Almanaque Raimundo Floriano
(Cultural, sem fins comerciais, lucrativos ou financeiros)


Raimundo Floriano de Albuquerque e Silva, Editor deste Almanaque, também conhecido como Velho Fulô, Palhaço Seu Mundinho e Mundico Trazendowski, nascido em Balsas , Maranhão, a 3 de julho de 1936, Católico Apostólico Romano, Contador, Oficial da Reserva do Exército Brasileiro, Funcionário Público aposentado da Câmara dos Deputados, Titular da Cadeira nº 10 da Academia Passa Disco da Música Nordestina, cuja patrona é a cantora Elba Ramalho, Mestre e Fundador da Banda da Capital Federal, Pesquisador da MPB, especializado em Velha Guarda, Música Militar, Carnaval e Forró, Cardeal Fundador da Igreja Sertaneja, Pioneiro de Brasília, Xerife nos Mares do Caribe, Cordelista e Glosador, Amigo do Rio das Balsas, Inventor da Descida de Boia, em julho de 1952, Amigo da Fanfarra do 1° RCG, autor dos livros O Acordo PDS/PTB, coletânea de charges, Sinais de Revisão e Regras de Pontuação, normativo, Do Jumento ao Parlamento, com episódios da vida real, De Balsas para o Mundo, centrado na navegação fluvial Balsas/Oceano Atlântico, Pétalas do Rosa, saga da Família Albuquerque e Silva, Memorial Balsense, dedicado à história de sua terra natal, e Caindo na Gandaia, humorístico apimentado, é casado, tem quatro filhos, uma nora, um genro e dois netos e reside em Brasília, Distrito Federal, desde dezembro de 1960.

Marcelo Alcoforado - A Propósito domingo, 30 de abril de 2017

UMA OBRA FEITA DE ARTE E DE DOR

 

 

 

Na última quarta-feira, 26 de abril de 2017, oitenta anos de um massacre haverão passado. As pessoas já não são as mesmas, as dores já foram mitigadas, o fato triste já desapareceu na bruma do tempo. A arte, no entanto, continua presente.

Aquele 26 de abril de 1937, uma segunda-feira, não seria um dia qualquer. As ruas de Guernica estavam apinhadas de gente, inclusive moradores de povoados vizinhos, quando, de repente, 24 bombardeiros da Luftwaffe, a força aérea alemã, abriram as portas do inferno, despejando sobre os indefesos civis bombas e mais bombas. O castigo durou das 16h30 às 19h45.

Como seria previsível, a hecatombe aconteceu, colocando diante do mundo uma visão catastrófica. Deixaria também a manifestação talentosa de um gênio da pintura chamado Pablo Picasso.

O quadro, Guernica, que revela as consequências da guerra sobre o povo, é uma das mais famosas pinturas do artista espanhol e uma das mais comentadas em todo o mundo. É o retrato daquele 26 de abril – o dia em que a cidade foi praticamente destruída – e uma veemente censura à devastação causada pelos nazistas em conluio com o então ditador espanhol Francisco Franco.

Com o seu caudaloso talento, Picasso mostrou em preto e branco as cores da agressão. Com o cavalo e o touro, mostrou dois dos mais importantes aspectos da cultura espanhola, e as fortes imagens foram-se sucedendo: um homem mutilado, uma mãe pranteando o filho morto nos seus braços, uma mulher em desespero vendo sua casa arder em chamas, uma mulher com a perna ferida tentando fugir daquele inferno, uma mulher portando um lampião… Por fim, com uma espada quebrada ele representou a derrota do povo, alquebrado frente à esmagadora vitória dos seus opositores, enquanto os edifícios em chamas indicaram a destruição não só de Guernica, mas da pátria, sofrida pela Guerra Civil.

A história daquela felonia foi gravada em uma tela medindo cerca de 8 por 4 metros, espaço considerado de grandes proporções para a pintura, no entanto minúsculo ante a grandeza da obra que contém.

A Guernica, talvez o mais famoso dos trabalhos do artista, traz tudo isso e, principalmente, traz a indignação do autor. Tanta, diga-se, que, certa feita, durante uma exposição de sua obra em Paris, um graduado militar alemão acercou-se de Picasso e lhe perguntou: “Foi o senhor que fez?”

“Não. Foram os senhores”, respondeu-lhe o artista secamente.


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