosto. É simples, simplório, mas é o que temos por ora. 

Dez entre dez especialistas sabiam e advertiam que a chegada do coronavírus ao Brasil não era questão de “se”, mas de “quando”. Inevitável. Só não se sabia, como não se sabe, dimensionar nem o tamanho do impacto na população nem na já tão frágil economia. 

Há uma torcida, quase uma reza coletiva, inclusive de Mandetta, para que o grande inimigo do vírus no Brasil seja o clima úmido e quente de verão. Mas só saberemos disso na prática e nunca se pode esquecer que a Região Sul não é tão quente assim. A preocupação aumenta quanto mais se olha na direção ao Rio Grande do Sul. 

Ao mesmo tempo, há doídas, sofridas interrogações sobre o quanto e por quanto tempo a economia global e a economia nacional serão impactadas. A China, segunda maior economia do mundo e nosso parceiro comercial número um, é o epicentro da doença, que se alastra e pegou a Europa em cheio, principalmente a Itália, que nos exportou o vírus. 

Pobre Brasil. Depois dos dois anos da recessão gerada por Dilma Rousseff, vieram Rodrigo Janot, primeiro, e greve de caminhoneiros, depois, para interromper a retomada do crescimento no governo Temer. Agora, quando a aprovação da reforma da Previdência jogou toneladas de otimismo, vem uma pandemia (ainda não confirmada como tal pela OMS) atrapalhar. 

Quanto às investidas do presidente Jair Bolsonaro contra tudo e todos, que só atrapalham, nem é bom falar. É hora de união, paz e segurança. O coronavírus é demoníaco. E se lixa para partido e ideologia. 


Escreva seu comentário

Busca


Leitores on-line

Carregando

Arquivos


Colunistas e assuntos


Parceiros